terça-feira, 11 de agosto de 2015

Atores e Personagens

Nossa vida diária pode ser comparada à atuação em uma peça teatral, novela ou filme. Absorvemo-nos tanto em nossos papéis temporários que nos esquecemos, por completo, de nossa verdadeira identidade fora de cena.
Algumas pessoas estão fazendo o papel de nossos pais, outras estão atuando como nossos amantes e outras como nossos amigos ou inimigos, mas, na verdade, tudo isso é interpretação; nossa verdadeira identidade é diferente.
Nosso corpo não é nada além de um figurino, mas, iludidos, identificamo-nos com ele e tentamos nos relacionar com o mundo com base nessa fantasia. Os relacionamentos resultantes não são falsos; são reais, mas são temporários e, portanto, ilusórios.
Quando o filme acaba – quando a morte se faz presente – todos os diferentes relacionamentos que cultivamos durante nossa vida estarão acabados, e nosso verdadeiro eu, o espírito individualmente consciente, será transferido para uma nova situação.
Quando o filme acaba, o ator continua sendo a mesma pessoa, porém acrescida da experiência de seu trabalho, provavelmente um ator melhor qualificado para outras interpretações. 
Não podemos esperar que o ator (o espírito) continue sua vida pós-drama carregando os cacoetes e o nome do personagem. Ele volta a ser o quem ele é.
Quando desencarnamos, voltamos à nossa consciência de espírito e não olhamos para trás, pois o drama acabou, olhamos para frente, para o que nos reserva o Universo. Por isso ninguém volta para contar nada. É preciso esquecer o que vivemos para poder seguir em frente, senão ficaríamos presos aos personagens que desempenhamos aqui.
Existem atores de cinema que incorporam de tal forma seus personagens de sucesso que gravam novos filmes com o mesmo personagem. Os Rambos da vida, mas nós não precisamos voltar para viver duas ou mais vezes o mesmo papel.
Nossos laços familiares se desfazem e seguimos em frente cercados de nosso grupo espiritual.

Um comentário:

  1. É bom aprender a ouvir, escrever e ler, lidar melhor com nossos sentidos, atendendo ao chamado do espírito que precisa evoluir, frente a um grande desafio que é o autoconhecimento. Obrigado Ir. Adilson por essas palavras.

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