sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Sobre a Gratidão

 



Ao entrar num povoado, dez leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância e gritaram em alta voz: "Jesus, Mestre, tem piedade de nós! "Ao vê-los, ele disse: "Vão mostrar-se aos sacerdotes". Enquanto eles iam, foram purificados.
Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Este era samaritano. Jesus perguntou: "Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove?Não se achou nenhum que voltasse e desse louvor a Deus, a não ser este estrangeiro? "Então ele lhe disse: "Levante-se e vá; a sua fé o salvou".Lucas 17:12-1

A gratidão é um sentimento poderoso e verdadeiramente transformador, porque nos leva a reconhecer e valorizar o que é bom. Ela nos leva a identificar as coisas boas que acontecem conosco e com as pessoas que estão próximas a nós. Quando você se permite sentir gratidão, uma intensa transformação acontece na sua vida. As pessoas que têm esse hábito são mais felizes, o que impacta também em sua saúde física e mental.

Agora, gostaria de te fazer uma pergunta: você se lembra da última vez em que sentiu ou demonstrou gratidão, ou em que começou o dia agradecendo por algo.

Vale destacar aqui que esse sentimento tem uma poderosa aliada: a gentileza. Quando a gratidão está ligada a ela, nos tornamos mais humanos e conseguimos nos conectar uns aos outros.

Até poucos anos atrás, não havia muitas pesquisas e informações acerca da gratidão. Mas, graças ao psicólogo americano Abraham Maslow, foi possível entender melhor o que é este sentimento e suas interferências positivas em nosso cotidiano.

Em suas pesquisas, Maslow conseguiu perceber que a habilidade de sentir e expressar a gratidão representa um aspecto vital para a saúde emocional e mental dos indivíduos. Através de seus estudos, ficou provado que pessoas que praticam esse hábito são mais felizes.

Qual é a relação entre Gratidão e felicidade?

A gratidão contribui para que as pessoas reconheçam o que possuem de bom ao seu redor. Por mostrar o quão prazeroso é valorizar o que se possui, ela faz com que os indivíduos gratos alimentem menos a ansiedade por aquilo que não têm ou por aquilo que desejam ter.

Nesse sentido, ser uma pessoa grata é uma virtude que também nos ajuda a exercitar atitudes mais positivas, seja em nossa vida cotidiana ou em nosso trabalho, pois cultivamos o bom humor e a paciência necessária para manter relacionamentos saudáveis e felizes.

Mas, pelo que devemos ser gratos? Provavelmente, você já se pegou fazendo essa pergunta em algum momento da sua vida.

Acredite, todos nós temos razões para agradecer e nos sentirmos gratos.

Já parou para pensar em tudo de bom que você tem na sua vida?

Enumere mentalmente suas razões: sua família, seus amigos, a saúde, o trabalho, um lar, seus talentos, suas conquistas e feitos. Coloque nesse rol tudo aquilo que for positivo e que contribui para a sua felicidade.

Um exercício tão simples já ajudará a reconhecer as coisas boas que lhe acontecem e que são dignas de gratidão. Faça isso de vez em quando e esse sentimento começará a aflorar em seu interior. Com o passar do tempo, perceberá a sensação de que você tem muito mais do que o necessário para viver e, assim, reconhecerá todos os dias um novo motivo para ser grato.

É importante dizer que a gratidão é contagiante. Comece a fazer esse exercício todos os dias e logo verá que seus amigos, familiares e até colegas de trabalho também estarão contagiados pela energia que esse sentimento reverbera.

 

Adilson Maestri


domingo, 13 de dezembro de 2020

PRA FRENTE É QUE SE ANDA

Quando nos dizem que devemos aceitar a vontade de Deus, que nos conformemos com a situação em que vivemos, precisamos ter em mente o que significa a vontade de Deus.

Óbvio que não fomos feitos para sofrer, penar na miséria nem estabelecer nossa visão do mundo por meio do ódio.

Deus, a Perfeição, não criaria o homem para o sofrimento e sim par a felicidade. Sim, a felicidade é o estado natural do coração e da mente do homem.

A reencarnação, esse processo fantástico da evolução humana que nos permite corrigir nossa rota evolutiva a cada experiência na carne é um processo que nos leva para frente, nunca para trás, a não ser que esse seja nosso desejo.

Em Romanos 12:2 temos: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Ao nos dizer isso, Jesus estava nos conclamando a manter em nossas mentes a vontade de Deus que nada mais é do que a felicidade, a vida em harmonia com o Universo, com a corrente amorosa que emana Dele.

