Há momentos na vida em que nos encontramos numa encruzilhada. Buscamos a
solução para uma situação e não a encontramos. Pesamos prós e contras e nada.
Pregam todas as correntes filosóficas que é hora de introspecção, de
consultar o sábio que há dentro de todos nós.
Se já vivemos a mesma situação antes, encontraremos lá dentro o
resultado de nossa decisão, mas se o embate é novo, como saber qual caminho
tomar?
O que pesa de um lado, o que pesa do outro?
Quem aposta em cada lado? O coração, a mente, o ego, a alma?
É preciso organizar a situação e dar nome aos bois, quem em mim quer
seguir um caminho e quem em mim quer seguir o outro?
Somos hoje o resultado de todas as nossas experiências e decisões do
passado; passado recente e passado remoto.
E o que temos pela frente?
A eternidade.
Sim, temos a eternidade, para carregar o resultado da experiência e da
decisão. Se ela for boa, há de somar positivamente na qualidade do Ser que nos
tornamos a cada nova experiência. Se ela não for boa, ficará o registro para
que possamos comparar quando ela retornar. Sem culpa.
Toda experiência carnal tem como objetivo nos proporcionar a
oportunidade de avançar em nossa consciência de quem somos: Filhos de Deus,
perfeitos como o Pai.
Sim porque filho de peixe, peixinho é! Não faria Deus um filho
imperfeito, até porque não é da natureza dele fazer algo imperfeito.
E então? Direita ou esquerda? Para cima ou para baixo? Que dilema!
Caso queiramos, conscientemente, apostar numa alternativa para ver no
que vai dar; perfeito! Mas, e se bater o medo de errar?
Medo é algo tão natural no ser humano; afinal, é o que nos mantém vivos.
Mas, nos ensinaram que errar é errado. Bom, aí cabem várias alternativas e uma
delas é o psicólogo. Mas caso queiramos nos responsabilizar por nossos atos –
uma atitude de gente grande – esqueçamos o medo e o psicólogo e cacifemos!
No entanto, se esse sentimento que parece medo na realidade for lembrança
de uma pretérita aposta equivocada, então cabe esperar e pensar mais um pouco.
Avaliar os prós e contras e se os contras forem, realmente, mais
significativos em termos de honestidade conosco mesmo, cabe então abdicar do
pleito.
A renúncia quando fundamentada nos princípios mais sagrados do homem,
aqueles que nos colocam em harmonia com as Leis do Universo, resultando na
honestidade consigo mesmo, é um ato de bravura, de coragem e de amor por si e
pelo outro.
Nunca pode ser considerado um ato de derrota, mas de vitória sobre si
mesmo, dominando o dragão da carne e do mundo mágico da ilusão.
Mas é preciso, além de coragem, firmeza nessa aliança com o divino que
habita cada um de nós.
Essa aliança nos proporcionará o alívio e a grata convicção de ter dado
o passo certo.
Ama ao próximo como a ti mesmo, já dizia o Nazareno.