O sol sempre foi a representação de Deus para o homem.
Com sua luz, o sol possibilita a vida sobre o planeta.
Por volta do ano 450 da era cristã ainda era comum os cristãos
prestarem homenagem ao sol. Domingo, o dia do descanso, era o dia do sol – em inglês sunday, o dia das orações nos templos.
Em diversas culturas espalhadas pelo mundo, a celebração da
passagem do ano ou das estações é feita com o intuito de estabelecer a renovação
do mundo e o revigoramento dos valores que agregam uma determinada civilização.
Da mesma forma, o Natal também incorpora esse mesmo princípio de
renovação ao celebrar o nascimento de uma das figuras centrais do cristianismo,
Jesus de Nazaré.
De fato, em diversas manifestações natalinas podemos também
enxergar a reafirmação desse mesmo valor.
Dessa maneira, podemos observar que os princípios natalinos se
configuraram em diferentes culturas ao longo do tempo.
Os mesopotâmicos, por exemplo, celebravam nessa mesma época o Zagmuk.
Segundo a tradição mesopotâmica, o fim do ano era marcado pelo despertar de
monstros terríveis a serem combatidos por Marduk, sua principal divindade. Durante
a festividade, um homem era escolhido para ser vestido e tratado como rei, para
depois ser sacrificado, levando todos os pecados do povo consigo.
Nas civilizações nórdicas, o Yule – festejado dia 21 de dezembro
– marcava, também, o retorno do sol.
Com a oficialização do cristianismo pelo império romano, várias
destas datas foram incorporadas com o propósito de ampliar o número de convertidos
à nova religião do Estado.
Nesse processo, o dia 25 de dezembro foi instituído como a data
em que se comemorara o nascimento de Jesus Cristo.
Várias analogias entre as tradições pagãs e os valores cristãos
oferecem uma grande proximidade entre os significados atribuídos a Cristo e as
divindades anteriormente cultuadas.
Assim como Jesus, Mitra era reconhecida como uma grande
divindade mediadora espiritual para os romanos. Da mesma forma, Jesus,
considerado “o messias”, teria a mesma função de conceder a salvação espiritual
a todos àqueles que acreditassem em seus ensinamentos por meio da conversão.
Com isso, a absorção dos princípios e referenciais religiosos da cultura romana
influenciou na ordenação das festividades e divindades do cristianismo.
A bíblia não especifica a data do nascimento de Jesus.
A data foi fixada pelo Papa Julius I em torno de 350DC.
Como já falei a data de 25 de
dezembro não é a data real do nascimento de Jesus.
A igreja entendeu que devia cristianizar as festividades pagãs que os
vários povos celebravam no solstício de inverno.
Portanto, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse
com a festividade romana dedicada ao "nascimento do Deus Sol Invencível",
que comemorava o solstício do inverno.
No mundo romano, a Saturnália
- festividade em honra ao Deus Saturno - era comemorada de 17 a 22 de dezembro;
era um período de alegria e troca de presentes.
25 de dezembro era tido também como a data do nascimento do misterioso deus
persa Mitra, o “Sol da Virtude”.
Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, o clero romano forneceu-lhes
simbolismos cristãos e uma nova linguagem cristã. As alusões dos padres
católicos ao simbolismo de Cristo como o “Sol de Justiça" (Malaquias 4:2)
e a "Luz do Mundo" (João 8:12) expressam o sincretismo religioso.
As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes
religiosos adotaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento
do Deus Sol Invencível" (natalis
invistis solis).
Com o crescimento do cristianismo o Natal conseguiu se
transformar em uma das suas principais datas a serem comemoradas pelos cristãos
de todo o mundo.
A ideia do que atualmente se chama de religião cristã existia
entre os antigos também, e nunca deixou de existir desde o começo da raça
humana. O clero sempre existiu. Todas as civilizações tinham e tem os seus sacerdotes.
Santo Agostinho, um dos pensadores mais notáveis dos primeiros
séculos da Igreja Católica disse que o Cristianismo foi criado a partir da
sabedoria que já estava implantada na mente dos homens.
A presença de Deus ou Essência Divina em todo ser humano é o
ensinamento essencial de todos os sistemas de crenças em todos os lugares.
Já era assim entre os sumérios, caldeus e egípcios e foi no Egito
que os gregos Sólon, Tales, Pitágoras e Platão aprenderam a doutrina da
encarnação, ou seja, de Deus encarnado no homem.
A diferença entre o que pregavam as religiões antigas e o
cristianismo é que a encarnação divina passou a ser concentrada num único homem
– Jesus.
Portanto: a história de Jesus é a historia de cada um de nós,
contendo não só as tentações e as cruzes que carregamos, mas também a
ressurreição, ou seja, a volta para a casa essencial.
Os estudos comparativos das religiões revelam que quase todas as
crenças tradicionais do mundo repousam em uma historia central de um filho
celestial que desce para o mundo de trevas, sofrendo, morrendo e ressuscitando,
antes de voltar ao seu mundo superior de origem.