A energia que emana de Deus é construtiva porque á harmonia e força, é a luz que nos permite alcançar nossos desejos sinceros sempre que pautados na ética do amor universal.

O que pensamos, atraímos. Somos cocriadores do Universo, portanto não nos deixemos levar pelas teorias de que viemos ao mundo para pagar dívidas. A corrente do rio segue sempre em frente tal qual a corrente do amor que provém do centro do Universo.

Não devemos pensar em nos prender ao passado. Se erramos um dia, ou hoje mesmo, entendamos que somos aprendizes, por isso estamos aqui e não num plano superior angelical. Perdoemo-nos, simples assim.

Difícil perdoar-se? Lembre-se, estamos ampliando a consciência de nossa divindade, como filhos de Deus temos o DNA da perfeição e os erros nos mostram qual melhor caminho a seguir. A evolução não tem nada a ver com remorsos e culpas. Olhar para frente sempre!

Um Ser que faz o mal, vive para o mal, pratica o mal, venera o mal, participa para o mal, tem o pensamento voltado para o mal, ludibria a vontade alheia em proveito próprio, tem uma energia de intensidade sofrível e está se sabotando não se permitindo perceber a verdade. Fatalmente deixou-se levar por forças contrárias à evolução.

Um Ser que é benevolente, que pratica boas ações, que venera o bem, faz o bem sem olhar a quem, ajuda ao próximo, tem o pensamento voltado para a prática do bem, é altruísta, provoca a paz entre os homens, tem uma energia de intensidade maior e portanto tem condições e tem domínio sobre seu poder criativo.

Para alcançarmos os planos angelicais primeiro precisamos nos tornar anjos e isso se faz entrando conscientemente no fluxo do amor incondicional.

Adilson Maestri

 

 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Misocristia

 

"A última prece dos mártires cristãos", por Jean-Léon Gérôme (1883)


Misocristia é um neologismo criado para definir a ação daqueles que propagam e exercem o ódio ou horror a Cristo, aos cristãos e ao cristianismo, em tempos de expressiva intolerância religiosa. Vale ressaltar, que a palavra cristofobia, que está em voga, tem como significado literal o medo e não o ódio.

"O preconceito, bem como o ódio aos cristãos é notório desde a ressurreição de Cristo. Seja pelos judeus, pelo Império Romano, comunidades muçulmanas extremistas e até mesmo por alguns ativistas de minorias em movimentos como a parada gay no Brasil, que demonstra forte intolerância ao ponto de vilipendiar símbolos sagrados para os cristãos e até mesmo o próprio Cristo. Tal ódio também é notado no discurso e vida de homens como Hitler, Marx e Stálin." Fonte: Wikipédia

A queima de igrejas no Chile mostra que essa misocristia está mais viva que nunca. Em tempos de separação do joio e do trigo fica muito claro identificar quem é quem, facilitando: aos verdadeiros cristãos, identificar aqueles que estão subjugados pelo comando das trevas; aos espíritos que trabalham na Terra, o recolhimento e transporte dessas almas equivocadas para outros orbes.

Muitos, inocentemente, dão energia a essa tentativa de dominação do planeta pela forças do mal, mas cabe aos verdadeiros cristãos, que alimentam em suas almas a fé nos ensinamentos do Nazareno, continuar trabalhando com serenidade para alcançar o objetivo de ver implantada na Terra uma nova era de paz e prosperidade, na fase denominada pelos espíritos de escol de Era da Regeneração.

Estaríamos iniciando o preconizado Armagedom?

"O Armagedom é identificado na Bíblia como a batalha final de Deus contra a sociedade humana iníqua, em que numerosos exércitos na Terra encontrar-se-ão numa condição ou situação, em oposição a Deus." Fonte Wikipédia

Deus queira que não, que esta transição possa ocorrer com o mínimo de trauma para os bilhões de espíritos que na Terra fazem seu aprendizado em viver amorosamente, mas precisamos estar atento aos movimentos, pois o mal travestido de movimentos progressistas que cooptam mentes e corações ingênuos que se deixam levar por discursos pseudocristãos propugnadores da igualdade social e de direitos humanos, quando na verdade fomentam a discórdia e separação da humanidade em grupos por gênero, condição sexual, classes sociais e outras tantas, impensáveis para um verdadeiro cristão.

A misocristia está presentes em suas manifestações públicas e nas pseudoartes expostas nos museus e até nos eventos populares como foi o caso das escolas de samba no carnaval passado.

Abrir os olhos para o que se passa à nossa volta e ajudar nossos filhos a optarem por caminhos mais seguros é dever de todos nós cristãos.

