quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

A Cada Um Conforme Suas Obras

 

“Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras” 
(Mateus 16:27).

 



O Princípio de Causa e Efeito

"Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei." 
(O Caibalion)

A cada um será dado segundo as suas obras, ou seja, segundo o seu merecimento. A felicidade ou a desgraça que acompanha o Espírito, nesta vida ou no plano Espiritual, decorre unicamente de suas obras, daquilo que ele fez. Se agiu para o bem, será agraciado; se agiu para o mal, sofrerá as consequências infelizes de seus atos.

A Lei do Merecimento

Quando Jesus diz “segundo as suas obras”, fica evidenciado que existe uma lei aplicável a todos nós, que é a Lei do Merecimento. É o princípio bíblico de que “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6-7).

Ele não disse “segundo a sua ”. Se as obras não tivessem influência sobre a sorte futura do Espírito, jamais o Cristo teria deixado aquela lição. Tanto aqui, como em muitos outros momentos, Jesus não colocou a , sem as obras, como balizadora da salvação.

Se a cada um é dado segundo as suas obras, conclui-se que a forma como você vive retrata o seu mérito. Jesus enalteceu o poder da fé para mostrar a capacidade que nós temos de fazer o bem. E fazê-lo em proveito dos outros. A fé que nada faz, não possui mérito algum. O louvor que nada produz, em favor do próximo, não traz beneficio para ninguém.

Em “O Céu e o Inferno” de Allan Kardec temos:

1ª parte, capítulo V:4 - Em cada existência, uma ocasião se depara à alma para dar um passo avante; de sua vontade depende a maior ou menor extensão desse passo: franquear muitos degraus ou ficar no mesmo ponto. Neste último caso, e porque cedo ou tarde se impõe sempre o pagamento de suas dívidas, terá de recomeçar nova existência em condições ainda mais penosas, porque a uma nódoa não apagada ajunta outra nódoa.

É, pois, nas sucessivas encarnações que a alma se despoja das suas imperfeições, que se purga, em uma palavra, até que esteja bastante pura para deixar os mundos de expiação como a Terra, onde os homens expiam o passado e o presente, em proveito do futuro.

Contrariamente à ideia que deles se faz, depende de cada um prolongar ou abreviar a sua permanência, segundo o grau de adiantamento e pureza atingido pelo próprio esforço sobre si mesmo. O livramento se dá, não por conclusão de tempo nem por alheios méritos, mas pelo próprio mérito de cada um, consoante estas palavras do Cristo: “A cada um, segundo as suas obras”, palavras que resumem integralmente a justiça de Deus.

1ª parte, capítulo VII-33: Em que pese à diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios:

1º - O sofrimento é inerente à imperfeição.

2º - Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.

3º - Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade.

Se riqueza e pobreza são provas, qual delas é a mais difícil?

Na Doutrina Espírita

A riqueza e pobreza nada mais são que provas pelas quais o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto, que é o seu progresso. O Universo oferece a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-las de modos diferentes. Aliás, essas provas são, com frequência, escolhidas pelos próprios Espíritos, que, no entanto, nelas geralmente sucumbem.

Ambas são provas muito difíceis, porque se na pobreza o Espírito pode ser tentado à revolta e à blasfêmia contra o Criador, na riqueza expõe-se ele ao abuso dos bens que Deus lhe empresta, deturpando, com esse comportamento, seus objetivos.

Espíritos realmente evoluídos, tanto quanto os que compreendem perfeitamente o significado da lei de causa e efeito, podem solicitar a prova da pobreza como oportunidade para a purificação de qualidades ou a realização de certas tarefas que a riqueza certamente prejudicaria. Em muitas vezes, também, o mau uso da fortuna em precedente existência leva o Espírito a pedir reencarnar numa condição oposta, com o que espera reparar abusos cometidos e pôr-se a salvo de novas tentações.

A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação. A riqueza é, para os que a usufruem, a prova da caridade e da abnegação. É preciso que entendamos: a existência corpórea é passageira e a morte do corpo priva o homem de todos os recursos materiais de que eventualmente disponha no plano terrestre.

