A vida é uma escola. Cada disciplina nos conduz ao conhecimento de uma área do aperfeiçoamento espiritual.
Aperfeiçoarmo-nos espiritualmente é como lapidar um cristal. Lapidamos nosso cristal lentamente, considerando o tempo do plano físico. Face a face, vamos polindo nossa jóia até alcançarmos a perfeição. Trabalhamos em várias frentes, pois em cada encarnação não conseguimos concluir nenhum lado da pedra bruta, assim, temos a cada instante, no conjunto, faces brilhantes e faces foscas.
Num determinado momento de nossa vida temos uma configuração e nesse estágio, podemos estar com nosso trabalho adiantado em algum dos lados, o que oferece um brilho especial naquela encarnação, podendo nos trazer notoriedade entre os homens.
Somos, então, considerados pessoa especial, com boas qualidades, notados pelos demais que nos oferecem apreço e admiração. Não percebem que este cristal está em construção e possui, também, faces opacas.
Nessa vida o indivíduo pode alcançar notoriedade pelos contemporâneos ou o reconhecimento pode chegar depois, por levar, o indivíduo, uma vida modesta, reclusa, ou viver em uma pequena comunidade.
Sua obra pode vir a se tornar do domínio público muito tempo depois.
Vida após vida vamos nos aperfeiçoando.
Quais aspectos de nosso caráter vamos melhorar em cada experiência terrena? Quem determina o currículo dessa escola?
O próprio indivíduo, assessorado por espíritos que elaboram na atividade de planejamento reencarnatório, escolhe o que quer aprender. O planejamento inclui as disciplinas e os meios de que disporá o indivíduo para alcançar seus objetivos.
Por respeito a esse sagrado direito de escolher o próprio caminho ao qual chamamos "livre arbítrio", que nos é concedido pelo Criador para realizar nosso aprimoramento, é que não devemos interferir nas escolhas de nossos irmãos.
Às vezes, a nós, parece que nossos irmãos escolheram o caminho errado. Preocupados e na melhor intenção de ajudar, damos nossa opinião, ou até mesmo, interferimos no destino daqueles que nos são caros.
Podemos, aí, estar incorrendo num grave erro, pois não o conhecemos o suficiente para proceder tal interferência. Cada ser segue os impulsos que lhe chegam do próprio espírito, quando em saúde emocional.
Pode ocorrer de estar obsidiado e obedecer ordens de outros seres que lhe usurpam as energias, mas nesse caso o indivíduo sente que algo fora de si manipula sua vida. Então, ele pode pedir socorro, ajuda a alguém.
Cada ser sabe se segue sua estrada ou não, razão pela qual devemos ajudar quando somos solicitados, mas jamais interferir sem pedido de ajuda.
Os caminhos escolhidos por cada um para realizar seu aprendizado podem, aos olhos dos outros, parecerem bizarros, difíceis, arriscados, mas esse julgamento só cabe a quem os escolheu. A liberdade de escolha é uma dádiva, e nós devemos aprender a nos guiar.
Há lições que necessitam de uma ação enérgica do meio sobre o indivíduo por causa do apego a conceitos errôneos que ele forma em seu caminho. A escolha por lançar mão desses recursos denota que o indivíduo tem sérias intenções de realmente aprender a lição.
As provas parecem, então, insuportáveis. É quando descemos ao âmago de nosso ser para buscar forças para superar as dificuldades e realizar a transformação planejada antes de nascer
Nos propomos a passar momentos angustiantes e de profunda dor como recurso para a tomada de consciência de alguns aspectos de nosso caráter.
É como se para polir essa face do diamante precisássemos empregar de um aço especial, muito duro, e muita força. O resultado só pode ser uma face brilhante, o aprofundamento de um aspecto de nosso ser que passa a nos dar características especiais de aperfeiçoamento definitivo.
Todo toque superficial, leve, resulta num polimento ínfimo. Limpeza com espanador, só espalha o pó; palha de aço, sabão e força resultam em limpeza profunda.
Quando já possuímos alguns aspectos de caráter evoluído podemos, então, projetar o crescimento pelo amor, a forma mais sublime e crescimento. Para crescermos pelo amor faz-se necessário o aprimoramento paralelo da humildade e da compaixão.
A liberdade de escolha se processa dentro de um campo que se modifica com um o crescimento do ser. O universo de possibilidades vai se modificando assumindo nova configuração à medida que nossa compreensão cresce.
Novas formas de aprendizado, então, são consideradas, mais sofisticadas, porém não mais leves ou mais fáceis obrigatoriamente.
Uma forma refinada de aprender pode, no mundo físico, se materializar num processo de intenso sofrimento. Aí, então, precisamos entender o significado do sofrimento.
O sofrimento é só dor, tristeza, angústia?
Sim, pode conter dor, tristeza e angústia, mas, o que é a dor? O que é a tristeza? O que é a angústia?
Caminhos. Caminhos para a compreensão. Caminhos para se chegar aonde nos aponta a luz.
Os caminhos que levam ao âmago do ser, onde toda a verdade se guarda, estão cercados pelo ego. Lutar contra essa barreira terrível que insistimos em erguer em torno de nossa alma, nos traz à tona esses sentimentos aparentemente negativos.
São, na verdade, caminhos para a introspecção, são caminhos de volta, para dentro de nós mesmos, para o silêncio, que nos impõe a solidão a que não estamos acostumados, pois vivemos voltados para fora, para o lado oposto.
O caminho para dentro é solitário, por isso a dor, a tristeza e a angústia. Mas, aonde esses sentimentos nos levam? O que nos revelam?
Revelam a nós mesmos nossa condição de filhos da luz.
Liberdade de escolha para trilharmos os caminhos que nos levam a esse destino só pode ser, então, algo sagrado.
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