Vivemos um tempo em que um gênio desejaria viver, pois não é na calma tranquila da vida, ou no repouso de uma pacífica situação que os grandes caráteres são formados. Grandes adversidades invocam nossas maiores virtudes.

Que Deus nos proteja sempre!

Adilson Maestri 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O Que o Amor Faria Agora?

 



Quando, em nossos relacionamentos acreditamos que sabemos como resolver as situações e, pior, que sempre temos razão, deixamos, então, de encontrar a melhor solução para as nossas desavenças e desafios.

Quem disse que temos razão sobre tudo? E, mesmo se tivéssemos, o que seria mais importante: mostrar que temos razão ou ter felicidade e harmonia?

Precisamos aprender a usar o amor como um peso que pende a balança da vida para o lado da felicidade. Precisamos usar o amor como o fator que decida cada passo que dermos, cada pensamento que esboçarmos, cada sentimento que expressarmos.

Então, que tal passar a colocar o amor como o juiz que decidirá em todas as questões da nossa vida? Que tal se na próxima vez em que uma situação, para a qual não tenhamos certeza da solução, se apresentar, experimentarmos perguntar: o que o amor faria agora?

Tenho certeza que você já entendeu sobre o que estou falando. O amor é o que nos move a cada momento. Apenas, na maioria das vezes, não o reconhecemos. Então, quando damos a ele a chance de se manifestar e se mostrar em nossa vida, ele comparece em todo o seu potencial, mudando nossa vida para melhor.

Não esqueça que o Mestre disse: Deus é amor. Ao proceder amorosamente, sempre estaremos deixando Deus se manifestar em nossas ações e aí não tem erro.

Normalmente, somos cegos a tudo o que temos de bom em nossa vida, por isso, nos tornamos infelizes.

Felicidade é deixar que o amor seja o condutor de nossa vida. É buscar o amor a cada momento, de maneira consciente e confiante.

Por isso, não importa qual seja a situação pela qual tenhamos de passar, seja grande ou pequena, simples ou complexa, boa ou ruim. Para decidir sobre ela, perguntemos antes a nós mesmos: “O que o amor faria agora?”.

Não há como errar, quando o amor está em nosso coração e é o nosso auxiliar nos momentos de decisão. 

Adilson Maestri

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Sobre a Beleza



"Desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina têm sido vistos claramente, sendo compreendido por meio das coisas criadas". Gênesis 1.1-2.1

Reconhece-se, em toda parte, a presença e evolução do homem pelas suas obras. A existência dos homens primitivos não se provaria unicamente por meio dos fósseis humanos: provou-a também, e com muita certeza, a presença, nos terrenos daquela época, de objetos trabalhados pelos homens. Um fragmento de vaso, uma pedra talhada, uma arma, um tijolo bastou para lhe atestar a presença. Pela grosseria ou perfeição do trabalho, reconhece-se o grau de inteligência ou de adiantamento dos que o executam.

Se, pois, achando-nos numa região habitada exclusivamente por selvagens, descobrirmos uma estátua digna de David, não hesitaremos em dizer que, sendo incapazes de tê-la feito os selvagens, ela seria obra de uma inteligência superior à deles.

Pois bem, lançando o olhar em torno de nós, sobre as obras da natureza, notando a providência, a sabedoria, a harmonia que presidem a essas obras, reconhecemos não haver nenhuma que não ultrapasse os limites da mais portentosa inteligência humana. Ora, desde que o homem não as pode produzir, é lógico que elas são produto de uma inteligência superior à humanidade.

A beleza importa. Fomos projetados para o belo. A humanidade foi inserida no Cosmo, na beleza, na perfeição da lógica, no equilíbrio das formas e cores. Nisto tudo há a presença do belo. Precisamos, então, prestar atenção no que veio de nós através da cultura e da arte.

O ser humano intrinsecamente produz cultura. Manifesta-se esteticamente nas letras, nas artes, nas ciências diversas. Vemos, entretanto, em nosso tempo a arte sendo degradada, sem sentido e de mau gosto, na moda, nas performances ridículas que nada dizem e nas instalações que estão mais preocupadas com pegadinhas estéticas do que com o fazer do artista. O belo morre, pois não se vê Deus nas artes.

É fácil perceber, a feiura progride e avança. A estética não traz harmonia e equilíbrio, agora traz ruptura e caos. No afã de serem pós-modernos, os artistas materialistas e, portanto, desconectados de Deus, deixam de lado a técnica e o belo, para colocarem um pensamento pseudo-revolucionário, marxista, também nas artes.

Tudo que fazemos traduz a marca de Deus em nós. O próprio fazer já é um impulso divino. Em Deus, vivemos, nos movemos e existimos, disse Paulo a seus discípulos no areópago grego.

