Quando , em 1999, fui pela
primeira vez ao Peru, fiz escala em La Paz.
Vendo aqueles
morros em torno do centro da cidade cobertos de barracos de tijolos sem reboco,
tive um choque seguido de um insight: “não seria pelo processo político que
alcançaríamos uma equidade social, mas sim por meio do desenvolvimento
espiritual”.
Voltei para o hotel
profundamente tocado com aquela realidade. Eu não conhecia o nordeste
brasileiro ainda. Outro choque.
Desde então passei a
prestar mais atenção nas atitudes e consequências dos processos políticos no
Brasil e no mundo.
Compreendi que nenhuma
ideologia em voga propunha o crescimento do indivíduo como Ser Humano, suas
propostas contemplavam apenas a questão material, equiparando todos os homens
como se fossem unidades produtivas.
Foi nessa época que
ingressei e fui chamado a fazer palestras no Núcleo Espírita Nosso Lar.
Precisei estudar o Evangelho Cristão para fazer uma palestra semanalmente com
base no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Durante quatro anos
estudei um capitulo por semana e voltava ao primeiro quando chegava ao final do
livro, repetindo assim diversas vezes todo o conteúdo nele expresso por Allan
Kardec.
Não há no Evangelho
qualquer menção ao crescimento humano por via da política, nem pela igualdade
material dos homens. A doutrina de Jesus propõe o crescimento individual por
meio do autoconhecimento, do aprendizado e da prática da ética, do respeito
pelo próximo e por si mesmo.
“Ama a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a ti mesmo” é a máxima do cristianismo.
Quando jovem, eu havia me
deixado levar pela onda socialista que reina nas universidades e acreditava no
equilíbrio sócio econômico que essa ideologia propugna. Cheguei mesmo a votar
em candidatos socialistas que defendiam esse sistema de governo, mas que depois
de entronados demonstraram que suas lutas eram tão somente pelo poder e pelo
enriquecimento próprio e de suas famílias, envolvendo-se em processos de
corrupção que antes denunciavam. Decepção que me ajudou a melhor compreender o
que senti em La Paz.
Na década de oitenta
participei ativamente de um grupo espírita que tinha o objetivo de desenvolver
mediunidades e trabalhar em prol da limpeza energética planetária.
Nossos mentores, espíritos
que haviam estado na Terra ao tempo do Antigo Egito, nos aparelharam para o
trabalho mediúnico e nos instruíram sobre os processos, em transcurso no plano
espiritual, da transição humana e planetária.
Disseram que veríamos a
transição acontecer no plano material ainda nesta encarnação. Não acreditei.
Entretanto venho observando o processo transcorrendo de forma acelerada desde
então.
A separação do joio e do
trigo que pensava eu aconteceria lá fora, longe dos meus olhos, vejo acontecer
aqui, agora, muito próximo de mim. Tão próximo que mexe com meus sentimentos,
ao ver pessoas por quem tenho amizade revelando-se manipuladas pelas trevas.
Não percebem o equívoco, creio.
É muito difícil ver-me
imerso nesse turbilhão e sendo provocado pelas forças ocultas das sombras a
todo instante. Nunca foi tão imperioso estar com Deus no pensamento e no
coração.
Estamos vivendo no Brasil
esse processo das trevas unindo aliados de todos os matizes para impedir a
ressurreição do amor, o crescimento individual em grupo daqueles que creem em
Deus e vivem essa realidade aqui na Terra.
Mas eu creio que não
estamos sós. As consciências superiores que guardam o planeta certamente estão
atentas para o que transcorre aqui e estão descortinando véus para que quem
tenha olhos de ver, veja.
Adilson
Maestri
Magnífico irmão 👏
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