quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

O Silêncio

 

Nós os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele.
Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles
nos transmitiram esse conhecimento.
"Observa, escuta, e logo atua", nos diziam.
Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes.
Observa os anciões para ver como se comportam.
Observa o homem branco para ver o que querem.
Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos,
e então aprenderás.
Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando.
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.
Em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho estão sempre tendo reuniões
nas quais todos interrompem a todos,
e todos falam cinco, dez, cem vezes.
E chamam isso de "resolver um problema".
Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir.
Nem sequer permitem que o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.
Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.
Se começas a falar, eu não vou te interromper.
Escutar-te-ei.
Talvez deixe de te escutar se não gostar do que estás dizendo.
Mas não vou te interromper.
Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste,
mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
Terás dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveriam pensar nas suas palavras como se fossem sementes.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas.
Muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.
Lakota

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Sim, Sou Cético

 


O resultado de tudo que aprendemos, desde que nascemos, forma o conjunto de crenças com as quais julgamos o que vemos, ouvimos e sentimos.

Esse juiz interno formado, por essa nuvem de crenças, limita a interpretação das experiências que vivemos. No momento que nos identificamos com uma situação ou modelo, nossas decisões sofrem influências daquele padrão.

Por mais que achamos que presenciamos a realidade, ela é constituída através do nosso sistema de crenças e valores. A realidade em si é percebida através das informações que obtivemos durante nossa trajetória. Passamos a crer naquilo que nossa mente nos diz ser a realidade e podemos nos acomodar a perceber a vida assim.

Quando um ser humano tem a propensão a crer, movido por algum motivo circunstancial, as faculdades da inteligência são afetadas em suas funções, pois se produz um adormecimento temporário da mente e ele passa a crer no que os outros dizem. Este hábito costuma ter efeitos danosos para a alma, porque, ao provocar a inércia da inteligência, pode levar ao fanatismo, que é a negação do juízo e do bom senso.

Sua causa real é a ignorância. Observa-se que quem tem essa propensão ao fanatismo revela um estado mental precário.

A propensão a crer é própria de quem não tem o hábito de pensar - e não quer pensar - um ser mentalmente acomodado, que, antes de decidir-se a investigar, por si mesmo, as questões que o preocupam ou lhe interessam, se mantém confiado na opinião dos outros.

Refratário ao estudo atento, sereno, reflexivo, sua opinião reflete sua incapacidade de pensar. É comum que esse tipo de ser humano, se mostre fanático por uma ideia, uma crença, etc., situação a que nunca chega o homem acostumado a pensar livremente, a raciocinar com amplitude, a formar para si um juízo das suas próprias percepções.

A falha tem, muitas vezes, origem na educação familiar, quando a criança não é incentivada a fazer uso de sua inteligência, para que possa discernir por si mesma, o real do irreal, o verdadeiro do falso, o sensato do absurdo, consentindo-se, ao contrário, que sua mente seja tomada pelas crenças, de fácil assimilação.

Os pais costumam dizer aos filhos o que é certo e o que é errado em vez de fazê-los refletir sobre o assunto. Só que os pais acreditam que o que pensam que é certo, é certo, pois foi isso que eles se acostumaram a ouvir.

Com essa propensão a crer o ser acaba por se tornar um adulto inseguro.

Quando envolvido em questões espirituais, acaba por caminhar sobre o tênue fio que separa o fanatismo da loucura.

O saber que se adquire, por meio do estudo e da experiência, põe o ser humano a salvo dos riscos a que o expõe esta danosa propensão.

É necessário preservar os valores, que são atemporais e que não se negociam. Esses sim são absolutos e não questionáveis. No mais, desconfio das ondas que, da mesma forma que surgem, desaparecem; dos fenômenos de popularidade que, como fogos de artifício, brilham por alguns minutos para se transformarem em fumaça; das lideranças que hoje estão na capa dos veículos de economia e amanhã nas páginas policiais; das tendências de comportamento com nomes esquisitos e que nunca se realizam. E por aí vai.

Sem o dogmatismo negativo, sim, eu sou um cético. No espírito questionador, o verdadeiro cético é aquele que não se contenta com as verdades aparentes, com as primeiras conclusões. Essas são pessoas que querem ir a fundo na discussão, ao limite das dúvidas, para só, então, realmente formar sua opinião, criar juízo sobre o assunto.

A palavra cético vem do grego, Skeptomai, que significa: examinar, investigar.

No ceticismo o espírito humano não pode atingir nenhuma certeza a respeito da verdade, o que resulta em um procedimento intelectual de dúvida constante.

Creio ser cada vez mais importante ser cético, como defesa contra as falsas verdades, que nos envolvem e podem levar a enormes enganos.

Como cético sempre olho com cuidado às afirmações que tendem aos polos, às posições radicais, principalmente em uma época em que tudo é tão fluido, tão instável.