Pobres e ricos voltam, pois, à vida espiritual em idênticas condições, o que mostra que a posição social do rico ou do pobre não passa de expressão transitória. Compreendamos também que nenhuma das provas constitui obstáculo à chamada salvação. Se isso ocorresse, Deus, que as concede, teria dado a seus filhos um instrumento de perdição, ideia que repugna à razão.

No tocante à riqueza é fácil perceber que, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, constitui, ela, uma prova muito arriscada e até mais perigosa que a miséria.

Se ao reencarnarmos escolhemos nascer numa família sem recursos financeiros, ficam, nessa escolha, implícitas as dificuldades que teremos para nossa sobrevivência e as possibilidades de crescimento que essas dificuldades nos oferecem. É provável que sejam exatamente essas dificuldades que procuramos como oportunidades de reflexão e exercício para ampliação da consciência da nossa filiação divina.

Os recursos parcos nos possibilitam entender o quão pouco precisamos para viver e ser feliz. Muitos conseguem perceber e vivem em plenitude focando sua existência na amorosidade e na alegria. Outros, inconformados, agem e blasfemam contra Deus, clamam por justiça social, acusam os mais ricos pela sua miserabilidade e não conseguem aproveitar a situação para crescer espiritualmente.

O marxismo, filosofia nascida no ateísmo, na indignação da ‘injustiça social” e em sentimentos inferiores como a inveja e o ódio,  capta para suas fileiras as pessoas que não conseguem entender o que realmente se chama “Justiça Divina” que elencamos acima. Usam a chamada “injustiça social” como mote para dar vazão à sua interpretação sobre as diferenças sociais qualificando-se como injustiçadas, exploradas e humilhadas pelos homens que souberam crescer financeiramente e como empresários construíram a gigantesca oportunidade de empregos para os bilhões de seres humanos trabalharem e assim terem seu sustento na Terra.

Há os que não vivem na miséria, mas porque aprenderam, dentro do cristianismo, que a caridade é uma ferramenta para o crescimento espiritual, por terem sido doutrinados dentro da filosofia marxista, não conseguem discernir o que veem do que está implícito na experiência individual dos seres humanos que escolheram a pobreza como ferramenta de crescimento.

Caem nas armadilhas do sentimentalismo e acreditando que o que os move é a caridade, fazem coro com aqueles que buscam somente o poder sobre as mentes desavisadas.

A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra, tal é a Lei da Justiça Divina.

 Adilson Maestri

12/21

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Sobre o Rancor

 


Evite sentimentos corrosivos como o rancor, a raiva e as mágoas, que nos tiram noites de sono e em nada afetam as pessoas responsáveis por causá-los. 

(Friedrich Nietzsche)


 



O rancor é um dano moral que nos impede de ficarmos calmos e em paz, não só mental, mas emocionalmente e levando, muitas vezes, ao desejo de vingança.

Alguns traços definem as pessoas rancorosas.

Não perdoam nem esquecem. As pessoas rancorosas não se permitem perdoar quem as magoou ou feriu e não esquecem o acontecimento.

Ficam presas numa situação e isso as faz odiar a outra pessoa cada vez mais, gerando ressentimento por muito tempo.

São orgulhosos. Esse é um traço distintivo de uma pessoa rancorosa, pois seus sentimentos podem mais do que seu raciocínio. Quando o orgulho é muito forte, nem sempre vivem como desejam. O mais comum é que se escondam atrás do orgulho para não se mostrarem fracos.

Ofendem-se facilmente. Fato muito comum. Quando a pessoa é dessas que se ofendem facilmente o rancor é inevitável.

Sempre estão com a razão. Todos nós queremos estar certos na maioria das coisas, mas devemos entender que nem sempre será assim.

Não podemos todos pensar e sentir o mesmo. Além disso, somos humanos e por sermos aprendizes cometemos erros, então está tudo bem se não estivermos certos, mas quando não aceitamos isso, aí surge o problema.