Roger Scruton (professor de estética na Universidade de Londres) é claro ao falar: “Então, a partir do século XX, a beleza deixou de ser importante. A arte, gradativamente, se focou em perturbar e quebrar tabus morais. Não é beleza, mas originalidade, atingida por quaisquer meios e a qualquer custo moral, que ganha os prêmios. Não somente a arte faz um culto à feiura, como a arquitetura se tornou desalmada e estéril. E não foi somente o nosso entorno físico que se tornou feio: nossa linguagem, música e maneiras, estão ficando cada vez mais rudes, autocentradas e ofensivas, como se a beleza e o bom gosto não tivessem lugar em nossas vidas”.

Precisamos nos religar à arte. Não uma arte religiosa, sacra e idólatra, mas uma arte que, sem intenção, fale aos homens aquilo que Deus é: beleza, equilíbrio, perfeição em meio ao nosso caos.

Precisamos urgente buscar uma arte que mostre a natureza de Deus e a dádiva dos dons aos homens.

Precisamos da beleza de Deus em nossas vidas, agora!

 


quinta-feira, 2 de julho de 2020

Alteridade



 A alteridade é uma estratégia fundada na ética da fraternidade e da paz; um indicativo de como agir diante dos conflitos do mundo, inclusive os nossos, a fim de que possamos construir o mundo de regeneração, por representar, em sua profundidade, as leis cósmicas de convívio entre os seres.
Na questão 621 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta onde estão escritas as leis de Deus, obtendo a seguinte resposta: “Na consciência”.
Refletindo sobre as implicações da prática da alteridade pelos seres humanos, pode-se afirmar que esse é um valor que está escrito em nossas consciências e que somente agora começa a ser descoberto. Seu significado reflete uma nova mentalidade, aquela que deverá vigorar na civilização que, certamente, irá transformar a Terra num mundo de regeneração porque se refere à aceitação das diferenças; também significa a não-indiferença, o amar ou ser responsável pelo outro, o aprender com os diferentes, aceitando e respeitando-os em suas diferenças.
A propósito, devemos lembrar que todos os seres humanos são diferentes uns dos outros.
A postura alteritária nos leva a ver todos com bons olhos, lembrando as palavras de Jesus: “Ama o próximo como a ti mesmo”
A pessoa que vivencia a alteridade passa a ser mais fraterna em todos os sentidos, deixando de criticar, julgar, agredir...
As atitudes de não-crítica, não-agressão e não-julgamento deixam o ser em paz consigo
Aí você poderá contestar dizendo que atitudes assim tornam a criatura alienada. Mas há grande diferença entre analisar – com vistas ao próprio aprendizado e também no intuito de ajudar, caso seja viável – e julgar, criticar, enviar uma vibração negativa para o errado, seja ele uma pessoa, uma instituição ou uma nação, já que as instituições e as nações são formadas por pessoas.
Agindo com alteridade, ou seja, sentindo-se também responsável pelo outro, você entende que deve falar-lhe, alertando-o afetuosamente para o erro que está cometendo de forma a não humilhá-lo, encontrando a melhor maneira de ser, junto àquela pessoa, uma presença benéfica, e, caso seja inviável esse alerta, poderá emitir-lhe uma vibração fraterna junto com a ideia de que não se deve pisar a grama.
Desenvolvemos a alteridade respeitando completamente a maneira de ser dos outros, em seus erros, equívocos e até mesmo em suas maldades, lembrando que todos somos seres em diferentes faixas evolutivas, tornamo-nos mais leves, mais de bem com a vida, mais alegres e também mais saudáveis. E se entendermos e aplicarmos verdadeiramente a alteridade, faremos uma prece pelos que estamos observando em erro e lhes direcionaremos vibrações positivas, indutoras de ações mais corretas.
Exercer a faculdade da crítica faz parte do crescimento do ser humano. Só que há dois tipos de crítica, uma é saudável, a outra, não.
Na crítica saudável, podemos dialogar com tranquilidade, debater nossos pontos de vista, trocar idéias, estar abertos para aprender com os outros, enfim, participar ativamente das situações, sempre visando o bem geral. Isto nos torna seres benéficos para nós mesmos e para os outros, tanto em nosso lar, quanto no ambiente profissional, na sociedade, em nossa comunidade.
Mas, se de todo não conseguimos nos conter, ao percebermos que estávamos tecendo críticas ou mesmo comentários negativos sobre alguém, podemos anular os efeitos danosos que atitudes tais podem gerar tanto no criticado quanto em nós, invertendo as ações, ou seja, passando a garimpar os valores de quem estávamos alvejando com nossos pensamentos ou palavras.
Na verdade, a alteridade, em sua essência, deve manifestar-se assim como uma postura ética ou um alicerce interior, sob cujas diretrizes se constrói o nosso pensamento e emoções, dentro de um entendimento mais pleno sobre o ser humano e a própria vida.
Quando, um dia, os valores da alteridade e do amor fizerem parte da vivência das pessoas, o mundo inteiro vai perceber que a vida é bela e vale a pena viver; que o amor é alegria e vai entender que o Cristo voltou.

