quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Idade do Espírito Santo

Gioacchino da Fiore foi um abade e filósofo místico, defensor do advento da Idade do Espírito Santo que é a interpretação da visão profética das Sagradas Escrituras no contexto da História.

Em sua obra "Expositio in Apocalipsim", Fiore fundamenta seu pensamento conforme sua interpretação do texto do Apocalipse. Nessa interpretação, existiriam três etapas, ou Idades da História, no desenvolvimento do Mundo, correspondentes às Três Pessoas da Santíssima Trindade.

A Primeira Idade, correspondeu ao governo de Deus Pai, e é representada pelo poder absoluto, inspirador do temor sagrado presente no Velho Testamento.

A Segunda Idade inicia-se pela revelação do Novo Testamento através de Deus Filho. A sabedoria divina que tinha permanecido escondida da humanidade se revela, então. Nessa idade vivieu Gioacchino (1132 - 1202).

A Terceira Idade, corresponde ao domínio da Terceira Pessoa. Seria o advento do império do Divino Espírito Santo, um tempo novo onde o amor universal e a igualdade entre todos os membros do Corpo Místico de Deus seriam alcançados.

No império do Divino Espírito Santo, as leis evangélicas seriam finalmente realizadas, não só na sua letra mas no seu espírito, isto é: a mensagem que nelas está escondida seria finalmente compreendida e aceita pela humanidade. Na Terceira Idade não haveria necessidade de instituições disciplinadoras da fé, já que esta seria universal e baseada diretamente na inspiração divina, pelo que poderiam ser dispensadas as estruturas institucionais do poder temporal de qualquer igreja. A sabedoria divina a todos iluminaria igualmente, ou seja, todos se benficiariam de uma "inteligência espiritual" capaz de permitir a plena compreensão dos divinos mistérios.

Joaquim de Fiore acreditava que a Segunda Idade estava no seu fim e que o advento do Império do Espírito Santo estava próximo. O fim da Segunda Idade, a ser marcado por um cataclismo, era já prenunciado pela desordem então patente no mundo. Após essa transição dolorosa, a unidade cristã seria alcançada (com a união entre as igrejas cristãs do ocidente e oriente e o fim dos cismas) e os judeus veriam a verdade do Novo Testamento. O Império do Divino Espírito Santo seria a apoteose da História, durando até ao fim dos tempos, apenas terminado com a glória da segunda vinda do Redentor.

Fonte consultada: Wikipédia.

domingo, 22 de maio de 2011

Suicídio

Sempre que ouço falar no vale dos suicidas sinto que algo não se encaixa com a filosofia cristã. Há um pilar da filosofia que é o livre arbítrio e eu creio nele, logo, manter a consciência nesse padrão 4D é uma opção do ser, aliás, como todos os atos de sua vida eterna.

Quem comete suicídio? Por tudo que vi e ouvi, cometem suicídio os seres que não conseguem mais admitir viver com os problemas nos quais estão envolvidos.

Quando a vida se inviabiliza emocionalmente, a opção de finalizá-la é uma alternativa que passa na mente de muitas pessoas, mas somente algumas poucas levam essa idéia adiante.

Alguém feliz pensa em morrer? Não conheço ninguém, você conhece?

Quem pensa que morrer é a solução para seus problemas? O infeliz, o atormentado, o desesperado.

Se me falarem em vale dos desesperados, então eu acredito que possa mesmo existir, o vale dos desesperançados, dos atormentados, dos infelizes, porque parto do princípio que a morte não encerra a vida espiritual nem a vida mental.

A mente, parte do espírito, continua viva e ativa e carregando consigo os dramas que o ser experimentou quando no mundo das quatro dimensões, considerando aí o tempo como a quarta.

O retorno à vida desencarnada pode ser feliz ou tormentoso, dependendo de como cada um conduziu sua experiência. Aquele que viveu feliz e cresceu com sua experiência, leva para a matriz esse upgrade, quem não aprendeu nada, nada tem a acrescentar, foi só mais uma experiência, uma tentativa a mais.

O suicida é aquele que conduziu sua experiência de maneira que chegou numa encruzilhada, mas pensa estar num cull de sac (rótula que encerra uma rua sem saída), pois sua mente está obnubilada, toldada por uma nuvem negra, nuvem energética sobrecarregada de desesperança, frustração, medo, rancor e tantos outros sentimentos negativos.

