sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Elegância


Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a
estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza.

Atitudes gentis falam mais que mil imagens...

Abrir a porta para alguém é muito elegante...

Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante...

Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

Oferecer ajuda... é muito elegante...

Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante...

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social:

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la.

Henri de Toulose-Lautrec
(adaptado)  

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Liberdade de Escolha

A vida é uma escola. Cada disciplina nos conduz ao conhecimento de uma área do aperfeiçoamento espiritual.

Aperfeiçoarmo-nos espiritualmente é como lapidar um cristal. Lapidamos nosso cristal lentamente, considerando o tempo do plano físico. Face a face, vamos polindo nossa jóia até alcançarmos a perfeição. Trabalhamos em várias frentes, pois em cada encarnação não conseguimos concluir nenhum lado da pedra bruta, assim, temos a cada instante, no conjunto, faces brilhantes e faces foscas.

Num determinado momento de nossa vida temos uma configuração e nesse estágio, podemos estar com nosso trabalho adiantado em algum dos lados, o que oferece um brilho especial naquela encarnação, podendo nos trazer notoriedade entre os homens.

Somos, então, considerados pessoa especial, com boas qualidades, notados pelos demais que nos oferecem apreço e admiração. Não percebem que este cristal está em construção e possui, também, faces opacas.

Nessa vida o indivíduo pode alcançar notoriedade pelos contemporâneos ou o reconhecimento pode chegar depois, por levar, o indivíduo, uma vida modesta, reclusa, ou viver em uma pequena comunidade.

Sua obra pode vir a se tornar do domínio público muito tempo depois.

Vida após vida vamos nos aperfeiçoando.

Quais aspectos de nosso caráter vamos melhorar em cada experiência terrena? Quem determina o currículo dessa escola?

O próprio indivíduo, assessorado por espíritos que elaboram na atividade de planejamento reencarnatório, escolhe o que quer aprender. O planejamento inclui as disciplinas e os meios de que disporá o indivíduo para alcançar seus objetivos.

Por respeito a esse sagrado direito de escolher o próprio caminho ao qual chamamos "livre arbítrio", que nos é concedido pelo Criador para realizar nosso aprimoramento, é que não devemos interferir nas escolhas de nossos irmãos.

Às vezes, a nós, parece que nossos irmãos escolheram o caminho errado. Preocupados e na melhor intenção de ajudar, damos nossa opinião, ou até mesmo, interferimos no destino daqueles que nos são caros.

Podemos, aí, estar incorrendo num grave erro, pois não o conhecemos o suficiente para proceder tal interferência. Cada ser segue os impulsos que lhe chegam do próprio espírito, quando em saúde emocional.

Pode ocorrer de estar obsidiado e obedecer ordens de outros seres que lhe usurpam as energias, mas nesse caso o indivíduo sente que algo fora de si manipula sua vida. Então, ele pode pedir socorro, ajuda a alguém.

Cada ser sabe se segue sua estrada ou não, razão pela qual devemos ajudar quando somos solicitados, mas jamais interferir sem pedido de ajuda.

Os caminhos escolhidos por cada um para realizar seu aprendizado podem, aos olhos dos outros, parecerem bizarros, difíceis, arriscados, mas esse julgamento só cabe a quem os escolheu. A liberdade de escolha é uma dádiva, e nós devemos aprender a nos guiar.

Há lições que necessitam de uma ação enérgica do meio sobre o indivíduo por causa do apego a conceitos errôneos que ele forma em seu caminho. A escolha por lançar mão desses recursos denota que o indivíduo tem sérias intenções de realmente aprender a lição.

As provas parecem, então, insuportáveis. É quando descemos ao âmago de nosso ser para buscar forças para superar as dificuldades e realizar a transformação planejada antes de nascer

Nos propomos a passar momentos angustiantes e de profunda dor como recurso para a tomada de consciência de alguns aspectos de nosso caráter.

É como se para polir essa face do diamante precisássemos empregar de um aço especial, muito duro, e muita força. O resultado só pode ser uma face brilhante, o aprofundamento de um aspecto de nosso ser que passa a nos dar características especiais de aperfeiçoamento definitivo.

Todo toque superficial, leve, resulta num polimento ínfimo. Limpeza com espanador, só espalha o pó; palha de aço, sabão e força resultam em limpeza profunda.

Quando já possuímos alguns aspectos de caráter evoluído podemos, então, projetar o crescimento pelo amor, a forma mais sublime e crescimento. Para crescermos pelo amor faz-se necessário o aprimoramento paralelo da humildade e da compaixão.

A liberdade de escolha se processa dentro de um campo que se modifica com um o crescimento do ser. O universo de possibilidades vai se modificando assumindo nova configuração à medida que nossa compreensão cresce.

Novas formas de aprendizado, então, são consideradas, mais sofisticadas, porém não mais leves ou mais fáceis obrigatoriamente.

Uma forma refinada de aprender pode, no mundo físico, se materializar num processo de intenso sofrimento. Aí, então, precisamos entender o significado do sofrimento.

O sofrimento é só dor, tristeza, angústia?

Sim, pode conter dor, tristeza e angústia, mas, o que é a dor? O que é a tristeza? O que é a angústia?

Caminhos. Caminhos para a compreensão. Caminhos para se chegar aonde nos aponta a luz.

Os caminhos que levam ao âmago do ser, onde toda a verdade se guarda, estão cercados pelo ego. Lutar contra essa barreira terrível que insistimos em erguer em torno de nossa alma, nos traz à tona esses sentimentos aparentemente negativos.

