segunda-feira, 29 de junho de 2020

A Justiça de Deus ou a Lei de Causa e Efeito?


No Caibalion*, entre as Sete Leis Herméticas temos a de Causa e Efeito.
"Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade, mas nenhum escapa à Lei".
Nada acontece por acaso, pois não existe o acaso, já que acaso é simplesmente um termo dado a um fenômeno existente e do qual não conhecemos a origem, ou seja, não reconhecemos nele a Lei à qual se aplica.
Esse princípio é um dos mais polêmicos, pois também implica o fato de sermos responsáveis por todos os nossos atos. No entanto, esse princípio é aceito por todas as filosofias de pensamento, desde a antiguidade. Também é conhecido como karma.
Em Gênesis temos: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra”.
Não vemos nessa citação bíblica que Deus tenha ordenado os homens a dominar outros homens.
Muito se ouve falar em justiça, na justiça dos homens e na justiça de Deus. Muitos clamam por justiça na Terra.
Lendo com atenção os textos acima e tudo o mais que a doutrina de Jesus nos ensina, penso que só há uma justiça: o retorno de nossa inserção, ou não, na Lei de Deus.
Há uma lei máxima que rege todo o Universo, que podemos traduzir na palavra “amor”. Essa Lei, que emana do Centro do Universo, cria e mantem tudo o que existe. Se nos mantemos dentro dessa Lei, tudo transcorre de maneira natural em nossas vidas. Crescemos pelo exercício do amor.
Quando inventamos de criar nossas próprias leis, temos que aguentar as consequências do que criamos que pode ser bom ou não.
Não podemos creditar nossas más escolhas a ninguém, somos os únicos responsáveis por nossas escolhas. Temos o Livre Arbítrio para isso.
Temos uma vida que se manifesta em contínuos corpos em diversos planos. Tudo o que fazemos, agrega ao acervo de nossa alma, ou espírito.
Vida após vida, vamos vivendo segundo as Leis de Deus e criando nossas realidades que ora são tranquilas ora pesadas, dependendo do que fizemos antes.
Sempre que saímos da ordem universal acarretamos o que os orientais chamam de Karma negativo, que é a carga energética desarmônica que agregamos ao contrariar a Lei de Deus e que precisa ser purgada de nossa alma. Assim, não podemos creditar a outros as dificuldades que vivemos na atualidade.
As dificuldades para as quais não encontramos respostas nessa existência pode ser essa carga negativa contraída no passado que decidimos purgar por meio das provações. Sempre bom lembrar que vivemos num planeta de padrão “Provas e Expiações”
Assim como escolhemos as experiências que necessitamos, precisamos respeitar as escolhas dos outros seres que caminham conosco no Universo. Se confortável ou desconfortável a experiência dos outros temos que aceitar a realidade e ajuda-los, caso nos peçam ajuda.
Sim, é necessário respeitar as decisões das outras pessoas de viverem dramas sofridos que elas mesmas escolheram para aprender algo de novo e assim crescerem como espíritos a caminho da luz.
Portanto não devemos acusar Deus nem ninguém pelas dificuldades que parte da humanidade enfrenta. A justiça divina está justamente em permitir que cada um se coloque no seu próprio caminho.
Há miséria de toda ordem, econômica, moral e política. Qual nossa participação na miséria que vemos em nós e fora de nós?
Quando escolhemos nossos representantes no congresso ou nos cargos de comando, estamos dando a eles o poder de conduzir o destino de uma nação.
A quem damos esse poder? Conhecemos profundamente suas intenções?
Se a condução dos destinos de uma nação a levam ao caos econômico ou moral, somos corresponsáveis pela situação. Portanto o que quer que aconteça conosco ou com a sociedade da qual fazemos parte, somos sempre responsáveis pelos resultados.
Prestando atenção a essa Lei do Retorno deixaremos de responsabilizar os outros, cônjuges, patrões ou dirigentes das nações, pela situação que nós vivemos.
O Universo sempre nos dá uma nova oportunidade de repararmos nossos erros. Cabe a nós estarmos atentos ao que acontece e nos consultarmos internamente quando precisarmos tomar novas decisões.

Adilson Maestri

* Caibalion (Kybalion, palavra que pode ser traduzida como tradição ou preceito manifestado por um ente de cima) é um livro esotérico sobre os Princípios Herméticos publicado em 1908.


Quanto Tempo Ainda lhe Resta?