Podemos então entender com mais precisão o que seja sentimento negativo, aquele que carrega as energias produzidas pelo ser humano que o conduzem ao inferno de sua alma.

Não há saída e o indivíduo não consegue pensar em retornar pelo mesmo caminho para ver onde derivou sua rota e mudar de rumo numa tentativa de ver a luz. É o fim, só a morte para esquecer.

Triste engano, a morte do corpo é só a morte do corpo, o ser é eterno. E agora como livrar-se da carga mental? Com quem contar? Isso é trabalho para quem já passou por esse caminho e superou e encontrou a luz dos caminhos felizes. Seres com a mente liberta e dotados se uma imensa compaixão.

Os Nossos Lares dos mundos entrelaçados estão espalhados por todo o universo, socorrendo mentes atormentadas em hospitais, vales ou cidades para onde são conduzidos aqueles que perderam a esperança.

O plano divino é perfeito. Quando o ser pensa que chegou ao fim, descobre que é só o recomeço.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Reencarnando

A reencarnação preconizada pelas filosofias orientais, fazendo parte da vida humana nas antigas civilizações pré-colombianas - mais e incas - é ainda, em pleno século vinte e um, desconhecida e abominada por parcela das religiões de fundamentação cristã.

O espiritismo, que tenta reeditar o cristianismo dos primeiros dias, tem como certa a reencarnação do ser humano na busca de seu aperfeiçoamento, considerando que, a cada passagem pela Terra, o ser vai se apurando até alcançar um patamar a partir do qual não necessita mais dessa experiência.

Acredito, também, nesse processo de desenvolvimento gradual, mas penso que isso possui algumas nuances que se alteram no desenrolar desse crescimento.

Seres espirituais muito distanciados da luz, ou seja, com a consciência empírica de sua divindade tendem a mergulhar numa encarnação ferrenhamente, buscando na experiência terrena uma possibilidade de saciar sua sede de conhecimento e ao se instalarem no corpo físico satisfazem-se com os prazeres que o mundo tridimensional oferece. Buscam, tais seres, a energia num nível vibracional mais baixo, mais próximo de sua sensibilidade e sua percepção do que seja a vida.

Perdem a noção de quem são, de onde vieram e acreditam piamente só existir o mundo até onde seus olhos alcançam. Na roda das encarnações vão vendo desabrochar a percepção do que seja a verdadeira vida.

Lentamente, no convívio com seres mais esclarecidos, vão percebendo a existência de níveis existenciais superiores e iniciam o processo de espiritualização e expansão de sua luz, deixando de viver em função de si mesmo e começando a procurar a interação com a origem de tudo.

Aos seres que já atingiram um patamar mais elevado e que se encontram num processo de entrega de si, de crescer pela ampliação da emanação consciente de sua luz, a encarnação passa a ser optativa e não mantém mais sua consciência aprisionada num cérebro orgânico quando encarnado.

O ser que se encontra numa encarnação optativa, missionário de auxílio à humanidade, tem sua existência ampliada. Mantêm sua atividade em seu nível existencial e paralelamente em níveis menos avançados.

À medida que o ser avança, sua consciência torna-se mais ampla e sua presença passa a ser concomitante em diversos planos existenciais.

A sua parcela encarnada também consegue ter uma visão diferenciada dos demais à sua volta, pois consegue alcançar além do que os órgãos físicos registram.

O ser passa a ser universalista a assume uma postura onde sua luz transpassa vários níveis vibracionais, atingindo vários mundos. Quanto mais cresce mais expande sua atuação.

Podemos, então, compreender que Deus, que é a perfeição, está em todos os lugares do universo.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

De Homens e Anjos

A evolução humana não dá saltos, por mais que trabalhemos pelo nosso crescimento, por mais que aprofundemos no autoconhecimento, sempre daremos apenas passos adiante.

O planeta Terra é uma escola que trabalha atualmente na faixa do chakra umbilical (vede texto “Do Amarelo ao Verde) que está afeto aos relacionamentos, às experiências e relações com o mundo, colocando o ego em ação para atuar no mundo físico, psíquico e espiritual.

Considerando o nível evolutivo do contingente que habita a Terra, já temos condições de vislumbrar o que nos espera no futuro, considerando mais, que embora cada qual faça sua caminhada em seu ritmo próprio, todos aspiramos alcançar os níveis angelicais.

Embora cada um encare seus relacionamentos como algo absolutamente natural, não temos, em geral, a perspicácia de encará-los como o que eles realmente significam pata nós: o instrumento básico de nossa evolução enquanto terráqueos.

