quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

De Sismos e Apreensões



Vejo no noticiário um vulcão no Chile em erupção por mais de dez dias. As cinzas cobrindo estradas, campos, lagos e muitas almas.
O noticiário mostra os estragos materiais causados, mas em nenhum momento fala dos sentimentos dos moradores das cidades próximas. Não fala do medo, da angústia e dos fantasmas que rondam aquelas mentes.
De longa data, na casa dos milhares de anos, fala-se em final dos tempos, em mudança de ciclos com muito terror, com os céus despedaçando-se sobre a Terra em miríades de rochas, cinzas, fogo, água, insetos e tantas outras formas de soterrar a humanidade, que um mito se instalou em todas as mentes como sendo algo provável, o fim dos tempos.
Vivemos um momento propício para nos deixarmos levar por essa onda apocalíptica, afinal temos acompanhado em tempo real tsunamis, temporais arrasadores, ventos devastadores, e ultimamente vulcões e terremotos de altos graus de magnitude deixando a todos perplexos com os estragos causados.
Além disso vemos mentes desajustadas disparando suas metralhadores e fuzis sobre inocentes e também impropérios sobre tudo e todos nas redes sociais.
Os textos, apresentados à humanidade como obras sublimes de inspiração divina, falam num ajuste de contas dos homens com Deus após um tormentoso desfecho da vida inteligente na Terra.
Nesse contexto é natural que todos possam olhar esses acontecimentos como prenúncio desse tão propalado advento.
Recentemente, cerca de poucas décadas, tomamos conhecimento dos registros maias sobre os movimentos dos astros, nos mostrando que a Terra percorre uma trajetória elíptica por 26.000 anos, evoluindo em quatro etapas, acompanhando o Sol em torno de Alcione.
Nesses períodos a Terra passaria por ciclos onde a natureza estaria em expansão e ciclos onde a natureza estaria se refazendo.
A Kali Yuga é um período que aparece nas escrituras hindus. É a última das quatro etapas que o mundo percorre. Escrituras como o Mahabharata e o Bhagavata Purana apresentam a Kali Yuga como uma era de crescente degradação humana, cultural, social, ambiental e espiritual, sendo, simbolicamente, referida como a Idade das Trevas porque, nela, as pessoas estão tão longe quanto possível de Deus.
Observando os registros da sabedoria humana vejo nossa evolução passando por ciclos sucessivos acompanhando os movimentos do planeta, coerente com a ideia cristã de um Deus imparcial que emana seu amor para um Universo em movimento.
Dessa maneira assisto ao telejornal e recebo as notícias de degeneração moral, de vulcões e tsunamis como algo perfeitamente dentro do contexto humano, como parte da evolução do ser que se recicla e para tanto precisa passar pela prensa, pela depuração dos resíduos e por nova moldagem.
Volto meus olhos para o Evangelho de Jesus e entendo que é hora de cuidar de mim, de avaliar as minhas apostas, minhas escolhas e ficar atento aos desdobramentos desse amadurecimento da fruta, prestes a cair do pé para que sua semente germine uma nova planta.
Hora de orar e vigiar, cuidando para não entrar nas ondas de terror que assolam as mídias e a agonia dos homens.