Não aprendem com o passado. As situações nos trazem ensinamentos, mas quando continuamos a cometer os mesmos erros, então sempre experimentaremos os mesmos resultados. Consequentemente viveremos cheios de ressentimento para sempre.

Querem estar no controle sempre. As pessoas rancorosas geralmente são aquelas que querem ter tudo sob seu controle. São inseguras e não aceitam que os outros tenham opiniões e gostos diferentes. São irreconciliáveis ​​e tudo deve se encaixar em sua visão de mundo perfeito

A vida é sempre um drama.Parte superior do formulárioParte inferior do formulário Pessoas rancorosas tendem a ser relutantes em situações que sentem não poder controlar. O que transforma suas vidas em eternos dramas.

Não esqueça! Guardar rancor é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.


Adilson Maestri

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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Teatro da Vida

 

Nascemos para o Universo, estar na Terra é circunstancial.

O fato de estarmos com a consciência presa a um corpo humano e terreno, nos leva a supor que a Terra é tudo o que existe como campo de atuação.

No Universo há infinitos mundos habitados, teatros onde entramos para atuar e viver estórias. Nessas peças somos os protagonistas e, tendo o livre arbítrio para escolher, conduzimos nossas estórias de acordo com nossas vontades. Porém não percebemos que escrevemos, no presente, o script que interpretaremos no futuro.

Aprendemos a relegar a Deus a responsabilidade pelo nosso destino, nunca nos damos conta que somos nós que traçamos nossos caminhos falando e pensando, o tempo todo, sobre nossos anseios.

Tal qual atores, vivemos em cada peça um papel que previamente escolhemos. No decorrer de nossa longa trajetória evolutiva, optamos por papéis variados que nos proporcionam viver experiências diferentes, onde colhemos resultados complementares.

Ora nascemos com sexo masculino, ora com sexo feminino, ora nascemos pobres, noutras oportunidades nascemos ricos. Com uma gama extensa de possibilidades, nossa consciência se amplia e passamos a compreender os vários lados de uma mesma situação. Ora atuamos como bandidos, ora como mocinhos.

Quando nos deparamos com alguém vivendo uma situação existencial precária, nos comovemos pela sua infeliz sorte e somos levados a acreditar que também somos responsáveis pela sua situação. Há correntes de pensamento que atribuem às pessoas com mais recursos financeiros a responsabilidade pela miséria de outros. Ledo engano, cada um escolhe como quer viver na Terra. Difícil acreditar, mas cada um escolhe o que quer aprender e por isso se coloca interpretando o papel que lhe proporciona o aprendizado desejado.

Há experiências bastante difíceis de se viver, mas o sofrimento decorrente é a mola propulsora das reflexões que precisamos fazer para compreender a importância que devemos dar às coisas materiais, aos relacionamentos e descobrir o sentido da vida.

Quanto mais vivemos com a consciência focada no “aqui e agora” mais possibilidades temos de aprender as lições que o nosso inconsciente trama.

Alargar nossa visão de mundo também nos ajuda e discernir o conveniente do inconveniente. O que nos interessa em cada situação que provocamos? O que estamos buscando aprender?

Sim, não temos consciência desse fato. Acreditamos que vivemos cada dia com o que o mundo nos apresenta. Aceitamos as condições do “destino” pacificamente, como se não tivéssemos alternativas. Dificilmente nos apropriamos do poder de decisão que nos compete assumir.

Sim, sim e não, não; já ouvimos falar disso há muito tempo, mas parece que ainda não entendemos o significado. Que seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no céu; também proferimos essa frase com frequência e não nos damos conta de quem é essa vontade, onde se encontra esse Deus que nos disseram estava num hipotético céu longe daqui.

Estamos no planeta Terra, que anda se movimentando para dar um passo na sua escalada evolutiva. É bom viver aqui? Sim, eu penso que sim. Queremos continuar aqui?

Se quisermos continuar aqui, então precisamos tomar consciência, o mais breve possível, de qual realidade estamos inseridos, ou seja, o que é que nós estamos fazendo aqui e agora.