Somente quando resolvermos nossos problemas de relacionamentos, quando equilibrarmos sentimentos como inveja, ciúme, rancor e outros do mesmo naipe, é que poderemos acessar os mundos angelicais.

Sim, acessar, uma vez que em mundos angelicais ninguém nasce. Carne, osso, ovários e testículos são características físicas de quem está no nível do chakra umbilical, o qual conhecemos como mundo de provas e expiações ou mundo dos encarnados. Daí a origem de dizer-se que anjo não tem sexo. O sexo é característica de corpos que habitam mundos que necessitam de procriação, como é o caso da Terra, onde é necessário criar corpos para o ser realizar experiências emocionais.

Sonhamos com mundos éticos, angelicais, mas precisamos trabalhar muito seriamente em aparar nossas arestas. Somente quando olharmos para nossos semelhantes e não vermos razão para compararmo-nos, derivando daí a não necessidade de pensar ou comentar sobre quaisquer que sejam suas características aparentes e personalistas, só então poderemos pensar em acessar os mundos angelicais, porque estaremos nos aproximando do padrão vibratório desses seres.

Ou você imagina que acessaria o mundo dos anjos sem antes se tornar um?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Ser e o Personagem


Noutro dia um velho amigo veio me visitar. Pegou-me de cueca e sem camisa. Fiquei envergonhado. Eu disse então:
- Espera aí um pouquinho mestre, eu vou por uma roupa. Ele riu e me disse:
- Queres te cobrir com roupas? Para esconder o que? De quem?
- Ora mestre, não fica bem conversarmos eu estando assim pelado. Respondi.
Ele riu muito e disse:
- Deixa para lá rapaz, tenho algo para te falar e precisamos aproveitar o tempo. Lembras que eu te disse para não sair do Brasil? Que teu trabalho precisava ser desenvolvido aqui? Pois bem, te apronta porque chegou a hora.
- Mas..., disse eu, e o que eu tenho feito até agora, não é ainda o meu trabalho?
- Sim, disse ele, já é teu trabalho, mas em fase de aquecimento e ajuste das engrenagens.
- O queres de mim então? Perguntei e emocionado pus-me a chorar.
- Eu não quero nada, não chora, mas estamos contando contigo para atuar com firmeza no que vem por aí.
- Isso me assusta um pouco, falei.
- Como pensas que fiquei quando me pregaram naquela cruz?
- Mas, eras um ser especial, angelical, com muita estrada.
- Não, seu tolo, meu personagem era um homem como és agora, de carne, osso, medo, alegrias e tristezas, como todo mundo quando está experimentando a vida na carne.
- Experimentando? Então não tinhas estado antes nesse plano?
- Sim, disse ele, claro que já tinha estado em outras experiências carnais, aquela era só mais uma, mas com fins bem determinados e eu não sou aquele Jesus, sou aquele que foi Jesus e tu bem o sabes. És o Adilson nessa experiência, mas sabes que naquele centro espírita que psicografam tuas mensagens tens um nome diferente. Ou não sabes?
- Sim, eu sei, mas às vezes meu raciocínio segue pela linha da reencarnação e me perco um pouco.
- É bom deixares bem claro essa questão da reencarnação. Vejo que a realidade e os conceitos estabelecidos levam os seres humanos a acreditar que são reencarnações de personagens do passado. Somos todos seres eternos fazendo experiências em vários lugares de acordo com o que queremos aprender e produzir. Estás agora com esse personagem engenheiro, trabalhando nessa área abençoada do planeta, tentando passar tantas informações, tantos questionamentos, nem pareces com aquele teu persoangem índio correndo pela floresta amazônica de algum tempo atrás, mas tenho te acompanhado e vejo que teus personagens vivem correndo, devias te inscrever na São Silvestre, ias te sair bem. Disse rindo muito e dando sinal que já ia se retirar.
- Não tenho mais perna para isso. Obrigado pela visita. Volta com mais freqüência, às vezes sinto uma falta imensa da tua presença, do teu sorriso.
- Mas é só porque estás muito conturbado com os dramas que escolheste vivenciar, porque na verdade tenho estado sempre na área. Um abraço, amigo e fica atento aos desdobramentos do que está em curso.
E dizendo essas palavras foi-se parede afora.
Puxei o edredom, respirei fundo e sorrindo dormi como um anjo.

domingo, 15 de maio de 2011

25 de Janeiro - Um Grito de Libertação

Há poucos dias fui ao Egito. Precisei adiar por dois meses minha ida porque uma semana antes da data agendada estourou a “Revolução de 25 de Janeiro”, que é como eles estão denominando a revolta que culminou com a deposição do presidente Hosny Mubarak.

