domingo, 14 de junho de 2020

Para Quem Tem Olhos de Ver





Quando , em 1999, fui pela primeira vez ao Peru, fiz escala em La Paz.
Vendo aqueles morros em torno do centro da cidade cobertos de barracos de tijolos sem reboco, tive um choque seguido de um insight: “não seria pelo processo político que alcançaríamos uma equidade social, mas sim por meio do desenvolvimento espiritual”.
Voltei para o hotel profundamente tocado com aquela realidade. Eu não conhecia o nordeste brasileiro ainda. Outro choque.
Desde então passei a prestar mais atenção nas atitudes e consequências dos processos políticos no Brasil e no mundo.
Compreendi que nenhuma ideologia em voga propunha o crescimento do indivíduo como Ser Humano, suas propostas contemplavam apenas a questão material, equiparando todos os homens como se fossem unidades produtivas.
Foi nessa época que ingressei e fui chamado a fazer palestras no Núcleo Espírita Nosso Lar. Precisei estudar o Evangelho Cristão para fazer uma palestra semanalmente com base no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Durante quatro anos estudei um capitulo por semana e voltava ao primeiro quando chegava ao final do livro, repetindo assim diversas vezes todo o conteúdo nele expresso por Allan Kardec.
Não há no Evangelho qualquer menção ao crescimento humano por via da política, nem pela igualdade material dos homens. A doutrina de Jesus propõe o crescimento individual por meio do autoconhecimento, do aprendizado e da prática da ética, do respeito pelo próximo e por si mesmo.
“Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” é a máxima do cristianismo.
Quando jovem, eu havia me deixado levar pela onda socialista que reina nas universidades e acreditava no equilíbrio sócio econômico que essa ideologia propugna. Cheguei mesmo a votar em candidatos socialistas que defendiam esse sistema de governo, mas que depois de entronados demonstraram que suas lutas eram tão somente pelo poder e pelo enriquecimento próprio e de suas famílias, envolvendo-se em processos de corrupção que antes denunciavam. Decepção que me ajudou a melhor compreender o que senti em La Paz.
Na década de oitenta participei ativamente de um grupo espírita que tinha o objetivo de desenvolver mediunidades e trabalhar em prol da limpeza energética planetária.
Nossos mentores, espíritos que haviam estado na Terra ao tempo do Antigo Egito, nos aparelharam para o trabalho mediúnico e nos instruíram sobre os processos, em transcurso no plano espiritual, da transição humana e planetária.
Disseram que veríamos a transição acontecer no plano material ainda nesta encarnação. Não acreditei. Entretanto venho observando o processo transcorrendo de forma acelerada desde então.
A separação do joio e do trigo que pensava eu aconteceria lá fora, longe dos meus olhos, vejo acontecer aqui, agora, muito próximo de mim. Tão próximo que mexe com meus sentimentos, ao ver pessoas por quem tenho amizade revelando-se manipuladas pelas trevas. Não percebem o equívoco, creio.
É muito difícil ver-me imerso nesse turbilhão e sendo provocado pelas forças ocultas das sombras a todo instante. Nunca foi tão imperioso estar com Deus no pensamento e no coração.
Estamos vivendo no Brasil esse processo das trevas unindo aliados de todos os matizes para impedir a ressurreição do amor, o crescimento individual em grupo daqueles que creem em Deus e vivem essa realidade aqui na Terra.
Mas eu creio que não estamos sós. As consciências superiores que guardam o planeta certamente estão atentas para o que transcorre aqui e estão descortinando véus para que quem tenha olhos de ver, veja.

Adilson Maestri

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