segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sobre a Paciência


A paciência é a mãe de todas as virtudes.
Trabalhar em prol da paciência em nós é um caminho que nos assegura uma vida mais saudável e satisfatória, pois essa virtude nos coloca numa posição muito confortável diante dos outros. Na paciência ganhamos tempo, clareza, serenidade e, por consequência, saúde mental e física.
Aprender a não ter pressa em elaborar julgamentos e, dessa maneira reagir com mais prudência, possibilita-nos  sair dos embates diários com menos desgaste energético. Além disso, com a possibilidade de manter os laços de amizade e confiança inalterados.
A pressa em resolver, com base em julgamentos superficiais, nos leva quase sempre a agir por impulso e não com sabedoria.
Agir com cautela significa dar tempo para que nosso consciente processe as informações disponíveis em várias faixas vibratórias.
Quanto mais apostamos nessa experiência, mais o banco de dados de que dispomos se torna mais acessível. Com um amplo espectro de possibilidades, temos mais possibilidades de agir acertadamente e tudo começa com um pouco mais de paciência conosco mesmos.
A falta de paciência é um dos males psicológicos mais generalizados na atualidade.
Em épocas anteriores, a vida humana corria sem a pressa, as preocupações e as exigências do presente. Os trabalhos rurais, o artesanato e as próprias funções de estado, desempenhavam-se sem a pressão do tempo. O relógio, tortura do mundo atual, não inquietava o homem, cuja existência se desenvolvia sem as demandas da urgência.
Os progressos técnicos que depois sobrevieram, os conflitos trabalhistas, o declínio da moral e, finalmente, a luta pela existência, deram origem às inúmeras complicações que gora perturbam a vida.
Com o crescente desenvolvimento material, cujos avanços estimulantes nos surpreendem a cada dia, aumentaram, também, é inegável, as dificuldades e problemas que enfrentamos hoje, os quais ao excitarem o ânimo do homem, o fazem cair, irremediavelmente, na impaciência.
Em tal estado, qualquer demora ou inconveniente vinculado à preocupações, ou responsabilidades, fazem explodir o indivíduo que a ninguém perdoa, menos ainda ao causador do dano – verdadeiro ou suposto – a quem atribui, naturalmente, tudo o que poderia advir em prejuízo de sua pessoa ou de seu interesse.
Inegavelmente, justifica-se que a impaciência se tenha convertido numa deficiência generalizada, que fustiga o perturba o sistema nervoso do homem.
A impaciência adquire, frequentemente, caráter de obsessão. Quando atinge a tal extremo, qualquer espera por curta que seja, assume perfis de tragédia.
O impaciente é escravo do tempo, desse tempo fantasmagórico que nada tem a ver com o autêntico, que tão a miúdo o homem dissipa em banalidades por desconhecer seu valor real.
A paciência é uma das virtudes mais valiosas e também mais difíceis de alcançar. Entretanto alcançá-la não é impossível seguindo-se rigorosamente o processo da compreensão, adestramento e realização que a colocará ao alcance.