Excerto do livro “A Transição está pedindo mudanças”
Saara Nousiainen e Simone Ivo Sousa

segunda-feira, 29 de junho de 2020

A Justiça de Deus ou a Lei de Causa e Efeito?


No Caibalion*, entre as Sete Leis Herméticas temos a de Causa e Efeito.
"Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade, mas nenhum escapa à Lei".
Nada acontece por acaso, pois não existe o acaso, já que acaso é simplesmente um termo dado a um fenômeno existente e do qual não conhecemos a origem, ou seja, não reconhecemos nele a Lei à qual se aplica.
Esse princípio é um dos mais polêmicos, pois também implica o fato de sermos responsáveis por todos os nossos atos. No entanto, esse princípio é aceito por todas as filosofias de pensamento, desde a antiguidade. Também é conhecido como karma.
Em Gênesis temos: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e submetei-a; dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que rastejam sobre a terra”.
Não vemos nessa citação bíblica que Deus tenha ordenado os homens a dominar outros homens.
Muito se ouve falar em justiça, na justiça dos homens e na justiça de Deus. Muitos clamam por justiça na Terra.
Lendo com atenção os textos acima e tudo o mais que a doutrina de Jesus nos ensina, penso que só há uma justiça: o retorno de nossa inserção, ou não, na Lei de Deus.
Há uma lei máxima que rege todo o Universo, que podemos traduzir na palavra “amor”. Essa Lei, que emana do Centro do Universo, cria e mantem tudo o que existe. Se nos mantemos dentro dessa Lei, tudo transcorre de maneira natural em nossas vidas. Crescemos pelo exercício do amor.
Quando inventamos de criar nossas próprias leis, temos que aguentar as consequências do que criamos que pode ser bom ou não.
Não podemos creditar nossas más escolhas a ninguém, somos os únicos responsáveis por nossas escolhas. Temos o Livre Arbítrio para isso.
Temos uma vida que se manifesta em contínuos corpos em diversos planos. Tudo o que fazemos, agrega ao acervo de nossa alma, ou espírito.
Vida após vida, vamos vivendo segundo as Leis de Deus e criando nossas realidades que ora são tranquilas ora pesadas, dependendo do que fizemos antes.
Sempre que saímos da ordem universal acarretamos o que os orientais chamam de Karma negativo, que é a carga energética desarmônica que agregamos ao contrariar a Lei de Deus e que precisa ser purgada de nossa alma. Assim, não podemos creditar a outros as dificuldades que vivemos na atualidade.
As dificuldades para as quais não encontramos respostas nessa existência pode ser essa carga negativa contraída no passado que decidimos purgar por meio das provações. Sempre bom lembrar que vivemos num planeta de padrão “Provas e Expiações”
Assim como escolhemos as experiências que necessitamos, precisamos respeitar as escolhas dos outros seres que caminham conosco no Universo. Se confortável ou desconfortável a experiência dos outros temos que aceitar a realidade e ajuda-los, caso nos peçam ajuda.
Sim, é necessário respeitar as decisões das outras pessoas de viverem dramas sofridos que elas mesmas escolheram para aprender algo de novo e assim crescerem como espíritos a caminho da luz.
Portanto não devemos acusar Deus nem ninguém pelas dificuldades que parte da humanidade enfrenta. A justiça divina está justamente em permitir que cada um se coloque no seu próprio caminho.
Há miséria de toda ordem, econômica, moral e política. Qual nossa participação na miséria que vemos em nós e fora de nós?
Quando escolhemos nossos representantes no congresso ou nos cargos de comando, estamos dando a eles o poder de conduzir o destino de uma nação.
A quem damos esse poder? Conhecemos profundamente suas intenções?
Se a condução dos destinos de uma nação a levam ao caos econômico ou moral, somos corresponsáveis pela situação. Portanto o que quer que aconteça conosco ou com a sociedade da qual fazemos parte, somos sempre responsáveis pelos resultados.
Prestando atenção a essa Lei do Retorno deixaremos de responsabilizar os outros, cônjuges, patrões ou dirigentes das nações, pela situação que nós vivemos.
O Universo sempre nos dá uma nova oportunidade de repararmos nossos erros. Cabe a nós estarmos atentos ao que acontece e nos consultarmos internamente quando precisarmos tomar novas decisões.

