A cada noite, ao me deitar, paro para pensar no que fiz durante
o dia e o que não tive tempo ou desejo de fazer. Assim faço porque tenho por
premissa que minha vida é eterna, que terei tempo e oportunidade para realizar
todos os meus sonhos, desejos e ambições.
Claro
que estou considerando minha vida de espírito, que realmente é eterno, pois
enquanto persona minha vida é limitada e, por decisão do meu Criador, não
conheço sua durabilidade.
Sei
que existo porque penso, como enunciou René Descartes "Puisque je doute, je pense; puisque je pense, j'existe" , entretanto
não posso me assegurar que amanhecerei todos os dias.
Assim,
ao refletir diariamente sobre minha responsabilidade diante de mim, dos outros
e do Universo, vejo o quanto deixei para trás. O quanto a dúvida, a falta de
convicção, a falta de determinação e conhecimento sobre os fatos, levaram-me a
deixar os acontecimentos seguirem sem que eu tenha tomado o firme propósito de
realizá-los segundo a minha vontade.
E
se não foram realizados segundo o meu desejo, aconteceram sob o comando de
outra pessoa, que não necessariamente pensa igual a mim, logo os acontecimentos
que fazem parte de minha vida, podem estar realizando outros desejos que não os
meus.
Quando
vejo minha vida sob esta ótica, percebo que muitas das contradições,
desentendimentos e resultados não satisfatórios, acontecem por displicência
minha, também, e não só dos outros seres que comigo fazem a caminhada sobre a
Terra.
Percebo
que tenho desculpas e pedir, perdões a absorver internamente antes de expressar
e me esforçar para me manter atento ao que acontece à minha volta, “sempre
alerta” como um escoteiro.
Já
que a finitude é indiscutível, a impermanência uma lei do Universo, preciso, o
quanto antes, quitar minhas pendências não só no âmbito material como também no
âmbito das emoções.
A
quem devo alguma coisa?
Não,
não importa quem me deve, isso é problema deles. Importa a mim o quanto minha
consciência está tranquila por ter compartilhado a vida com tantas pessoas e
ter dado a elas tantas esperanças, expectativas e ilusões a meu respeito.
O
quanto me comprometi ao dizer sim a tudo quanto fui solicitado. Dei conta?
Está
bem, não tenho que dar conta de tudo mesmo, mas... consigo ficar em paz comigo
se não cumpri o prometido?
Não,
creio que não.
Então
preciso, com urgência, fazer um checklist e descobrir o que preciso pôr em dia,
resolver e, também, o que preciso encerrar em minha vida para continuar
caminhando em paz comigo e com o mundo.
Que a paz seja sua constante companheira de caminhada, amigo! Grande abraço!
ResponderExcluirJoão