Muito se tem falado em amor incondicional, mas exatamente o que é amar incondicionalmente, se temos sempre alguém no outro lado do fio. O fato de haver alguém sendo amado já tem uma condição.
Quando amamos, sempre amamos um certo alguém, ou algumas pessoas, como sói acontecer com grupos familiares.
Pai ama filhos, mãe diz que ama-os ainda mais, pois tem a gestação, amamentação e cuidados mil.
Então além de possuir objeto, ainda ouço que há gradações nesse amor.
Há poucos dias fui sobressaltado pela idéia de um amor sem CEP.
Talvez tenha sido uma idéia, talvez tenha sido um sentimento.
Que seria aquilo que me veio ao pensamento e ao mesmo tempo ao coração?
Um vislumbre do verdadeiro amor?
Uma sensação de que o amor não tem endereços foi para mim muito mais forte do que uma definição de amor incondicional.
Nessa falta de CEP realmente não há objetos específicos, ou seja todos os objetos são de mesma valia e não importa quantos sejam nem onde estejam.
Voltei um passo atrás e conferi meus sentimentos: tenho esposa, filhos, netos, parentes, amigos, colegas, conhecidos. Fiz essa gradação e chequei meus sentimentos.
Deixei todos em minha tela mental e tirei os rótulos. Quem era minha mulher, quem eram meus filhos?
Lembrei de Jesus perguntando:
– Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos.
Conclui que ele já tinha retirado os rótulos e não diferenciava mais quem era quem, por isso sua pergunta que intrigou e ainda intriga tantos.
Voltei para meu pequeno mundo de idéias, pensamentos e sensações, e vi na tela todos tão iguais frente a meus sentimentos, que senti uma alegria indescritível, pois percebi que havia tangenciado a sensação do amor como antes nunca havia percebido, mas registrei para na esquecer, tal qual a sensação de ser um com tudo experimentado certa feita enquanto meditava. Sensação que aflora num átimo de segundo, mas que não se esquece jamais.
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