Consumir é necessário; temos as coisas, dispomos de recursos para fazer uso deles. O consumo pode ser compreendido de forma positiva e sadia. Assim, gastar, utilizar, empregar, são formas consideradas positivas de consumir.
Entretanto, o consumir traz consigo, também,
significados negativos, tais como dilapidar, gastar desenfreadamente, pois é
possível usar de forma abusiva os recursos, ou depender deles de forma
descontrolada, irracional e até patológica.
O desaparecimento das raízes morais faz do
prazer o critério fundamental das suas escolhas. As necessidades não existem,
mas passam a existir.
Como se sabe, os bens de consumo foram
fabricados para não ter grande durabilidade, exatamente para favorecer uma
constante busca de compra, mantendo sempre
viva as leis de mercado feita pela procura e pela oferta. E a propaganda
estimula o consumo, criando necessidades e levando as pessoas a consumir,
alimentando a produção e o comércio.
O bem do grupo e da sociedade é de tal modo
colocado em segundo plano que o indivíduo - com seus interesses e sua
felicidade - se torna a única medida, o único referencial para tantas escolhas
e decisões importantes.
Trata-se de uma sociedade onde não há limites. As pessoas são valorizadas enquanto possuidoras de
coisas. O estilo consumista glorifica o luxo, o desperdício, o excesso e
despreza a austeridade.
Além do consumo, a publicidade se encarrega de
apresentar um modelo ideal de vida, um jeito de ser, na maneira de vestir-se, no tipo
de lazer, etc. A posse representa, então, a totalidade do sucesso, também para
mostrar o próprio status social, o prestígio obtido e o poder que se conseguiu.
Quanto maior e mais caro for o bem possuído, tanto mais importância o
consumidor possui. Eis porque o consumo deve ser ostentado por estes que entram
nesta onda.
Pode-se deduzir, desta mentalidade idólatra e
fugaz, o quanto estes estereótipos vão dando o ritmo e vão definindo o jogo
da vida, marcado pela aparência e pela dissimulação.
O consumo como comunicação de uma imagem de si torna-se sinal de identidade. O consumo sempre tem valor
comunicativo, sinal de privilégio de um grupo determinado. Vem à tona, então, a
sociedade da imagem, da aparência e não a do ser. Mais imagem e menos substância.
Quem anseia por uma vida mais simples
precisa encarar a situação de frente, sem subterfúgios. As pessoas vivem
ocupadas demais, com excesso de bens, contas para pagar, por possuírem coisas
demais.
Há quem diga: pare o mundo que eu quero descer!
Pois bem, estes são candidatos à simplicidade, inimiga do consumismo. Vida
simples não quer dizer uma pobreza auto-imposta ou ambições menos elevadas. Nem
muito menos é uma existência vazia e enfadonha. A vida simples não subtrai nada
de ninguém, mas até pode acrescentar qualidade e contentamento a quem a deseja.
Por isso, de maneira direta, responda: você tem
coisas que não usa e estas coisas estão somente ocupando espaço? Então,
livre-se delas! Sua agenda está tão cheia que você nem tem tempo para pessoas
ou atividades que são importantes para você? Então aprenda a dizer não. Aprenda
a estabelecer prioridades. Aprenda a dizer não sem complexo de culpa, sem
remorso, mas com responsabilidade.
Você não é o salvador do mundo. Saiba dizer sim
com responsabilidade e generosidade.
O Universo não conduz ninguém a uma vida estressada e
complicada. As pessoas chegam lá sozinhas. Por isso, aprecie a simplicidade,
aprenda a se divertir sem gastar muito. É possível viver bem sem tantos gastos.
É preciso administrá-los e avaliá-los bem. A satisfação verdadeira não está em
ter muito ou comprar muito.
Lembre-se: o que você é tem pouca semelhança com o que você possui.
Lembre-se: o que você é tem pouca semelhança com o que você possui.
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