Adilson Maestri

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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Estradas

 


Trafegando pela BR-101 no trecho Palhoça – Florianópolis, pude observar a grande quantidade de placas de advertência que foram acrescidas à rodovia, por conta das obras de ampliação de faixas de rolamento. Toda rodovia na minha cidade é muito bem sinalizada.

Aprendemos ainda jovens, a reconhecer cada placa, além de toda a legislação de trânsito para podermos tirar nossas cartas de motorista.

Vinha em meio ao excessivo volume de automóveis e caminhões, quando me dei conta de que trafegar numa estrada como aquela é uma alegoria de nossas vidas.

Iniciamos o trajeto com um destino almejado e vamos desde o início observando a sinalização, caso sejamos pessoas sensatas e bem orientadas.

Entretanto, o pensamento voa.... e mesmo a direção exigindo atenção, às vezes deixamos nos levar pela conversa interna e não nos damos conta que passamos da velocidade recomendada, não fizemos a conversão à direita necessária e aí temos que retornar para retomar o caminho correto.

Nesses dias em que estamos conectados digitalmente, há os que desviam a atenção para seus aparelhos eletrônicos.

Nesse curso que fazemos do nascer ao desencarnar, precisamos estar atentos à sinalização que naturalmente encontramos por conta de quem já passou e deixou dicas, ou por alguém que nos acompanha em outro nível vibratório e manda sinais para mantermo-nos no fluxo desejável.

Nem sempre percebemos esses sinais por andarmos com nosso pensamento e atenção focados nas possibilidades que a vida nos vai apresentando. São curiosidades, tentações e provocações que vamos aceitando por não conhecermos em profundidade a razão da viagem.

Inebriados com as novidades vamos esquecendo para onde íamos e acabamos em destinos inesperados, quando o infortúnio de um acidente não nos traumatiza o corpo e o veículo.

Susto, dor, remorso, desespero, quantos sentimentos difíceis temos que experimentar por conta de nossa desatenção.

Trafegar pela vida exige atenção, senso de responsabilidade por nós e pelos outros que, desatentos, podemos machucar.

A sinalização está lá, ali, ou aqui, está até dentro de nós e precisamos aprender a interpretá-la.

James Redfield em seu livro “O Segredo de Shambhala” nos fala dos sinais. Falo disso em minhas palestras e já escrevi sobre o assunto, pois foi uma leitura que me fez refletir sobre “os sinais” que a vida nos apresenta a todo o instante.

Os orientais nos ensinam a entrar em silêncio para conhecermos nosso mapa interno que é todo sinalizado e que pode nos levar ao destino com segurança e êxito.

Está ai, uma boa sugestão: silenciar a mente quando estivermos imersos em algum processo que exija atenção, e isso pode ser no convívio familiar, na lide que abraçamos para prover nossas necessidades físicas e desejos, nas relações amorosas e por que não na condução de um veículo automotor.

Boa viagem! 

Adilson Maestri

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terça-feira, 27 de julho de 2021

Quanto de Jesus há em mim?


Ouvindo o Dr. Bezerra de Menezes falar por intermédio do médium Gilberto Rissato, pus-me a pensar na sua mensagem e na questão que ele propõe: quanto de Jesus há em mim?

Li no Evangelho de João a conversa de Jesus com Tomé quando este perguntou: Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho? Ao que ele respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. (João 14)

Daí parei para refletir: o quanto dos ensinamentos do Mestre eu já absorvi, o quanto estou traduzindo em minhas falas e atitudes?

Difícil fazer uma avaliação isenta, onde o ego não encontre justificativas para os deslizes e decisões precipitadas sem a devida consulta interna para saber se estaria navegando na onda da luz ou das sombras.

Temos o livre arbítrio para tomar nossas decisões, o que facilita o navegar pelas águas turvas das satisfações físicas.

A disciplina necessária para cultivarmos bons hábitos, pautados na Lei Divina, ou seja na amorosidade, não é tarefa para principiantes, néscios, muito menos para arrogantes tomados pelo ego e pela presunção de domínio da verdade.

O ascetismo que é a doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese, isto é, a disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, é um caminho imprescindível em direção a Deus, à verdade e à vida feliz.

