Historicamente viemos trabalhando nossa espiritualidade acreditando que vivemos num mundo à parte do plano divino.
O Clero
Romano e sua Bíblia nos levaram a acreditar que nascemos na Terra, um lugar que
faz parte do Universo onde habitam os homens. Fazendo parte do mesmo pacote de
ilusões fomos levados a acreditar que existem basicamente dois lugares fora da
Terra, dois destinos finais onde poderemos ir quando morrermos, o céu e o
inferno, e que ambos ficam muito distantes daqui. O céu, no alto, entre as
estrelas e os anjos e o inferno no centro da Terra, no meio do magma
incandescente, acompanhado do que há de mais perverso.
Fomos,
assim, levados a crer que a Terra é algo criado por Deus, mas fora do plano
divino, uma espécie de satélite do paraíso.
As
correntes espiritualistas têm uma noção um pouco diferenciada, acreditando que não
há céu nem inferno, mas planos espirituais os quais alcançamos quando não
estamos encarnados, mas continua a noção tácita de que enquanto encarnados
vivemos nesse satélite divino.
Meus
pensamentos têm me levado a cogitar outra configuração para a questão dos
planos existenciais: primeiro que o plano terreno não é algo fora de Deus;
segundo que o plano terreno é um dos planos existenciais do ser.
Assim
sendo o plano terreno seria apenas mais um dos planos espirituais pelos quais o
ser transita em sua caminhada evolutiva.
O
que somos em verdade? Espíritos!
Então,
enquanto nossa consciência está presa ao plano terreno, somos espíritos fazendo
uma experiência emocional, nos comunicando por nossos cinco canais sensoriais.
Em
vez de nos torturarmos mantendo extrema vigilância sobre nossos atos para
podermos usufruir no futuro de uma vida tranquila num plano espiritual superior
a ser atingido depois da morte, creio ser mais importante nos conscientizarmos
de já estarmos vivendo num plano espiritual, que é superior a outros por onde
já transitamos e usufruirmos de tudo o que este plano nos oferece como
ferramenta para consecução de nossos ideais de harmonia e felicidade.
Precisamos
viver intensamente aqui e agora, pois foi para isso que nos instalamos nessa
faixa vibratória.
Podemos,
assim, imaginar que em outros planos existem outras ferramentas adequadas aos
trabalhos que lhe são intrínsecos.
Um
bom caminho de libertação seria encontrar as ferramentas adequadas para cada
ser, considerando que mesmo com a consciência limitada pela mesma faixa
vibratória, temos, cada um, um pequeno diferencial, que nos personaliza e nos
torna únicos em toda a constelação humana.
Minhas
ferramentas não necessariamente são as mesmas de meu irmão carnal, embora
tenhamos nascido do mesmo pai, da mesma mãe e com as mesmas atenções e
oportunidades.
O
conjunto de nossa obra é que nos dá esse pequeno diferencial. Quando falo em
nossa obra estou falando de todas as experiências que já fizemos nesse e em
outros planos existenciais.