segunda-feira, 13 de abril de 2015

Simplicidade Eletiva



Consumir é necessário; temos as coisas, dispomos de recursos para fazer uso deles. O consumo pode ser compreendido de forma positiva e sadia. Assim, gastar, utilizar, empregar, são formas consideradas positivas de consumir.
Entretanto, o consumir traz consigo, também, significados negativos, tais como dilapidar, gastar desenfreadamente, pois é possível usar de forma abusiva os recursos, ou depender deles de forma descontrolada, irracional e até patológica.
O desaparecimento das raízes morais faz do prazer o critério fundamental das suas escolhas. As necessidades não existem, mas passam a existir.
Como se sabe, os bens de consumo foram fabricados para não ter grande durabilidade, exatamente para favorecer uma constante busca de compra, mantendo sempre viva as leis de mercado feita pela procura e pela oferta. E a propaganda estimula o consumo, criando necessidades e levando as pessoas a consumir, alimentando a produção e o comércio.
O bem do grupo e da sociedade é de tal modo colocado em segundo plano que o indivíduo - com seus interesses e sua felicidade - se torna a única medida, o único referencial para tantas escolhas e decisões importantes.
Trata-se de uma sociedade onde não há limites. As pessoas são valorizadas enquanto possuidoras de coisas. O estilo consumista glorifica o luxo, o desperdício, o excesso e despreza a austeridade.
Além do consumo, a publicidade se encarrega de apresentar um modelo ideal de vida, um jeito de ser, na maneira de vestir-se, no tipo de lazer, etc. A posse representa, então, a totalidade do sucesso, também para mostrar o próprio status social, o prestígio obtido e o poder que se conseguiu. Quanto maior e mais caro for o bem possuído, tanto mais importância o consumidor possui. Eis porque o consumo deve ser ostentado por estes que entram nesta onda.
Pode-se deduzir, desta mentalidade idólatra e fugaz, o quanto estes estereótipos vão dando o ritmo e vão definindo o jogo da vida, marcado pela aparência e pela dissimulação.
O consumo como comunicação de uma imagem de si torna-se sinal de identidade. O consumo sempre tem valor comunicativo, sinal de privilégio de um grupo determinado. Vem à tona, então, a sociedade da imagem, da aparência e não a do ser. Mais imagem e menos substância.
Quem anseia por uma vida mais simples precisa encarar a situação de frente, sem subterfúgios. As pessoas vivem ocupadas demais, com excesso de bens, contas para pagar, por possuírem coisas demais.
Há quem diga: pare o mundo que eu quero descer! Pois bem, estes são candidatos à simplicidade, inimiga do consumismo. Vida simples não quer dizer uma pobreza auto-imposta ou ambições menos elevadas. Nem muito menos é uma existência vazia e enfadonha. A vida simples não subtrai nada de ninguém, mas até pode acrescentar qualidade e contentamento a quem a deseja.
Por isso, de maneira direta, responda: você tem coisas que não usa e estas coisas estão somente ocupando espaço? Então, livre-se delas! Sua agenda está tão cheia que você nem tem tempo para pessoas ou atividades que são importantes para você? Então aprenda a dizer não. Aprenda a estabelecer prioridades. Aprenda a dizer não sem complexo de culpa, sem remorso, mas com responsabilidade.
Você não é o salvador do mundo. Saiba dizer sim com responsabilidade e generosidade.
O Universo não conduz ninguém a uma vida estressada e complicada. As pessoas chegam lá sozinhas. Por isso, aprecie a simplicidade, aprenda a se divertir sem gastar muito. É possível viver bem sem tantos gastos. É preciso administrá-los e avaliá-los bem. A satisfação verdadeira não está em ter muito ou comprar muito.
Lembre-se: o que você é tem pouca semelhança com o que você possui

domingo, 12 de abril de 2015

O que você é?


