terça-feira, 13 de setembro de 2011

Culpa e Responsabilidade


Estamos há tanto tempo carregando o peso da culpa que nos foi imposta pelo clero, que ainda é difícil assumir as responsabilidades que são inerentes ao viver em sociedade.
Com nossa educação baseada no binômio culpa/castigo estamos, no alvorecer de uma nova era, começando a entender o jugo da dominação cristã no mundo ocidental.
A imprensa ocidental tenta nos convencer que o domínio de outras teocracias é perigoso para a liberdade humana. Ouvimos muito isso quando falam das agressões e guerras constantes no oriente médio, com o Estado Islâmico fazendo tremer as bases das democracias européias.
Esquecem que o clero cristão demoliu, e quase erradicou por completo, as culturas da Europa, Américas e África, impondo um modo de entender o Universo sob a ótica do Deus que julga. Com a arrogância de falar em nome Dele trucidaram tudo que contrariasse seus interesses de dominação.
Vivemos no ocidente, após a invasão branca, um período onde a culpa foi aceita como virtude, pois que a tortura mental de se sentir culpado por nossos erros nos foi ensinado como forma de expiar nossos pecados. Nesse pacote cristão veio todo um arsenal de tortura psicológica que incluía, pecado, culpa e expiação.
Graças a Deus, tudo no mundo se recicla. Os esclarecimentos oriundos dos espíritos por intermédio dos médiuns e a psicologia vem nos dando ferramentas para nos libertar desses conceitos que amarraram as mentes durante tantos séculos.
Antoine de Saint-Exupéry nos ensinou que “somos responsáveis por quem cativamos”. Pensando, agora, no cativeiro mental que essa clerezia nos impôs - não esquecendo a inquisição - sou levado a pensar no perdão por seus atos insanos. Até porque, acreditando na multiplicidade das experiências do ser, sou levado a admitir a possibilidade da minha participação efetiva nessa insana aventura.
Somos levados a pensar, sempre, que ficamos no lado dos torturados e nunca dos torturadores e assim nos eximimos da responsabilidade pelos rumos que a humanidade vem seguindo neste planeta.
Sim, responsabilidade, é o conceito do qual precisamos nos apropriar para mudarmos o rumo dessa história. Quando compreendermos que somos responsáveis não só por nossas vidas, mas também por quem cativamos, passamos a prestar mais atenção em nossos atos, por sabermos que eles podem repercutir no destino de nossos companheiros de viagem.
Cativar é prender, é envolver o outro em nossas teias emocionais. Então é preciso aprender a libertar.

Precisamos atentar para o fato de que o amor só existe em liberdade.

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