Adilson Maestri

* Caibalion (Kybalion, palavra que pode ser traduzida como tradição ou preceito manifestado por um ente de cima) é um livro esotérico sobre os Princípios Herméticos publicado em 1908.


Quanto Tempo Ainda lhe Resta?


Quanto tempo você acredita que viverá? Cem anos? Cinqüenta? Um? 
Seja quanto for, você provavelmente estará errado. Nosso tempo médio de vida é até possível de saber, mas uma média não é uma certeza. Um adolescente pode ter apenas mais quatro anos de vida, enquanto uma mulher de 70, pode ainda viver mais trinta e cinco. Já temos mais de 30 mil pessoas no Brasil acima dos 100 anos.
Hoje, com a expectativa média de vida disparando, há um número crescente de homens e mulheres com 70, 80 ou 90 anos, vivendo ainda como as pessoas de 60 viviam, há somente duas ou três décadas. 
Nelson Mandela ficou mais de dez anos sendo bloqueado ativamente pelo governo sul-africano e vinte sete anos na cadeia, por razões políticas. Aos setenta e dois anos começou tudo novamente, saindo da prisão, tornando-se presidente da África do Sul e mudando o país que liderou, além de entrar para a história do planeta. Ele nasceu em 1914.
Se Mandela escutasse sua família, ficaria em casa recebendo alguma pensão do governo, sentado. Pense em um homem de 72 anos que ficou preso metade da vida. A maioria das pessoas imagina que homens com esta idade, deveria estar pensando em que programas de TV vão assistir hoje.
Silvester Stallone (1946) filmou a série de Rock Balboa . Ele tem setenta e quatro, e ainda está fisicamente como, há algumas décadas, estariam os lutadores de metade da sua idade. Na verdade, sua forma física está tão boa quanto a de seu oponente.
Stallone  se escutasse os críticos, seria vendedor de bolinhos, no Central Park, e não um milionário ator que se diverte fazendo o que faz. 
Nem vou falar dos Rolling Stones, que têm um público de fãs que incluem os que ainda nem saíram da puberdade. Impensável há algumas décadas! Para cada um desses homens, e mulheres que também têm história similar, sempre houve a crença de que nem tudo o que você começa, termina, mas absolutamente tudo o que você termina, teve que começar. Comece agora. Não amanhã. Não ontem. Hoje.
Se você tem mais de cem anos, vá com calma! O mundo ainda chega lá. Se você tem mais de 70, não tenha calma nenhuma. Faça o que você tiver vontade de fazer. Se você tem entre vinte e setenta, não se importe com convenções sociais. Elas foram feitas por quem não tinha coisa melhor para fazer, além de falar da vida dos outros. Vá e faça. Já que vão falar de você, de qualquer jeito, arrisque-se a ir contra a maré. O mundo espera isso de você.
Se você tem menos de vinte, aprenda tudo o que puder, e agradeça por viver em um século no qual você está no início da vida, não no final.
 Não importa a idade que você tenha. É hora de começar algo novo. Nem tudo o que você começa, termina. Mas absolutamente tudo o que você termina, teve que começar. O que você vai começar hoje?