De onde você pensa que veio?  Pensa que é simplesmente um amontoado desprezível de massa celular que evoluiu a partir de uma única célula?
Então quem é que escuta tão atentamente por detrás de seus olhos?  Qual é a essência que lhe dá sua unicidade e personalidade, seu caráter e seu "tempero", sua capacidade para amar, para abraçar, para ter esperança, para sonhar, e o poder de criar?
E onde você acumula toda a inteligência, todo o conhecimento, toda a sabedoria que manifesta, mesmo quando é uma criancinha? 
Você pensa que se tornou o que é meramente numa vida, e que é apenas um sopro na eternidade?
Tudo o que você é você se tornou na vastidão do tempo, ao viver vida após vida. E de cada uma dessas experiências de vida, você conquistou a sabedoria que ajudou a formular a unicidade e a beleza chamada você.
 Você não tem preço, é belo demais para ter sido criado por apenas em  um momento delimitado na eternidade do tempo.
Você pensa que seus pais o criaram? Eles são seus pais genéticos, porém não criaram você. Numa compreensão mais ampla, eles são seus irmãos amados e você é na verdade tão velho quanto eles,  pois todas as entidades foram criadas no mesmo momento.
Todas nasceram quando Deus, o grande e magnífico pensamento, contemplou e expandiu a si mesmo na resplandescência da luz.
Foi aí que você veio a existir; foi quando você nasceu. Seu verdadeiro pai é Deus, o Princípio Mãe-Pai de toda vida.
Você pensa que seu corpo é você?  Não é.
Seu corpo é apenas um disfarce que representa a essência invisível que é sua verdadeira identidade: a série de sentimentos-atitudes, chamada sua personalidade, que está dentro de sua incorporação. Pondere isso por um momento: o que você ama em outra entidade?
É o corpo? não, não é.
É a essência do outro que você ama, a personalidade invisível que jaz por detrás dos olhos.
O que você ama no outro é a essência invisível que faz o corpo funcionar, que faz os olhos cintilarem, que torna a voz melodiosa, que faz o cabelo brilhar e as mãos terem tato.
Seu corpo é na verdade uma máquina maravilhosa e refinada, mas não é nada sem aquilo que o faz funcionar, que é você.
O que você é não é sua corporificação, mas uma série de pensamentos ou sentimentos-atitudes que se apresentam como um ser-personalidade único.
E você alguma vez já viu seus pensamentos? Você já viu sua personalidade? E quanto ao seu riso, você pode ouvi-lo sem seu corpo ?
Você não concebe quão grande você realmente é, porque o que você é realmente é tão invisível quanto o vento. Do mesmo modo que eu sou um enigma para você, você o é para si mesmo o maior de todos os enigmas.
Você sabe o que é, sem seu fingimento ? Sem as máscaras que usa? Sem sua armadura de coração endurecido?
No âmago do seu ser, você é na verdade Deus.
Deus, o grande mistério da humanidade, nunca esteve fora de você.
Pois o que está por detrás de seus olhos, por baixo de sua fina roupa de linho, para além da ilusão de sua face, é a virtude invisível do pensamento chamada Deus, que faz você ser você.
O Deus dentro de você é a inteligência sublime que lhe dá crédito e poder de criar. É a maravilhosa força que mantém sua vida para sempre e sempre e sempre.
O corpo que você habita é uma criação magnífica de Deus. Ele foi criado de maneira tal que você, uma essência invisível de pensamento e emoção, pudesse interagir com a vida que você criou sobre este plano.
A criatura chamada homem foi criada simplesmente como um veículo através do qual Deus pudesse expressar-se de tal modo que, através dos sentidos da incorporação, todas as criações sobre este plano pudessem ser experienciadas e compreendidas.
O corpo foi criado para abrigar um sistema elétrico de variáveis de luz extremamente complexo que constituem o verdadeiro ser.
O que você realmente é não é o tamanho de seu corpo.
Você é uma pequena centelha de luz!  Na pequenez de seu ser está coletado tudo que você já foi desde que nasceu de Deus, seu Pai amado.
Você, o princípio-Deus, não é uma entidade de carne e osso. Você é uma energia de princípio de luz circular, chamejante e pura vivendo dentro de um corpo para obter o presente da vida criativa chamado emoção.
O que você verdadeiramente é, é aquilo que você habita, é o que você sente. Você é conhecido por suas emoções, não por seu corpo.
O que você é, realmente, é espírito e alma, uma entidade de luz e uma entidade emocional combinadas.
Seu espírito - esse pequeno ponto de luz - envolve todas as estruturas moleculares do corpo; portanto, ele abriga e suporta a massa de sua corporificação.
Sua alma grava e armazena - sob a forma de emoção - cada pensamento que você já formulou. É devido à coletividade única de emoções armazenadas dentro de sua alma que você tem um ego único.
O corpo que você habita é simplesmente uma carruagem, um veículo escolhido e refinado que lhe permite viver e brincar sobre o plano da matéria. Todavia, através de seu veículo você imergiu na ilusão de que seu corpo é quem você é.
Ele não é.
Assim como Deus não tem imagem, você também não tem.

Ramtha