Quanto tempo você acredita que viverá? Cem anos? Cinqüenta? Um? 
Seja quanto for, você provavelmente estará errado. Nosso tempo médio de vida é até possível de saber, mas uma média não é uma certeza. Um adolescente pode ter apenas mais quatro anos de vida, enquanto uma mulher de 70, pode ainda viver mais trinta e cinco. Já temos mais de 30 mil pessoas no Brasil acima dos 100 anos.
Hoje, com a expectativa média de vida disparando, há um número crescente de homens e mulheres com 70, 80 ou 90 anos, vivendo ainda como as pessoas de 60 viviam, há somente duas ou três décadas. 
Nelson Mandela ficou mais de dez anos sendo bloqueado ativamente pelo governo sul-africano e vinte sete anos na cadeia, por razões políticas. Aos setenta e dois anos começou tudo novamente, saindo da prisão, tornando-se presidente da África do Sul e mudando o país que liderou, além de entrar para a história do planeta. Ele nasceu em 1914.
Se Mandela escutasse sua família, ficaria em casa recebendo alguma pensão do governo, sentado. Pense em um homem de 72 anos que ficou preso metade da vida. A maioria das pessoas imagina que homens com esta idade, deveria estar pensando em que programas de TV vão assistir hoje.
Silvester Stallone (1946) filmou a série de Rock Balboa . Ele tem setenta e quatro, e ainda está fisicamente como, há algumas décadas, estariam os lutadores de metade da sua idade. Na verdade, sua forma física está tão boa quanto a de seu oponente.
Stallone  se escutasse os críticos, seria vendedor de bolinhos, no Central Park, e não um milionário ator que se diverte fazendo o que faz. 
Nem vou falar dos Rolling Stones, que têm um público de fãs que incluem os que ainda nem saíram da puberdade. Impensável há algumas décadas! Para cada um desses homens, e mulheres que também têm história similar, sempre houve a crença de que nem tudo o que você começa, termina, mas absolutamente tudo o que você termina, teve que começar. Comece agora. Não amanhã. Não ontem. Hoje.
Se você tem mais de cem anos, vá com calma! O mundo ainda chega lá. Se você tem mais de 70, não tenha calma nenhuma. Faça o que você tiver vontade de fazer. Se você tem entre vinte e setenta, não se importe com convenções sociais. Elas foram feitas por quem não tinha coisa melhor para fazer, além de falar da vida dos outros. Vá e faça. Já que vão falar de você, de qualquer jeito, arrisque-se a ir contra a maré. O mundo espera isso de você.
Se você tem menos de vinte, aprenda tudo o que puder, e agradeça por viver em um século no qual você está no início da vida, não no final.
 Não importa a idade que você tenha. É hora de começar algo novo. Nem tudo o que você começa, termina. Mas absolutamente tudo o que você termina, teve que começar. O que você vai começar hoje?



domingo, 14 de junho de 2020

Para Quem Tem Olhos de Ver





Quando , em 1999, fui pela primeira vez ao Peru, fiz escala em La Paz.
Vendo aqueles morros em torno do centro da cidade cobertos de barracos de tijolos sem reboco, tive um choque seguido de um insight: “não seria pelo processo político que alcançaríamos uma equidade social, mas sim por meio do desenvolvimento espiritual”.
Voltei para o hotel profundamente tocado com aquela realidade. Eu não conhecia o nordeste brasileiro ainda. Outro choque.
Desde então passei a prestar mais atenção nas atitudes e consequências dos processos políticos no Brasil e no mundo.
Compreendi que nenhuma ideologia em voga propunha o crescimento do indivíduo como Ser Humano, suas propostas contemplavam apenas a questão material, equiparando todos os homens como se fossem unidades produtivas.
Foi nessa época que ingressei e fui chamado a fazer palestras no Núcleo Espírita Nosso Lar. Precisei estudar o Evangelho Cristão para fazer uma palestra semanalmente com base no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Durante quatro anos estudei um capitulo por semana e voltava ao primeiro quando chegava ao final do livro, repetindo assim diversas vezes todo o conteúdo nele expresso por Allan Kardec.
Não há no Evangelho qualquer menção ao crescimento humano por via da política, nem pela igualdade material dos homens. A doutrina de Jesus propõe o crescimento individual por meio do autoconhecimento, do aprendizado e da prática da ética, do respeito pelo próximo e por si mesmo.
“Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” é a máxima do cristianismo.
Quando jovem, eu havia me deixado levar pela onda socialista que reina nas universidades e acreditava no equilíbrio sócio econômico que essa ideologia propugna. Cheguei mesmo a votar em candidatos socialistas que defendiam esse sistema de governo, mas que depois de entronados demonstraram que suas lutas eram tão somente pelo poder e pelo enriquecimento próprio e de suas famílias, envolvendo-se em processos de corrupção que antes denunciavam. Decepção que me ajudou a melhor compreender o que senti em La Paz.
Na década de oitenta participei ativamente de um grupo espírita que tinha o objetivo de desenvolver mediunidades e trabalhar em prol da limpeza energética planetária.
Nossos mentores, espíritos que haviam estado na Terra ao tempo do Antigo Egito, nos aparelharam para o trabalho mediúnico e nos instruíram sobre os processos, em transcurso no plano espiritual, da transição humana e planetária.
Disseram que veríamos a transição acontecer no plano material ainda nesta encarnação. Não acreditei. Entretanto venho observando o processo transcorrendo de forma acelerada desde então.
A separação do joio e do trigo que pensava eu aconteceria lá fora, longe dos meus olhos, vejo acontecer aqui, agora, muito próximo de mim. Tão próximo que mexe com meus sentimentos, ao ver pessoas por quem tenho amizade revelando-se manipuladas pelas trevas. Não percebem o equívoco, creio.
É muito difícil ver-me imerso nesse turbilhão e sendo provocado pelas forças ocultas das sombras a todo instante. Nunca foi tão imperioso estar com Deus no pensamento e no coração.
Estamos vivendo no Brasil esse processo das trevas unindo aliados de todos os matizes para impedir a ressurreição do amor, o crescimento individual em grupo daqueles que creem em Deus e vivem essa realidade aqui na Terra.
Mas eu creio que não estamos sós. As consciências superiores que guardam o planeta certamente estão atentas para o que transcorre aqui e estão descortinando véus para que quem tenha olhos de ver, veja.

Adilson Maestri