Eu já tinha ido ao Egito em 2009 quando conheci uns país que me causou um mix de sentimentos: alegria, tristeza, perplexidade, compaixão e também indignação.

Alegria e muita emoção no primeiro dia quando entrei na grande pirâmide, um sonho de trinta anos. Uma emoção explodiu em meu peito e verteu demoradamente por meus olhos um misto de felicidade e tristeza. Creio que felicidade por poder ver de perto e tocar um ícone tão importante da cultura espiritualista e tristeza por constatar o uso que atualmente fazem os homens daquele tão importante templo.

Tristeza por ver nas ruas um povo paupérrimo, mendigando moedas nas portas de todos os banheiros, querendo desesperadamente vender bugigangas para poder apenas sobreviver. O povo egípcio é naturalmente alegre, mas não vi isso em seus olhos.

Fantasiamos que o povo do Egito, com uma herança cultural invejável deva viver num padrão vibratório digno de seu passado majestoso. Qual nada, o passado é só passado e o povo que habita aquela terra não é mais descendente dos antigos egípcios. O grande contingente de oitenta milhões de habitantes é, em grande maioria, descente de povos invasores procedentes das cercanias do oriente médio.

Perplexidade, por ver a faraônica diferença entre os condomínios das classes dominantes e a imensa área dominada por favelas verticais, por ver lixo por todas as ruas e canais derivados do Nilo. Animais mortos flutuando nos canais cercados de bolsas de supermercado e lixo de toda ordem.

Compaixão por ver em seus olhos expressões tão diversas, mas todas demonstrando a falta de paz naqueles corações, da desesperança e a pobreza espiritual.

Indignação por constatar a arrogância de nações que pregam o combate ao terrorismo, pagarem vultosas somas para ditadores manterem escravizadas nações a título de colaboração em interesses escusos.

Na segunda viagem encontrei um povo diferente, mais alegre, empunhando bandeiras com orgulho. Vi em seus olhos a esperança de dias melhores, a esperança da libertação, tal qual os escravos da história do antigo império, libertando-se da opressão.

Oxalá o movimento libertador não esmoreça ou não seja o povo egípcio traído mais uma vez por tiranos ditadores.

Espero, num futuro, poder voltar e encontrar a alegria natural daquele povo sendo expressada num padrão existencial melhor, com mais atitudes proativas em favor de melhores condições de vida para todos. Que a revolução de 25 de janeiro se converta num movimento libertador de corações e mentes não só dos egípcios, mas de todo o povo africano.

O Dom e o Conhecimento


Passamos a vida acumulando conhecimentos. Desde a tenra infância nos entregam à escola para aprendermos a ler e escrever e no bojo dessa intenção acabamos incorporando tudo o que as autoridades da área da educação pública entendem como base científica para um aprendizado ideal.
Quando e com que bases foram instituídos os currículos escolares? Não me lembro, nestes meus sessenta anos, de ter ouvido ou lido notícia de qualquer discussão pública sobre o assunto.
Matemática, português, história, geografia, ciências e outras disciplinas, que fazem parte do currículo das escolas, são base para quê?
Um educador responderia que tais disciplinas formam a base para o desenvolvimento do intelecto e para a formação cultural mínima de um cidadão. Um economista diria que formam mão-de-obra qualificada para o mercado. Um advogado diria que nos confere cidadania.
Está certo, o currículo vigente nas escolas brasileiras, realmente nos prepara para o mercado e ajuda a nos tornar cidadãos; e isso é tudo de que precisamos?
Claro que não, a escola faz apenas uma parte de nossa educação, a outra, e a mais importante, obtemos pelos ensinamentos e exemplos dados por nossos pais.
Dentro da família encontramos o essencial que nos vem sendo transmitido oralmente, de pai para filho, desde que o homem progressivamente se formou em família, clã, tribo na Terra.
Essa transmissão oral vem sendo acrescida dos conhecimentos inerentes à natural evolução humana, entretanto, todo o escopo de nosso conhecimento não vem somente de fora para dentro, quer seja pelas escolas ou pelos pais, há uma parcela que captamos por um canal especial: a intuição.
A intuição é a forma mais sutil e, talvez, a mais aprimorada para a transmissão de conhecimentos. Para percebê-la necessitamos aprender a ouvir nossa fonte essencial, precisamos nos escutar e auscultar para perceber o que emana de nosso interior.
É no interior, que tanto se poderia chamar de alma ou de espírito, que está a fonte da sabedoria que ansiamos encontrar nas escolas e nos veículos de comunicação.
Visitamos bibliotecas, museus, sítios arqueológicos em busca de informação e quase nunca nos damos conta de que o que buscamos com tanta intensidade está dentro de nós.
É por via da intuição que recebemos as melhores informações para conduzir nossa vida em plenitude, na percepção dos dons que nos afloram e que nos conduzem a uma manifestação de vida mais intensa e verdadeira, pois estão em consonância com nossa real natureza em evolução.
Quando pomos esses dons a serviço da humanidade, nos realizamos como seres divinos, pois o conhecimento e os nossos dons provêm de Deus, não nos pertencem, são da humanidade.
Quando deixamos que esse conhecimento passe autenticamente a fazer parte de quem somos, evoluímos e alcançamos a tão almejada sabedoria que nada mais é que deixar que Deus se manifeste em nós fluindo por meio de nossos atos.