São, na verdade, caminhos para a introspecção, são caminhos de volta, para dentro de nós mesmos, para o silêncio, que nos impõe a solidão a que não estamos acostumados, pois vivemos voltados para fora, para o lado oposto.

O caminho para dentro é solitário, por isso a dor, a tristeza e a angústia. Mas, aonde esses sentimentos nos levam? O que nos revelam?

Revelam a nós mesmos nossa condição de filhos da luz.

Liberdade de escolha para trilharmos os caminhos que nos levam a esse destino só pode ser, então, algo sagrado.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Das Confraternizações

 Ao final de cada ano temos sempre a oportunidade de participar de inúmeras confraternizações entre amigos e colegas das instituições onde trabalhamos ou às quais estamos ligados.

Confraternização vem de confrade que é cada um dos que, por sua condição, natureza, ofício ou hábitos, se encontra numa situação comum a outros colegas. É um momento onde estamos com irmãos, momento onde nos tratamos, todos, como iguais, quando deixamos nossos melhores sentimentos virem à tona.

São momentos de alegria em que vivemos com espírito desarmado, não abrindo espaço para sentimentos menores como inveja, ciúme ou intolerância.

O clima que antecede o Natal é propício para esse exercício de sociabilização e também de benemerência.

Boa parte da população entra no clima natalino de ajuda ao próximo e mobiliza-se para fazer chegar aos mais necessitados um pouco de conforto.

Por que isso acontece no mês de dezembro?

A idéia do Natal, está em nossa memória como uma época onde aflora a esperança da chegada de um Messias, um Avatar, um espírito iluminado que possa mostrar os caminhos para a salvação dos homens e também de ganharmos um presente, costume herdado dos europeus, e essa certeza de que algo bom vai chegar deixa-nos felizes e esperançosos.

Quando adulto, já não esperamos mais presentes materiais, mas mantemos o clima de euforia, de alegria pela possível chegada de algo bom que pode vir até nós de diversas maneiras.

Colocamos aí no lugar do Avatar e do presente do Papai Noel, tudo aquilo que queremos ganhar de presente de Deus, como uma vida mais confortável, mais amorosa, mais saudável e que todas as nossas dificuldades sejam resolvidas.

Ao final do ano, ainda dentro desse espírito de esperança de dias melhores, festejamos e enchemos nossos corações e mentes com esses votos de dias melhores.

Pena que isso só aconteça em dezembro.

Deveríamos manter esse clima de confraternização, solidariedade e de mentalizações positivas o ano inteiro, pois assim as possibilidades de nossas esperanças se concretizarem ficariam muito maiores.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Entre Dois Caminhos

Entre dois caminhos que se oferecem como solução para uma situação que você está vivendo, opte pelo que lhe parece mais natural. Evite as soluções extremas que podem trazer consequências que dificultem a sua caminhada.

Antes de tomar qualquer decisão deixe o sol deitar sobre o seu problema. Não tenha pressa em resolver questões que podem esperar mais alguns dias. Há sempre alguém tentando lhe ajudar e para que você possa captar a mensagem é necessário calma e tempo.

Quando uma situação conflitante está em curso, é natural que se almeje uma solução imediata, mas é necessário não se deixar levar pela urgência na equação. Há sempre alternativas para todos os problemas

Não há como voltar atrás para resolver uma situação onde já houve um desfecho desfavorável, mas é possível rever os caminhos a seguir e encontrar uma nova situação confortável e saudável para a vida seguir em frente.

No auge das crises temos a tendência a nos jogar nas soluções fáceis, mas é justamente aí que o bom senso tem de ser trazido à luz da consciência.

Siga sua vida pensando sempre numa continuação feliz e harmoniosa, não deixe pensamentos nocivos fazerem ninho em seu cérebro. Refugue-os e considere que eles são obra do medo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Inteligência Emocional

O mundo dá voltas. Nossa vida pode a cada momento tomar novo rumo, impulsionada por nossos pensamentos e pela interação com o pensamento daqueles que dividem conosco o seu viver.

Não estamos sós no mundo nem naquilo que conceituamos como a nossa vida, sobre a qual entendemos que temos controle e comando da direção.

É verdade que temos o direito e dever de dar direção à nossas vidas, mas temos que estar atentos para conduzi-la em harmonia com aqueles que dividem os espaços e as experiências existenciais conosco.

Buscar a convergência das idéias, dos desejos, dos sentimentos, é saber conduzir o processo com sabedoria.

Quanto mais levamos em conta as necessidades dos parceiros de jornada, mais temos possibilidade de fazer do nosso viver uma experiência exitosa.

Entretanto temos que ter em mente o alerta do Nazareno sobre o sim e o não.

Considerar o próximo não é só concordar com suas idéias e desejos, é saber decidir até que ponto o desejo do outro também é seu.

É a concordância das vontades a conjunção dos desejos que torna a convivência em grupo harmônica.

Saber se posicionar diante da vontade alheia pode ajudar a ambos, pois pode dar a oportunidade para que o outro reavalie suas propostas.

Precisamos ser espelhos para ajudar os companheiros se auto avaliarem, assim como devemos nos reavaliar diante de uma negativa em nossas propostas.

Se a unanimidade é burra, a não convergência das idéias também não é inteligente.

Reavaliemos nossas idéias sempre que encontrarmos resistências. Elas podem ser falta de compreensão dos outros, mas também pode ser a oportunidade para não cometermos erros grosseiros.

Estar atento aos sinais que nos são enviados pelo universo por meio dos que nos cercam, é saber conduzir-se na vida com inteligência emocional.