“Não
é boa a árvore que dá maus frutos, nem má árvore a que dá bons frutos; pois
cada árvore é conhecida pelo seu próprio fruto.” (Lucas, VI:43-45)
Na busca pelo autoconhecimento - recomendado como caminho
para a evolução já na antiga Grécia - viemos tentado descobrir quem somos, de
onde viemos e para onde vamos.
Estamos sempre com os olhos voltados para fora em busca
de uma informação, uma pista, um caminho que nos leve à resposta dessas
transcendentais questões.
Não temos, no ocidente, a cultura do silenciar, da introspecção,
do perceber-se. Porque fomos instruídos por nossos pais a estudar em escolas e
livros, mais modernamente, também, na internet, formamos uma consciência de
quem somos como indivíduo e coletividade com essas informações externas.
Entretanto esse manancial de informações nos leva tão
somente a formar e reconhecer nosso ego, a persona que construímos desde que
nascemos.
Somente os outros percebem, pelos nossos atos e
manifestações verbais e não verbais quem verdadeiramente somos.
Somos reconhecidos pelo que damos ao mundo. Mas... o que
damos ao mundo? As laranjeiras dão laranjas, as galinhas dão ovos e as abelhas
dão mel. E assim cada espécie de todos os reinos retornam ao Universo aquilo
que dele e da Terra recebem, elaborado dentro de si mesmo, constituindo a sua
natureza, a sua essência.
Como uma usina, recebemos a energia divina que adentra
por nossos chakras, fortalecemos nossos corpos físico e energéticos, e devolvemos
ao Universo elaborada, frutificada.
Então eu me pergunto: Qual o meu fruto? O que devolvo ao
Universo? O que o Universo espera de mim?
Lembro que vim a este planeta com o desejo de fazer uma
experiência emocional, ampliando minha consciência divina e minha maneira
particular de amar, mas não me atenho ao que está sendo exsudado de mim.
Ao rever minhas atitudes e minhas atividades posso
perceber o que faço prazerosamente, o que me faz feliz, o que é reconhecido
pelos outros como algo genuíno em mim e que trás ao mundo uma contribuição,
mesmo que pequena aos meus olhos.
Assim como as laranjeiras não chupam suas laranjas, os
meus frutos também vem ao mundo não para me alimentar, mas para alimentar,
alegrar, ajudar, confortar, complementar e dar satisfação aos outros. Esses os
meus bons frutos.
Claro que meu lado sombra também pode trazer à luz maus
frutos e por isso preciso estar atento para perceber o resultado dos meus atos,
o que eles me proporcionam enquanto elaborados e ofertados ao mundo.
Sinto alegria, amor, contentamento, ou tristeza, desanimo
e desconforto?
Estando “sempre alerta” posso começar a perceber qual
minha missão na Terra, quais são os meus dons que podem estar conscientes ou
inconscientes.
Meus dons representam aquilo que tenho de bem resolvido,
meu lado luz, minha razão de estar aqui e que elaborados em plenitude geram os
bons frutos, razão última de minha passagem por esse planeta.
Adilson Maestri
Adilson Maestri