Sobre a Criação


Uma das perguntas que mais nos intrigam é sobre nossa origem: de onde viemos?
Há quanto tempo existimos? Dentro de uma visão simplista defendida pelas igrejas cristãs, nascemos de um pai e uma mãe e fomos abençoados por Deus que nos fez nascer como uma alma eterna, entretanto de duração efêmera diante da eternidade.
Que razão teria um Deus ao nos fazer viver uma vida física de tempo irrisório para depois viver eternamente as conseqüências dessa efêmera vida?
Nunca estudei teologia, mas precisaria de um argumento muito sólido para poder admitir tal realidade. Quando me ponho a pensar no assunto, o que me ocorre é algo bem mais lógico. Se somos eternos, sempre existimos, ou nessa forma atual ou numa forma prévia que sofreu uma mutação.
Se fomos criados por um Deus, então existíamos na mente desse Deus como uma idéia. Se habitávamos a mente de Deus, então éramos parte de Deus desde que ele existe, se ele é eterno, igualmente o somos.
Quando nos individualizamos? Quando tomamos consciência de quem somos?
Penso na macieira e suas maçãs vermelhas. Enquanto no pé, a maçã também é macieira, assim como suas folhas, seus ramos e suas raízes.
Quando a colhemos passamos a chamá-la somente de maçã, algo que veio da macieira.
A maçã deixou de ser macieira só porque foi separada de seu corpo inicial?
Podemos dizer que sim e que não. Sim, agora ela tem vida própria, não se nutre mais por meio de seu corpo original e morrerá, mas carrega em seu interior a semente que recomporá seu corpo original - a macieira - então não, ela não deixou de ser macieira, apenas mudou para uma condição excepcional e momentânea enquanto desfaz de sua forma harmônica de fruta madura e se deixa misturar à terra para renascer, como uma fênix.
E a nova macieira foi criada por quem? Posso dizer que por Deus por estar o processo contido nas leis universais e imutáveis, leis que são o próprio Deus em ação.
Isso não se parece conosco? Nos recriando por meio da reprodução sexuada? Sim, parece, mas também tem a reprodução assexuada, onde um corpo se reproduz sozinho, como é o caso da estrela-do-mar que se recompõe a partir da separação de uma de suas partes.
Deus criou a nova estrela, ou a estrela é a mesma se reproduzindo eternamente? E nós, independente da forma que somos gerados, não somos o mesmo Deus se materializando sucessivamente também na forma humana?
Se assim penso, então concluo que somos a expressão divina em carne e osso eternamente se expressando em miríade de faces.

E por que não tenho consciência disso? Com base no raciocínio exposto, posso pensar que é justamente esse o trabalho a ser elaborado com muita atenção durante uma encarnação: tomar consciência da minha divindade. Isso seria viver em conexão com o cosmo, seria crescer espiritualmente, seria tornar-me um com Deus.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Centenário de Machu Picchu


Patrimônio da Humanidade decretado pela Unesco, o sítio arqueológico de Machu Picchu, no Peru, foi descoberto em julho de 1911, pelo arqueólogo norte-americano Hiram Bingham.