Mas para focarmos nesse aprendizado torna-se necessário vontade e determinação, que só podemos encontrar se deixarmos a voz interior, aquela que vem de nossa essência divina, o espírito, se manifestar.

Cultivar o hábito de nos perguntarmos, constantemente, sobre nossas questões básicas da sobrevivência e da realização, que demandam tomadas de decisões acertadas para vivermos bem conosco e com a humanidade que nos cerca, além da grande quantidade de ligações que todos temos com os vários planos existenciais, favorece em muito o acerto de nossas decisões.

E é nesse momento que vale muito a pena checar se essas decisões estão na conformidade dos ensinamentos do mestre, naqueles princípios basilares que Ele tão amorosamente nos ofertou por meio de seus ensinamentos diretos e suas parábolas.

Deixo essa pergunta, para que você, meu amigo leitor, se faça: O quanto há de Jesus em mim agora? Silencie e deixe que sua natureza mais pura responda. Mas não se assuste se ainda faltar muito. Estamos aqui na Terra, agora, justamente para fazermos esse aprendizado. Boa sorte!

Adilson Maestri

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quinta-feira, 15 de abril de 2021

A Desigualdade Das Riquezas

 



 

Mamon é um termo derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamon" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro".

 

Allan Kardec em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Capítulo XVI – Não se Pode Servir a Deus e a Mamon, diz o seguinte:

A desigualdade das riquezas, entre os homens, é um desses problemas que inutilmente se procurará solucionar, quando se considerar apenas a vida atual.

A primeira questão que se apresenta é esta: Por que todos os homens não são igualmente ricos?. Eles não são igualmente ricos por uma razão bem simples: é que não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir a fortuna, nem sóbrios e previdentes para conservá-la.

Considere-se, também, que é um princípio matematicamente demonstrado que, se a riqueza fosse dividida em partes iguais para cada um, essa parte seria mínima e insuficiente. Supondo-se que fosse feita essa divisão, o seu equilíbrio seria rompido, em pouco tempo, pela diversidade de características e de capacidade que há entre os homens.

Supondo-se, porém, que essa divisão da riqueza fosse possível e durável, tendo cada pessoa com o que viver, teríamos a extinção de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e o bem estar da humanidade.

Supondo-se, ainda, que a cada um se dê o necessário para alimentar-se, vestir-se e alcançar todo conforto material, já não haveria mais o estímulo necessário que impele o homem para as grandes descobertas e para os grandes empreendimentos úteis à coletividade.

Se Deus a concentra sobre certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, segundo as necessidades das realizações humanas.

Admitido isto, indaga-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Está aí uma prova da sabedoria e da bondade da Providência Divina. Ao conceder ao homem o livre-arbítrio, Deus quis que o homem chegasse, por sua própria experiência e decisão, a discernir o bem e o mal e, consequentemente, a praticar o bem como resultado de seus esforço se de sua própria vontade.

O homem não deve ser fatalmente conduzido ao bem e nem ao mal. Se assim fosse, ele não seria mais que um instrumento passivo e sem responsabilidade como os animais. A riqueza é, assim, um meio de prová-lo moralmente. Mas como a riqueza é, ao mesmo tempo, um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que ela se torne por longo tempo improdutiva. Deus a desloca incessantemente de uma mão para a outra. Cada uma das pessoas deve possuí-la, para exercitar-se no seu uso e demonstrar o emprego que sabe dar-lhe.

Há, porém, a impossibilidade material de conceder a riqueza a todos ao mesmo tempo. Se todos a possuíssem ao mesmo tempo, ninguém trabalharia e o progresso da Terra sofreria com isso. Por tal razão, cada um a possuirá por sua vez. Assim é que aquele que hoje não a tem, já a teve em outra existência anterior, ou a terá no futuro. E o que hoje a possui, não a terá amanhã.

Há ricos e pobres porque Deus, sendo justo, faz com que cada um trabalhe por sua vez. A pobreza é, para uns, a prova da paciência e da resignação. A riqueza é, para outros, a prova da caridade e da abnegação.

