Afinal de contas o que é a fé? Que poder ela tem?
Jesus já nos ensinava que se tivéssemos fé moveríamos
montanhas, que as curas à sua volta não se davam pelo seu poder pessoal, mas
pela fé das pessoas.
Fé não é esperança, fé é certeza.
Na esperança acreditamos que alguém irá fazer algo por
nós, sejam homens, anjos, santos ou deuses.
Acreditar que o universo conhece nossa situação miserável
e que por caridade alguém nos olhará com piedade e nos tirará do buraco em que
nos encontramos é uma atitude pouco humilde.
Não somos o centro do Universo, todos à nossa volta estão
ocupados em suas lides diárias, cuidando de suas vidas, então precisamos, nós,
também, cuidar da nossa.
Se precisamos de ajuda, temos que dizer a alguém, ao mundo,
ao Universo que não conseguimos dar conta de nossas necessidades.
Ficar parado com o olhar de pedinte à espera que alguém
nos perceba, pode demandar tempo demais, sofrimento demais e desnecessário.
A fé pressupõe o comportamento ditado pela disposição
interior em favor de uma mudança, de uma transformação. A fé não aguarda
passivamente o mundo se mover em nossa direção, mas o movimento inverso, nós em
direção do mundo, dizendo mais do que queremos, mais do que somos.
Na fé estamos dizendo ao Universo quem somos: filhos de
Deus, perfeitos em essência, mas ainda nos descobrindo, construindo nossa
consciência e nossa identidade.
Na fé não pedimos, mas assumimos nosso desejo de ser o
que quisermos, assumimos nossa natureza humana em constante mutação.
Quando entendemos esse processo, a cura é só
consequência, pois no processo transformador de vir a ser estaremos sempre
melhorando todos os nossos atributos espirituais, aprimorando todas as faces do
nosso caráter.
A cura é a resposta que damos a nós mesmos que entendemos
o que estávamos precisando naqueles momentos de sofreguidão, dor e desespero.
O que era aquela ansiedade?
O que a dor estava nos dizendo?
Que alguma dor emocional não estava sendo atendida, que
alguns cuidados com o corpo não estavam sendo observados.
A dor é um grito de socorro da alma que veio ao mundo
para ser feliz.
Portanto a fé não pode ser crer no sobrenatural, no
milagre, mas no entrosamento perfeito entre a consciência e a sabedoria do
espírito, o deixar acontecer no plano material os ideais que nos trouxeram aqui.
Quando estamos no caminho da realização dos ideais do
espírito, estamos em harmonia com o Cosmos e a felicidade é nosso estado
natural.
Na desarmonia, adoecemos. Então o retorno passa pela
consciência da necessidade da harmonia.
A cura é questão de consciência e não de favores e a essa
consciência de quem somos e o poder que ela nos traz chamamos de fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário