Nós
colocamos gente demais na cadeia, mas se parássemos para pensar, descobriríamos
de onde vem a violência. Como é a nossa sociedade? Como as nossas famílias são
organizadas? O que é ensinado em nossas escolas? Por que temos que colocar toda
a culpa nos jovens? Por que não podemos reconhecer nossa própria co-responsabilidade?
Os
jovens agridem a si mesmos e aos outros porque a vida não tem sentido para eles.
Se continuarmos a viver dessa forma e a organizar a sociedade como fazemos,
continuaremos a produzir milhares de jovens que precisam ser aprisionados.
Ao
contemplar nossos filhos, vemos os elementos que os produziram. Eles são como
são porque nossa cultura, economia, sociedade e nós mesmos somos do jeito que
somos. Não podemos simplesmente culpar nossos filhos quando as coisas não dão
certo. Muitas causas e condições contribuíram. Quando soubermos transformar a
nós mesmos e a sociedade, nossos filhos também se transformarão.
Os
jovens aprendem a escrever, a ler, aprendem matemática, ciências, e outras matérias
na escola para ajudá-los a ganhar a vida, mas poucos currículos escolares
ensinam os jovens a viver – como lidar com a raiva, como reconciliar conflitos,
como respirar, sorrir, como transformar as formações interiores.
A
educação necessita de uma revolução. Precisamos incentivar as escolas a ensinar
a seus alunos a arte de viver em paz e harmonia. Não é fácil aprender a ler,
escrever ou resolver problemas matemáticos, mas as crianças conseguem.
Aprender
a respirar, sorrir e transformar a raiva também pode ser difícil, mas é
possível. Se ensinarmos as crianças valores adequados, quando elas tiverem
apenas doze anos já saberão viver em harmonia com as outras pessoas.
Thich
Nhat Hanh em A essência dos ensinamentos de Buda
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