Lamenta-se, com razão, o triste uso que algumas pessoas fazem de sua fortuna, as lamentáveis paixões que a cobiça provoca e, por isso, pergunta-se: Deus é justo ao conceder a riqueza para tais pessoas? É certo que se o homem não tivesse outra existência, nada justificaria tal distribuição de bens na Terra. Mas, se não nos limitar-nos tão-somente à vida atual, e considerarmos o conjunto de reencarnações, veremos que tudo se equilibra com justiça. O pobre não tem, portanto, motivos para acusar a Providência Divina e nem para invejar os ricos. Os ricos, por sua vez, não têm motivos para se glorificarem do que possuem.

Se os ricos abusam, não será com decretos e nem com leis maliciosas que se consertará o mal. As leis podem modificar momentaneamente a aparência do mal, mas não podem modificar a natureza dos sentimentos. Eis porque as leis injustas têm uma duração curta e são, quase sempre, seguidas de uma reação popular desenfreada.

A origem do mal está no egoísmo e no orgulho. Os abusos, de qualquer natureza, cessarão por si mesmos, quando os homens orientarem suas ações sob a inspiração da lei de caridade.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

O Silêncio

 

Nós os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele.
Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles
nos transmitiram esse conhecimento.
"Observa, escuta, e logo atua", nos diziam.
Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes.
Observa os anciões para ver como se comportam.
Observa o homem branco para ver o que querem.
Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos,
e então aprenderás.
Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando.
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.
Em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho estão sempre tendo reuniões
nas quais todos interrompem a todos,
e todos falam cinco, dez, cem vezes.
E chamam isso de "resolver um problema".
Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir.
Nem sequer permitem que o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.
Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.
Se começas a falar, eu não vou te interromper.
Escutar-te-ei.
Talvez deixe de te escutar se não gostar do que estás dizendo.
Mas não vou te interromper.
Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste,
mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
Terás dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveriam pensar nas suas palavras como se fossem sementes.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas.
Muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.
Lakota

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Sim, Sou Cético

 


O resultado de tudo que aprendemos, desde que nascemos, forma o conjunto de crenças com as quais julgamos o que vemos, ouvimos e sentimos.

Esse juiz interno formado, por essa nuvem de crenças, limita a interpretação das experiências que vivemos. No momento que nos identificamos com uma situação ou modelo, nossas decisões sofrem influências daquele padrão.

Por mais que achamos que presenciamos a realidade, ela é constituída através do nosso sistema de crenças e valores. A realidade em si é percebida através das informações que obtivemos durante nossa trajetória. Passamos a crer naquilo que nossa mente nos diz ser a realidade e podemos nos acomodar a perceber a vida assim.

Quando um ser humano tem a propensão a crer, movido por algum motivo circunstancial, as faculdades da inteligência são afetadas em suas funções, pois se produz um adormecimento temporário da mente e ele passa a crer no que os outros dizem. Este hábito costuma ter efeitos danosos para a alma, porque, ao provocar a inércia da inteligência, pode levar ao fanatismo, que é a negação do juízo e do bom senso.

Sua causa real é a ignorância. Observa-se que quem tem essa propensão ao fanatismo revela um estado mental precário.

A propensão a crer é própria de quem não tem o hábito de pensar - e não quer pensar - um ser mentalmente acomodado, que, antes de decidir-se a investigar, por si mesmo, as questões que o preocupam ou lhe interessam, se mantém confiado na opinião dos outros.

Refratário ao estudo atento, sereno, reflexivo, sua opinião reflete sua incapacidade de pensar. É comum que esse tipo de ser humano, se mostre fanático por uma ideia, uma crença, etc., situação a que nunca chega o homem acostumado a pensar livremente, a raciocinar com amplitude, a formar para si um juízo das suas próprias percepções.

A falha tem, muitas vezes, origem na educação familiar, quando a criança não é incentivada a fazer uso de sua inteligência, para que possa discernir por si mesma, o real do irreal, o verdadeiro do falso, o sensato do absurdo, consentindo-se, ao contrário, que sua mente seja tomada pelas crenças, de fácil assimilação.

