"Desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina têm sido vistos claramente, sendo compreendido por meio das coisas criadas". Gênesis 1.1-2.1
Reconhece-se, em toda parte,
a presença e evolução do homem pelas suas obras. A existência dos homens primitivos
não se provaria unicamente por meio dos fósseis humanos: provou-a também, e com
muita certeza, a presença, nos terrenos daquela época, de objetos trabalhados
pelos homens. Um fragmento de vaso, uma pedra talhada, uma arma, um tijolo
bastou para lhe atestar a presença. Pela grosseria ou perfeição do trabalho,
reconhece-se o grau de inteligência ou de adiantamento dos que o executam.
Se, pois, achando-nos numa
região habitada exclusivamente por selvagens, descobrirmos uma estátua digna de
David, não hesitaremos em dizer que, sendo incapazes de tê-la feito os
selvagens, ela seria obra de uma inteligência superior à deles.
Pois bem, lançando o olhar
em torno de nós, sobre as obras da natureza, notando a providência, a
sabedoria, a harmonia que presidem a essas obras, reconhecemos não haver
nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa inteligência humana.
Ora, desde que o homem não as pode produzir, é lógico que elas são produto de
uma inteligência superior à humanidade.
A beleza importa. Fomos projetados para o
belo. A humanidade foi inserida no Cosmo, na beleza, na perfeição da lógica, no
equilíbrio das formas e cores. Nisto tudo há a presença do belo. Precisamos,
então, prestar atenção no que veio de nós através da cultura e da arte.
O ser humano intrinsecamente produz cultura.
Manifesta-se esteticamente nas letras, nas artes, nas ciências diversas. Vemos,
entretanto, em nosso tempo a arte sendo degradada, sem sentido e de mau gosto, na moda, nas performances ridículas que nada dizem e nas instalações que estão mais
preocupadas com pegadinhas estéticas do que com o fazer do artista. O belo
morre, pois não se vê Deus nas artes.
É fácil perceber, a feiura progride e avança. A
estética não traz harmonia e equilíbrio, agora traz ruptura e caos. No afã de
serem pós-modernos, os artistas materialistas e, portanto, desconectados de
Deus, deixam de lado a técnica e o belo, para colocarem um
pensamento pseudo-revolucionário, marxista, também nas artes.
Tudo que fazemos traduz a marca de Deus em nós. O
próprio fazer já é um impulso divino.
Em Deus, vivemos, nos movemos e existimos, disse Paulo a seus discípulos
no areópago grego.
Roger Scruton (professor de estética na
Universidade de Londres) é claro ao falar: “Então, a partir do século XX, a
beleza deixou de ser importante. A arte, gradativamente, se focou em perturbar
e quebrar tabus morais. Não é beleza, mas originalidade, atingida por quaisquer
meios e a qualquer custo moral, que ganha os prêmios. Não somente a arte faz um
culto à feiura, como a arquitetura se tornou desalmada e estéril. E não foi
somente o nosso entorno físico que se tornou feio: nossa linguagem, música e
maneiras, estão ficando cada vez mais rudes, autocentradas e ofensivas, como se
a beleza e o bom gosto não tivessem lugar em nossas vidas”.
Precisamos nos religar à arte. Não uma arte
religiosa, sacra e idólatra, mas uma arte que, sem intenção, fale aos homens
aquilo que Deus é: beleza, equilíbrio, perfeição em meio ao nosso caos.
Precisamos urgente buscar uma arte que mostre a
natureza de Deus e a dádiva dos dons aos homens.
Precisamos da beleza de Deus em nossas vidas,
agora!
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