Representada em um ritual dramático tocante, multifacetado, a
história nos diz que esse Rei/Deus conquista a vitória sobre seus inimigos, tem
um cortejo triunfante e é entronizado nas alturas.
Os pesquisadores dedicados ao estudo comparativo das religiões
fizeram listas de trinta a cinquenta desses avatares ou salvadores incluindo:
Osiris, Hórus, Krishna, Baco, Orfeu, Hermes, Adônis, Hércules, Atis e Mitra.
Durante a desintegração do império romano, muitas das populações
bárbaras que chegam até a Europa trouxeram consigo uma série de tradições que
definiam a sua própria identidade religiosa.
Nesse mesmo período, a expansão do Cristianismo foi marcada por
uma série de adaptações em que as divindades, festas e mitos das religiões
pagãs foram incorporados ao Universo Cristão.
Entre outros exemplos, podemos falar sobre a figura do Papai Noel,
que para os cristãos de hoje representa o altruísmo, a bondade e alegria que
permeia a celebração no nascimento de cristo. Contudo, poucos sabem de onde
essa figura barbuda e rechonchuda surgiu.
É justamente aí que as tradições religiosas pagãs nos indicam a
origem do famoso e celebrado “bom velhinho”.
No tempo em que os bárbaros tomavam conta do velho mundo,
existia uma série de celebrações que tentavam amenizar as rigorosas
temperaturas e a falta de comida que tomavam a Europa nos fins de dezembro. Foi
nessa situação em que apareceu a lenda do “Velho Inverno”, um senhor que batia
na casa das pessoas pedindo por comida e bebida. Segundo o mito, quem o
atendesse com generosidade desfrutaria de um inverno mais ameno.
A associação entre o Velho Inverno e São Nicolau apareceu muitas
décadas depois. De acordo com os relatos históricos, São Nicolau foi um monge
turco que viveu durante o Século IV. Conta a tradição cristã que este clérigo
teria ajudado a uma jovem a não ser vendida pelo pai, jogando um saco cheio de
moedas de ouro que poderiam pagar o dote de casamento da garota. Somente cinco
séculos mais tarde, São Nicolau foi reconhecido pela igreja como um santo.
A partir desse momento, o dia 6 dezembro passou a ser celebrado
como o dia de São Nicolau. Nesta data, as crianças aguardavam ansiosamente
pelos presentes distribuídos por um homem velho que usava os trajes de um
bispo. Foi a partir de então que a ideia do “bom velhinho” começou a dar os
seus primeiros passos.
Nos fins do Século XIX, o desenhista alemão Thomas Nast teve a
ideia de incorporar novos elementos à imagem do bom velhinho. Para tanto,
publicou na revista norte-americana “Harper’s Weekly” o desenho de um Papai Noel
que, para os dias atuais, mais se assemelhava a um gnomo da floresta. Com o
passar dos outros Natais, ele foi melhorando seu projeto original até que o
velhinho ganhou uma barriga protuberante, boa estatura e abundante barba
branca.
Mas foi em 1931 que Haddon Sundblom, contratado pela empresa de
refrigerantes “Coca-Cola”, bolou o padrão vermelho das vestimentas do bom
velhinho. Com passar do tempo, a popularização das campanhas publicitárias da
marca acabaram instituído o padrão.
Civilizações antigas que habitaram os continentes europeu e asiático no terceiro milênio antes de Cristo
já consideravam as árvores como um símbolo divino. Eles as cultivam e
realizavam festivais em seu favor. Essas crenças ligavam as árvores a entidades
mitológicas. Sua projeção vertical, desde as raízes fincadas no solo, marcava a
simbólica aliança entre o Céu e a Mãe Terra.
Na Assíria, a Deusa Semiramis havia feito uma promessa de que quem
montasse uma árvore com enfeites e presentes em casa no dia do nascimento dela,
ela iria abençoar aquela casa para sempre.
Entre os egípcios, o cedro
se associava a Osíris. Os gregos ligavam o loureiro a Apolo,
o abeto a Átis, a azinheira a Zeus.
Os germânicos colocavam presente para as crianças
sob o carvalho sagrado de Odin.
Nas vésperas do solstício de inverno,
os povos pagãos da região dos países bálticos
cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os
enfeitavam de forma muito semelhante ao que se faz nas atuais árvores de natal. Essa tradição
passou aos povos germânicos.
O primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis
Para nós, cristãos modernos, Natal é reflexão.
Quais reflexões propomos serem feitas no Natal?
1 – O que eu fiz pelo próximo neste ano?
2 – O que eu fiz pela humanidade nesta vida?
3 – O que eu tenho feito por mim?
Fraterno abraço e um Feliz Natal!
Dados do historiador Rainer Sousa
Edição Adilson Maestri
Adoro o sol. Muito bom.
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