Os pais costumam dizer aos filhos o que é certo e o que é errado em vez de fazê-los refletir sobre o assunto. Só que os pais acreditam que o que pensam que é certo, é certo, pois foi isso que eles se acostumaram a ouvir.

Com essa propensão a crer o ser acaba por se tornar um adulto inseguro.

Quando envolvido em questões espirituais, acaba por caminhar sobre o tênue fio que separa o fanatismo da loucura.

O saber que se adquire, por meio do estudo e da experiência, põe o ser humano a salvo dos riscos a que o expõe esta danosa propensão.

É necessário preservar os valores, que são atemporais e que não se negociam. Esses sim são absolutos e não questionáveis. No mais, desconfio das ondas que, da mesma forma que surgem, desaparecem; dos fenômenos de popularidade que, como fogos de artifício, brilham por alguns minutos para se transformarem em fumaça; das lideranças que hoje estão na capa dos veículos de economia e amanhã nas páginas policiais; das tendências de comportamento com nomes esquisitos e que nunca se realizam. E por aí vai.

Sem o dogmatismo negativo, sim, eu sou um cético. No espírito questionador, o verdadeiro cético é aquele que não se contenta com as verdades aparentes, com as primeiras conclusões. Essas são pessoas que querem ir a fundo na discussão, ao limite das dúvidas, para só, então, realmente formar sua opinião, criar juízo sobre o assunto.

A palavra cético vem do grego, Skeptomai, que significa: examinar, investigar.

No ceticismo o espírito humano não pode atingir nenhuma certeza a respeito da verdade, o que resulta em um procedimento intelectual de dúvida constante.

Creio ser cada vez mais importante ser cético, como defesa contra as falsas verdades, que nos envolvem e podem levar a enormes enganos.

Como cético sempre olho com cuidado às afirmações que tendem aos polos, às posições radicais, principalmente em uma época em que tudo é tão fluido, tão instável.

Adilson Maestri

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A Indiferença

 

O que separa corações não é a distancia, é a indiferença.
Há pessoas juntas separadas por milhares de quilômetros e outras separadas vivendo lado a lado.
Muitas vezes nos importamos com o que acontece no mundo, nos sensibilizamos e pensamos até em fazer alguma coisa, mas nos esquecemos do que se passa ao nosso lado, na nossa casa, na nossa família e mesmo na vizinhança.
As pessoas se habituam tanta àquelas que convivem com elas que elas passam a não notá-las mais, a não dar mais importância.
Mas, se quisermos transformar o mundo, comecemos por transformar a nós mesmos.
Se quisermos entrar em combates para melhorar algo para o futuro, que esse combate comece dentro da nossa própria casa. Precisamos olhar os que estão ao nosso lado sempre com olhos novos.
Comunicar mais, destruir mais barreiras e construir mais pontes... Precisamos nos dar de coração a coração.
A melhor maneira de acabar com a indiferença de uma pessoa em relação a nós é amá-la... O amor transforma tudo.
Não permita que pessoas ao seu lado morram de solidão!
Não permita que elas sintam-se melhor fora de casa que dentro dela!
Dê atenção, dê do seu próprio tempo! Comunique-se! Assista menos televisão e converse mais... Riam juntos.
Há quanto tempo você não diz para a pessoa que vive ao seu lado que gosta dela?
Não se recupera tempo perdido, mas pode-se decidir não perder mais... Vamos amar os corações que nos cercam e tentar alcançar novamente aqueles que se distanciaram...
Há sempre tempo para se amar.
E se não houvesse, o próprio amor seria capaz de inventar...
Letícia Thompson

O Dia Em Que Eu Morri

Vou contar como tudo aconteceu.
A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.
Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.
Passei a não saber lidar com as mudanças.
Elas me aterrorizavam.
Depois vieram outras mortes.
Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.
Morri no dia em que meus lábios disseram, não.
Enquanto o meu coração gritava, sim!
Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina.
Morri no dia em que me entreguei à preguiça.
No dia em que decidir ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma.
Você pensa que não decide essas coisas?
Lamento. Decide sim!
Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.
Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim, apenas para não ficar só.
Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura.
Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor.
Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.
Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis.
A pior delas? Eu mesma.
Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões.
No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos.
Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei.
Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia.
Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor.
Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.
Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã.
Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou.
Ficou vazio… Sem história, música ou cor.
Não morri de causas naturais.
Fui assassinada todos os dias.
As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos.
Mas ainda assim foram decisões.
O mais irônico de tudo isso?
As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas.