Os europeus, muito antes de invadirem as Américas, já ouviam falar de um “El Dorado”, que seria uma cidade onde haveria muito ouro e prata e, provavelmente com a intenção de por a mão nesse tesouro, fizeram as incursões que ficaram gravadas na história como as descobertas das Américas.

O continente americano já era conhecido dos povos africanos e asiáticos desde muitos milênios. Por aqui circularam fenícios, egípcios e chineses que deixaram marcas gravadas em rochas à beira mar por onde passaram.

Tanto fenícios como chineses tinham ou produziram uma cartografia que incluía a América e foi com base nessas cartas que Cristovão Colombo e Pedro Álvares Cabral trouxeram seus navios até aqui. Os africanos conheciam as correntes marítimas que passando pela costa africana chegam à costa brasileira e foi seguindo essas correntes que Cabral chegou na Bahia, a estória de que Cabral se perdeu é conversa mole prá boi dormir.

O sonho dos espanhóis e portugueses era mesmo apropriarem-se dos tesouros cuja existência ouviam falar. Estabelecidos no Brasil fizeram incursões ao interior com esse objetivo. Nossos índios do litoral conheciam a lenda de uma terra muito rica, com templos cobertos de ouro e prata que ficavam no centro do continente. Foi com bases nessas lendas que Cabeza de Vaca e Aleixo Garcia partiram de Santa Catarina para encontrar o Império Inca e seus tesouros. Aleixo Garcia foi quem trouxe a confirmação da existência de um império rico em ouro.

Hiram Bingham também motivado pela possibilidade de encontrar esses tesouros, financiado pela empresas National Geographic e Kodac, embrenhou-se nas matas peruanas e encontrou uma cidade a qual deu o nome da montanha onde se encontrava, Machu Picchu.

O verdadeiro nome da cidade não se sabe nem a que ela servia, as pesquisas arqueológicas apontam para a possibilidade de ter sido um refúgio para imperadores Incas perseguidos pelos espanhóis.

Machu Picchu, como outros sítios arqueológicos que encontrei no Peru e no Egito, deu-me a impressão de ser muito mais antiga do que a história oficial registra.

O Império Inca, de curta duração, teve seu apogeu entre os anos 1438 e 1533, quando dominou um extensa área desde o Equador até o Chile e Argentina, ou seja quase toda a Cordilheira dos Andes.

O que vemos no Peru como vestígios do Império Inca, na verdade são vestígios das civilizações que ocuparam os Andes desde muitos milênios, desde que cidades andinas eram colônias atlantes.

Por que penso assim? Confira os vestígios de civilizações antigas em torno do Oceano Atlântico. Percorramos a Europa, África e Américas e o que veremos? Construções megalíticas com as mesmas características de corte e encaixe, a mesma técnica de construção de templos demonstrando que uma só cultura permeava as intenções motivadoras de tais obras.

Em todas as ruínas, o mesmo traço arquitetônico, característico de uma mesma civilização. A monumentalidade presente em todas as ruínas deixa claro que todas serviam a uma mesma filosofia existencial.

Para que servia a cidade encoberta por quatrocentos anos pela selva tropical? Quantas ampliações a cidade original recebeu? Quanto tempo se passou entre sua fundação e o Império Inca? São perguntas que ainda não podemos responder, mas creio que essas informações ainda virão à tona com o avanço da ciência e com a mudança de mentalidade sobre a sua real origem. Creio ser necessária uma mudança da mentalidade que norteia a ciência para que possamos avançar na descoberta de nossa real ancestralidade.

Lembra do livro La planète des singes, cuja estória serviu de base para o roteiro do filme “O Planeta dos Macacos”? Na minha mente causou um salto quântico na compreensão de quem somos. O que tal estória causou em você?

Estamos comemorando 100 anos da descoberta de Machu Picchu. Estamos desfolhando uma cebola, lentamente, mas vivemos um processo de evolução que entrou nos últimos cinqüenta anos numa velocidade exponencial que me deixa excitado com as possibilidades do que possa vir à tona ainda nessa minha experiência carnal.

Há poucos dias soube que arqueólogos com base em imagens captadas de satélites, acreditavam ter encontrado uma cidade na Espanha com as características que Platão atribuía a cidade atlante que ele descreveu em sua obra “Timeu e Crítias”. Acreditam os cientisitas que tal cidade deva ser uma colônia atlante.

O governo peruano vai fazer em julho deste ano uma grande festa para comemorar os 100 anos da descoberta de Machu Picchu. Em silêncio vou orar para que a verdade se estabeleça.