“Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras”
(Mateus 16:27).
O Princípio de Causa e Efeito
(O Caibalion)
A
cada um será dado segundo as suas obras, ou seja, segundo o seu merecimento. A
felicidade ou a desgraça que acompanha o Espírito, nesta vida ou no plano
Espiritual, decorre unicamente de suas obras, daquilo que ele fez. Se agiu para
o bem, será agraciado; se agiu para o mal, sofrerá as consequências infelizes
de seus atos.
A Lei do Merecimento
Quando Jesus diz “segundo as suas
obras”, fica evidenciado que existe uma lei aplicável a todos nós, que é a Lei
do Merecimento. É o princípio bíblico de que “tudo o que o homem semear, isso também
ceifará” (Gálatas 6-7).
Ele não disse “segundo a sua fé”. Se as obras não tivessem influência sobre a sorte
futura do Espírito, jamais o Cristo teria deixado aquela lição. Tanto aqui,
como em muitos outros momentos, Jesus não colocou a fé, sem as obras, como balizadora da salvação.
Se a cada um é dado segundo as suas
obras, conclui-se que a forma como você vive retrata o seu mérito. Jesus
enalteceu o poder da fé para mostrar a capacidade que nós temos de fazer o bem.
E fazê-lo em proveito dos outros. A fé que nada faz, não possui mérito algum. O
louvor que nada produz, em favor do próximo, não traz beneficio para ninguém.
Em “O Céu
e o Inferno” de Allan Kardec temos:
1ª parte, capítulo V:4 - Em cada existência, uma
ocasião se depara à alma para dar um passo avante; de sua vontade depende a
maior ou menor extensão desse passo: franquear muitos degraus ou ficar no mesmo
ponto. Neste último caso, e porque cedo ou tarde se impõe sempre o pagamento de
suas dívidas, terá de recomeçar nova existência em condições ainda mais
penosas, porque a uma nódoa não apagada ajunta outra nódoa.
É, pois, nas sucessivas encarnações que a alma se
despoja das suas imperfeições, que se purga, em uma palavra, até que esteja
bastante pura para deixar os mundos de expiação como a Terra, onde os homens
expiam o passado e o presente, em proveito do futuro.
Contrariamente à ideia que deles se faz, depende de
cada um prolongar ou abreviar a sua permanência, segundo o grau de adiantamento
e pureza atingido pelo próprio esforço sobre si mesmo. O livramento se dá, não
por conclusão de tempo nem por alheios méritos, mas pelo próprio mérito de cada
um, consoante estas palavras do Cristo: “A cada um, segundo as suas obras”,
palavras que resumem integralmente a justiça de Deus.
1ª parte, capítulo VII-33: Em que pese à
diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o
código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:
1º - O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º - Toda imperfeição, assim como toda falta dela
promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e
inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio,
sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º - Podendo todo homem libertar-se das
imperfeições por efeito da vontade,
pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.
Se riqueza e pobreza são provas, qual delas é a
mais difícil?
Na
Doutrina Espírita
A riqueza e pobreza nada mais são que provas pelas
quais o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto, que é
o seu progresso. O Universo oferece a uns a prova da riqueza, e a outros a da
pobreza, para experimentá-las de modos diferentes. Aliás, essas provas são, com
frequência, escolhidas pelos próprios Espíritos, que, no entanto, nelas
geralmente sucumbem.
Ambas são provas muito difíceis, porque se na
pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador,
na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando,
com esse comportamento, seus objetivos.
Espíritos realmente evoluídos, tanto quanto os que
compreendem perfeitamente o significado da lei de causa e efeito, podem
solicitar a prova da pobreza como oportunidade para a purificação de qualidades
ou a realização de certas tarefas que a riqueza certamente prejudicaria. Em
muitas vezes, também, o mau uso da fortuna em precedente existência leva o
Espírito a pedir reencarnar numa condição oposta, com o que espera reparar
abusos cometidos e pôr-se a salvo de novas tentações.
A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da
paciência e da resignação. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da
caridade e da abnegação. É preciso que entendamos: a existência corpórea é
passageira e a morte do corpo priva o homem de todos os recursos materiais de
que eventualmente disponha no plano terrestre.
Pobres e ricos voltam, pois, à vida espiritual em
idênticas condições, o que mostra que a posição social do rico ou do pobre não
passa de expressão transitória. Compreendamos também que nenhuma das provas
constitui obstáculo à chamada salvação. Se isso ocorresse, Deus, que as
concede, teria dado a seus filhos um instrumento de perdição, ideia que repugna
à razão.
No tocante à riqueza é fácil perceber que, pelas
tentações que gera e pela fascinação que exerce, constitui, ela, uma prova
muito arriscada e até mais perigosa que a miséria.
Se ao reencarnarmos escolhemos nascer numa família sem
recursos financeiros, ficam, nessa escolha, implícitas as dificuldades que
teremos para nossa sobrevivência e as possibilidades de crescimento que essas
dificuldades nos oferecem. É provável que sejam exatamente essas dificuldades
que procuramos como oportunidades de reflexão e exercício para ampliação da
consciência da nossa filiação divina.
Os recursos parcos nos possibilitam entender o quão
pouco precisamos para viver e ser feliz. Muitos conseguem perceber e vivem em
plenitude focando sua existência na amorosidade e na alegria. Outros,
inconformados, agem e blasfemam contra Deus, clamam por justiça social, acusam
os mais ricos pela sua miserabilidade e não conseguem aproveitar a situação
para crescer espiritualmente.
O marxismo, filosofia nascida no ateísmo, na
indignação da ‘injustiça social” e em sentimentos inferiores como a inveja e o
ódio, capta para suas fileiras as
pessoas que não conseguem entender o que realmente se chama “Justiça Divina”
que elencamos acima. Usam a chamada “injustiça social” como mote para dar vazão
à sua interpretação sobre as diferenças sociais qualificando-se como
injustiçadas, exploradas e humilhadas pelos homens que souberam crescer
financeiramente e como empresários construíram a gigantesca oportunidade de
empregos para os bilhões de seres humanos trabalharem e assim terem seu
sustento na Terra.
Há os que não vivem na miséria, mas porque
aprenderam, dentro do cristianismo, que a caridade é uma ferramenta para o
crescimento espiritual, por terem sido doutrinados dentro da filosofia
marxista, não conseguem discernir o que veem do que está implícito na
experiência individual dos seres humanos que escolheram a pobreza como
ferramenta de crescimento.
Caem nas armadilhas do sentimentalismo e
acreditando que o que os move é a caridade, fazem coro com aqueles que buscam
somente o poder sobre as mentes desavisadas.
A cada um segundo as suas
obras, no Céu como na Terra, tal é a Lei da Justiça Divina.
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