Lígia Guerra


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

O Eixo Magnético e a Transição

Em 1831, James Clark Ross localizou o norte magnético em ilhas canadenses e, desde então, esse norte magnético vem marchando cada vez mais para o norte do planeta, e atravessou centenas de quilômetros somente nas últimas décadas. Enquanto isso, o oposto polar do sul magnético mudou pouca coisa nesse meio tempo.

Modelo Magnético Mundial teve de ser atualizado, pois o polo norte magnético da Terra está mudando mais rapidamente do que o normal.

O norte magnético é um dos "polos norte" que temos na Terra. Existe o "norte verdadeiro", o extremo norte do eixo de rotação do planeta e o norte magnético - o norte que nossas bússolas localizam –que é definido como o ponto no qual as linhas do campo magnético apontam verticalmente.

Atualmente, o ponto do norte magnético está se movendo a velocidade de 54 km por ano, sendo que, no ano 2000, essa velocidade era de 14 km/ano.

Quando na década de oitenta fui iniciado no espiritismo, os espíritos nos falavam da mudança da inclinação do eixo magnético e suas consequências para a humanidade. Não havia publicações científicas que corroborasse essa informação, entretanto nós acreditávamos e em razão disto venho ao longo desses 40 anos acompanhando o que é noticiado a esse respeito.

Diziam, entre outras coisas, que haveria uma redução significativa no número nascimentos ao ponto de não nascer mais ninguém. Essa informação fez com que alguns abandonassem o grupo, entretanto vemos nos últimos anos os casais terem cada vez menos filhos. Meu avô teve onze filhos, meu pai seis, eu três e meus filhos dois e um.

Vemos, nos últimos anos, grupos de materialistas fazendo campanhas - em alguns lugares com sucesso – pela legalização do aborto e vimos, pela TV, mulheres argentinas comemorando festivamente a legalização dessa barbárie no país vizinho.

Essa alteração no eixo magnético é a verdadeira causa das alterações climáticas que estamos vivenciando e que continuarão se intensificando até que o eixo magnético estabilize.

Pesquisas arqueológicas indicam que os polos se invertem ciclicamente e o aumento na velocidade no movimento do polo norte pode nos levar a uma nova inversão. As consequências disso seriam catastróficas, com as placas tectônicas movimentando-se com mais intensidade causando cataclismos sérios.

Concomitantemente estamos passando por um processo de mudança no contingente de seres que na Terra fazem suas experiências emocionais na busca de crescimento espiritual. Parece que as visões de João Evangelista estão em curso.

Hoje vemos muitos médiuns canalizando informações sobre essa mudança na qualidade dos espíritos que chegam e nas últimas oportunidades que os recalcitrantes estão tendo para acordar.

Vivemos um tempo em que tudo está vindo à tona, onde a mentira se revela com muita facilidade, onde o mau-caratismo fica cada vez mais evidente nas atitudes daqueles que por interesses escusos se alinham com as forças do mal. A tela da televisão parece um aparelho detector e revelador de mentiras.

Quanto mais nos esforçarmos para introjetar os ensinamentos dos mestres, vivendo cada vez mais em consonância com as Leis do Universo, mais facilmente e conscientemente passaremos com êxito por essa fase de transição planetária.

A hora é de cuidar de nossos quintais para colhermos as flores e frutos que viemos aqui buscar.

Adilson Maestri

Saiba mais em:https://canaltech.com.br/ciencia/o-norte-magnetico-da-terra-esta-mudando-rapidamente-o-que-isso-significa-132133/