Vejo
no noticiário um vulcão no Chile em erupção por mais de dez dias. As cinzas
cobrindo estradas, campos, lagos e muitas almas.
O
noticiário mostra os estragos materiais causados, mas em nenhum momento fala
dos sentimentos dos moradores das cidades próximas. Não fala do medo, da
angústia e dos fantasmas que rondam aquelas mentes.
De
longa data, na casa dos milhares de anos, fala-se em final dos tempos, em
mudança de ciclos com muito terror, com os céus despedaçando-se sobre a Terra
em miríades de rochas, cinzas, fogo, água, insetos e tantas outras formas de
soterrar a humanidade, que um mito se instalou em todas as mentes como sendo
algo provável, o fim dos tempos.
Vivemos
um momento propício para nos deixarmos levar por essa onda apocalíptica, afinal
temos acompanhado em tempo real tsunamis, temporais arrasadores, ventos
devastadores, e ultimamente vulcões e terremotos de altos graus de magnitude
deixando a todos perplexos com os estragos causados.
Além
disso vemos mentes desajustadas disparando suas metralhadores e fuzis sobre
inocentes e também impropérios sobre tudo e todos nas redes sociais.
Os
textos, apresentados à humanidade como obras sublimes de inspiração divina,
falam num ajuste de contas dos homens com Deus após um tormentoso desfecho da
vida inteligente na Terra.
Nesse
contexto é natural que todos possam olhar esses acontecimentos como prenúncio desse
tão propalado advento.
Recentemente,
cerca de poucas décadas, tomamos conhecimento dos registros maias sobre os
movimentos dos astros, nos mostrando que a Terra percorre uma trajetória
elíptica por 26.000 anos, evoluindo em quatro etapas, acompanhando o Sol em
torno de Alcione.
Nesses
períodos a Terra passaria por ciclos onde a natureza estaria em expansão e
ciclos onde a natureza estaria se refazendo.
A
Kali Yuga é um período que aparece nas escrituras hindus.
É a última das quatro etapas que o mundo percorre. Escrituras como o Mahabharata e
o Bhagavata Purana apresentam a Kali Yuga
como uma era de crescente degradação humana, cultural, social, ambiental e
espiritual, sendo, simbolicamente, referida como a Idade das
Trevas porque, nela, as pessoas estão tão longe quanto possível de Deus.
Observando
os registros da sabedoria humana vejo nossa evolução passando por ciclos
sucessivos acompanhando os movimentos do planeta, coerente com a ideia cristã de
um Deus imparcial que emana seu amor para um Universo em movimento.
Dessa
maneira assisto ao telejornal e recebo as notícias de degeneração moral, de
vulcões e tsunamis como algo perfeitamente dentro do contexto humano, como
parte da evolução do ser que se recicla e para tanto precisa passar pela
prensa, pela depuração dos resíduos e por nova moldagem.
Volto
meus olhos para o Evangelho de Jesus e entendo que é hora de cuidar de mim, de
avaliar as minhas apostas, minhas escolhas e ficar atento aos desdobramentos
desse amadurecimento da fruta, prestes a cair do pé para que sua semente
germine uma nova planta.
Hora
de orar e vigiar, cuidando para não entrar nas ondas de terror que assolam as
mídias e a agonia dos homens.