Adilson Maestri

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A Indiferença

 

O que separa corações não é a distancia, é a indiferença.
Há pessoas juntas separadas por milhares de quilômetros e outras separadas vivendo lado a lado.
Muitas vezes nos importamos com o que acontece no mundo, nos sensibilizamos e pensamos até em fazer alguma coisa, mas nos esquecemos do que se passa ao nosso lado, na nossa casa, na nossa família e mesmo na vizinhança.
As pessoas se habituam tanta àquelas que convivem com elas que elas passam a não notá-las mais, a não dar mais importância.
Mas, se quisermos transformar o mundo, comecemos por transformar a nós mesmos.
Se quisermos entrar em combates para melhorar algo para o futuro, que esse combate comece dentro da nossa própria casa. Precisamos olhar os que estão ao nosso lado sempre com olhos novos.
Comunicar mais, destruir mais barreiras e construir mais pontes... Precisamos nos dar de coração a coração.
A melhor maneira de acabar com a indiferença de uma pessoa em relação a nós é amá-la... O amor transforma tudo.
Não permita que pessoas ao seu lado morram de solidão!
Não permita que elas sintam-se melhor fora de casa que dentro dela!
Dê atenção, dê do seu próprio tempo! Comunique-se! Assista menos televisão e converse mais... Riam juntos.
Há quanto tempo você não diz para a pessoa que vive ao seu lado que gosta dela?
Não se recupera tempo perdido, mas pode-se decidir não perder mais... Vamos amar os corações que nos cercam e tentar alcançar novamente aqueles que se distanciaram...
Há sempre tempo para se amar.
E se não houvesse, o próprio amor seria capaz de inventar...
Letícia Thompson

O Dia Em Que Eu Morri

Vou contar como tudo aconteceu.
A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.
Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.
Passei a não saber lidar com as mudanças.
Elas me aterrorizavam.
Depois vieram outras mortes.
Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.
Morri no dia em que meus lábios disseram, não.
Enquanto o meu coração gritava, sim!
Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina.
Morri no dia em que me entreguei à preguiça.
No dia em que decidir ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma.
Você pensa que não decide essas coisas?
Lamento. Decide sim!
Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.
Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim, apenas para não ficar só.
Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura.
Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor.
Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.
Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis.
A pior delas? Eu mesma.
Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões.
No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos.
Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei.
Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia.
Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor.
Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.
Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã.
Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou.
Ficou vazio… Sem história, música ou cor.
Não morri de causas naturais.
Fui assassinada todos os dias.
As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos.
Mas ainda assim foram decisões.
O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas.

Lígia Guerra


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

O Eixo Magnético e a Transição

Em 1831, James Clark Ross localizou o norte magnético em ilhas canadenses e, desde então, esse norte magnético vem marchando cada vez mais para o norte do planeta, e atravessou centenas de quilômetros somente nas últimas décadas. Enquanto isso, o oposto polar do sul magnético mudou pouca coisa nesse meio tempo.

Modelo Magnético Mundial teve de ser atualizado, pois o polo norte magnético da Terra está mudando mais rapidamente do que o normal.

O norte magnético é um dos "polos norte" que temos na Terra. Existe o "norte verdadeiro", o extremo norte do eixo de rotação do planeta e o norte magnético - o norte que nossas bússolas localizam –que é definido como o ponto no qual as linhas do campo magnético apontam verticalmente.

Atualmente, o ponto do norte magnético está se movendo a velocidade de 54 km por ano, sendo que, no ano 2000, essa velocidade era de 14 km/ano.

Quando na década de oitenta fui iniciado no espiritismo, os espíritos nos falavam da mudança da inclinação do eixo magnético e suas consequências para a humanidade. Não havia publicações científicas que corroborasse essa informação, entretanto nós acreditávamos e em razão disto venho ao longo desses 40 anos acompanhando o que é noticiado a esse respeito.

Diziam, entre outras coisas, que haveria uma redução significativa no número nascimentos ao ponto de não nascer mais ninguém. Essa informação fez com que alguns abandonassem o grupo, entretanto vemos nos últimos anos os casais terem cada vez menos filhos. Meu avô teve onze filhos, meu pai seis, eu três e meus filhos dois e um.

Vemos, nos últimos anos, grupos de materialistas fazendo campanhas - em alguns lugares com sucesso – pela legalização do aborto e vimos, pela TV, mulheres argentinas comemorando festivamente a legalização dessa barbárie no país vizinho.

Essa alteração no eixo magnético é a verdadeira causa das alterações climáticas que estamos vivenciando e que continuarão se intensificando até que o eixo magnético estabilize.

Pesquisas arqueológicas indicam que os polos se invertem ciclicamente e o aumento na velocidade no movimento do polo norte pode nos levar a uma nova inversão. As consequências disso seriam catastróficas, com as placas tectônicas movimentando-se com mais intensidade causando cataclismos sérios.

Concomitantemente estamos passando por um processo de mudança no contingente de seres que na Terra fazem suas experiências emocionais na busca de crescimento espiritual. Parece que as visões de João Evangelista estão em curso.

Hoje vemos muitos médiuns canalizando informações sobre essa mudança na qualidade dos espíritos que chegam e nas últimas oportunidades que os recalcitrantes estão tendo para acordar.

Vivemos um tempo em que tudo está vindo à tona, onde a mentira se revela com muita facilidade, onde o mau-caratismo fica cada vez mais evidente nas atitudes daqueles que por interesses escusos se alinham com as forças do mal. A tela da televisão parece um aparelho detector e revelador de mentiras.

Quanto mais nos esforçarmos para introjetar os ensinamentos dos mestres, vivendo cada vez mais em consonância com as Leis do Universo, mais facilmente e conscientemente passaremos com êxito por essa fase de transição planetária.

A hora é de cuidar de nossos quintais para colhermos as flores e frutos que viemos aqui buscar.

Adilson Maestri

Saiba mais em:https://canaltech.com.br/ciencia/o-norte-magnetico-da-terra-esta-mudando-rapidamente-o-que-isso-significa-132133/