segunda-feira, 26 de setembro de 2011

De Crenças e Fanatismos


Quando um ser humano tem a inclinação a crer, movido por algum motivo circunstancial, as faculdades da inteligência são afetadas em suas funções, pois se produz um adormecimento temporário da mente.

Este hábito costuma ter efeitos danosos para a alma, porque, ao provocar a inércia da inteligência, pode levar ao fanatismo, que é a negação do juízo e do bom senso.

Sua causa real é a ignorância. Observa-se que quem tem essa vocação revela um estado mental precário.

A inclinação a crer é própria de quem não tem o hábito de pensar - e não quer pensar - um ser mentalmente acomodado, que, antes de decidir-se a investigar, por si mesmo, as questões que o preocupam ou lhe interessam, se mantém confiado na opinião dos outros.

Refratário ao estudo atento, sereno, reflexivo, sua opinião reflete sua incapacidade de pensar. É comum que esse tipo de ser humano, se mostre fanático por uma idéia, uma crença, etc., situação a que nunca chega o homem acostumado a pensar livremente, a raciocinar com amplitude, a formar para si um juízo das coisas.

A falha tem, muitas vezes, origem na educação familiar, quando a criança não é incentivada a fazer uso de sua inteligência, para que possa discernir, por si mesma, o real do irreal, o verdadeiro do falso, o sensato do absurdo, consentindo-se, ao contrário, que sua mente seja tomada pelas crenças, de fácil assimilação.

Com esse pendor a crer o ser acaba por se tornar um adulto inseguro.

Quando envolvido em questões espirituais, acaba por caminhar sobre o tênue fio que separa o fanatismo da loucura.

O saber que se adquire, por meio do estudo e da experiência, põe o ser humano a salvo dos riscos a que o expõe esta danosa inclinação.

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