domingo, 14 de junho de 2020

Para Quem Tem Olhos de Ver





Quando , em 1999, fui pela primeira vez ao Peru, fiz escala em La Paz.
Vendo aqueles morros em torno do centro da cidade cobertos de barracos de tijolos sem reboco, tive um choque seguido de um insight: “não seria pelo processo político que alcançaríamos uma equidade social, mas sim por meio do desenvolvimento espiritual”.
Voltei para o hotel profundamente tocado com aquela realidade. Eu não conhecia o nordeste brasileiro ainda. Outro choque.
Desde então passei a prestar mais atenção nas atitudes e consequências dos processos políticos no Brasil e no mundo.
Compreendi que nenhuma ideologia em voga propunha o crescimento do indivíduo como Ser Humano, suas propostas contemplavam apenas a questão material, equiparando todos os homens como se fossem unidades produtivas.
Foi nessa época que ingressei e fui chamado a fazer palestras no Núcleo Espírita Nosso Lar. Precisei estudar o Evangelho Cristão para fazer uma palestra semanalmente com base no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Durante quatro anos estudei um capitulo por semana e voltava ao primeiro quando chegava ao final do livro, repetindo assim diversas vezes todo o conteúdo nele expresso por Allan Kardec.
Não há no Evangelho qualquer menção ao crescimento humano por via da política, nem pela igualdade material dos homens. A doutrina de Jesus propõe o crescimento individual por meio do autoconhecimento, do aprendizado e da prática da ética, do respeito pelo próximo e por si mesmo.
“Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” é a máxima do cristianismo.
Quando jovem, eu havia me deixado levar pela onda socialista que reina nas universidades e acreditava no equilíbrio sócio econômico que essa ideologia propugna. Cheguei mesmo a votar em candidatos socialistas que defendiam esse sistema de governo, mas que depois de entronados demonstraram que suas lutas eram tão somente pelo poder e pelo enriquecimento próprio e de suas famílias, envolvendo-se em processos de corrupção que antes denunciavam. Decepção que me ajudou a melhor compreender o que senti em La Paz.
Na década de oitenta participei ativamente de um grupo espírita que tinha o objetivo de desenvolver mediunidades e trabalhar em prol da limpeza energética planetária.
Nossos mentores, espíritos que haviam estado na Terra ao tempo do Antigo Egito, nos aparelharam para o trabalho mediúnico e nos instruíram sobre os processos, em transcurso no plano espiritual, da transição humana e planetária.
Disseram que veríamos a transição acontecer no plano material ainda nesta encarnação. Não acreditei. Entretanto venho observando o processo transcorrendo de forma acelerada desde então.
A separação do joio e do trigo que pensava eu aconteceria lá fora, longe dos meus olhos, vejo acontecer aqui, agora, muito próximo de mim. Tão próximo que mexe com meus sentimentos, ao ver pessoas por quem tenho amizade revelando-se manipuladas pelas trevas. Não percebem o equívoco, creio.
É muito difícil ver-me imerso nesse turbilhão e sendo provocado pelas forças ocultas das sombras a todo instante. Nunca foi tão imperioso estar com Deus no pensamento e no coração.
Estamos vivendo no Brasil esse processo das trevas unindo aliados de todos os matizes para impedir a ressurreição do amor, o crescimento individual em grupo daqueles que creem em Deus e vivem essa realidade aqui na Terra.
Mas eu creio que não estamos sós. As consciências superiores que guardam o planeta certamente estão atentas para o que transcorre aqui e estão descortinando véus para que quem tenha olhos de ver, veja.

Adilson Maestri

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Corpo de Dor

No caso da maioria das pessoas, quase todos os pensamentos costumam ser involuntários, automáticos e repetitivos. 
Não são mais do que uma espécie de estática mental e não satisfazem nenhum propósito verdadeiro. Num sentido estrito, não pensamos- o pensamento acontece em nós.
“Eu penso” é uma afirmação simplesmente tão falsa quanto “eu faço a digestão” ou “eu faço meu sangue circular”.
A digestão acontece, a circulação acontece, o pensamento acontece.
A voz na nossa cabeça tem vida própria. A maioria de nós está à mercê dela; as pessoas vivem possuídas pelo pensamento, pela mente.
E, uma vez que a mente é condicionada pelo passado, então somos forçados a reinterpretá-lo sem parar.
O termo oriental para isso é carma.
O ego não é apenas a mente não observada, a voz na cabeça que finge ser nós, mas também as emoções não observadas que constituem as reações do corpo ao que essa voz diz.
A voz na cabeça conta ao corpo uma história em que ele acredita e à qual reage.
Essas reações são as emoções.
A voz do ego perturba continuamente o estado natural de bem-estar do ser. Quase todo corpo humano se encontra sob grande tensão e estresse, mas não porque esteja sendo ameaçado por algum fator externo - a ameaça vem da mente.
O que é uma emoção negativa?
É aquela que é tóxica para o corpo e interfere no seu equilíbrio e funcionamento harmonioso.
Medo, ansiedade, raiva, ressentimento, tristeza, rancor ou desgosto intenso, ciúme, inveja - tudo isso perturba o fluxo da energia pelo corpo, afeta o coração, o sistema imunológico, a digestão, a produção de hormônios, e assim por diante.
Até mesmo a medicina tradicional, que ainda sabe muito pouco sobre como o ego funciona, está começando a reconhecer a ligação entre os estados emocionais negativos e as doenças físicas.
Uma emoção que prejudica nosso corpo também contamina as pessoas com quem temos contato e, indiretamente, por um processo de reação em cadeia, um incontável número de indivíduos com quem nunca nos encontramos. Existe um termo genérico para todas as emoções negativas: infelicidade.
Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, que chamamos de “corpo de dor”.
O “corpo de dor” não consegue digerir um pensamento feliz. Ele só tem capacidade para consumir os pensamentos negativos porque apenas esses são compatíveis com seu próprio campo de energia.
Não é que sejamos incapazes de deter o turbilhão de pensamentos negativos - o mais provável é que nos falte vontade de interromper seu curso. Isso acontece porque, nesse ponto, o “corpo de dor” está vivendo por nosso intermédio, fingindo ser nós. E, para ele, a dor é prazer. Ele devora ansiosamente todos os pensamentos negativos.
Nos relacionamentos íntimos, os “corpos de dor” costumam ser espertos o bastante para permanecer discretos até que as duas pessoas comecem a viver juntas e, de preferência, assinem um contrato comprometendo-se a ficar unidas pelo resto da vida.
Nós não nos casamos apenas com uma mulher ou com um homem, também nos casamos com o “corpo de dor” dessa pessoa.
Pode ser um verdadeiro choque quando - talvez não muito tempo depois de começarmos a viver sob o mesmo teto ou após a lua-de-mel – vemos que nosso parceiro ou nossa parceira está exibindo uma personalidade totalmente diferente. Sua voz se torna mais áspera ou aguda quando nos acusa, nos culpa ou grita conosco, em geral por uma questão de menor importância.
A essa altura, podemos nos perguntar se essa é a verdadeira face daquela pessoa – a que nunca tínhamos visto antes - e se cometemos um grande erro quando a escolhemos como companheira. Na realidade, essa não é sua face genuína, apenas o “corpo de dor” que assumiu temporariamente o controle.
Seria difícil encontrar um parceiro ou uma parceira que não carregasse um “corpo de dor”, no entanto seria sensato escolher alguém que não tivesse um “corpo de dor” tão denso.
O começo da nossa libertação do “corpo de dor” está primeiramente na compreensão de que o temos.
É nossa presença consciente que rompe a identificação com o “corpo de dor”. Quando não nos identificamos mais com ele, o “corpo de dor” torna-se incapaz de controlar nossos pensamentos e, assim, não consegue se renovar, pois deixa de se alimentar deles. Na maioria dos casos, ele não se dissipa imediatamente.
No entanto, assim que desfazemos sua ligação com nosso pensamento, ele começa a perder energia.
A energia que estava presa no “corpo de dor” muda sua frequência vibracional e é convertida em “Presença”.
Eckhart Tolle

domingo, 17 de maio de 2020

Sobre a Caridade



Nenhum homem pode ser feliz enquanto estiver rodeado de vibrações de discórdias. Um dos grandes obstáculos ao conveniente desenvolvimento espiritual da humanidade, em todos os países civilizados, tem sido a chamada caridade.
O assunto exige bastante reflexão para ser bem compreendido. A caridade trata apenas dos efeitos da pobreza e não da causa. Não acreditemos no trato dos efeitos.  Acreditemos no tratamento da causa.
Sabemos que, em muitos casos, a prática da caridade produz o mal em vez do bem. Procuremos eliminar a causa da pobreza e não haverá necessidade de caridade. Isto pode ser feito aplicando a lei: “O que temos, de material, apenas conservamos em confiança para o homem que tem mais necessidade do que nós, e é nosso dever dar-lhe, desde que ele dê algum valor em troca”. 
Dar valor em troca não quer dizer necessariamente que o mesmo valor deve ser dado àquele de quem se recebeu, porém que, quando o recebedor estiver em condições, deve dá-lo à humanidade, numa corrente do bem.
Deus nos deu inteligência para perceber, pelas vibrações transmitidas pelo homem, se ele merece alguma coisa do que temos em confiança.
Existem muitos homens na Terra, que não tem força de vontade para vencer estas más inclinações e precisam ser auxiliados. Existem muitas poucas pessoas que podem atingir um plano superior de desenvolvimento espiritual sem o auxílio, não só dos poderes superiores, mas também dos homens que estão na Terra.
Ajudai um homem a melhorar suas condições na Terra e sereis mais capaz de ajudá-lo a preparar um melhor lugar para si no mundo espiritual. O homem que sofre nessa Terra encontra muita dificuldade para atingir um plano espiritual superior sem auxílio.
Não há Milagres. Tudo o que acontece é governado pela Lei Divina.
A cura dos doentes apenas é um alívio temporário. A verdadeira obra é ensinar como permanecer em boa saúde.
Ajudar um homem a beneficiar a si mesmo é a grande obra cristã. Não roubeis a Paulo para pagar a Pedro. Existem muitos outros meios. Muitas crianças morrem de miséria quando um copo de leite as salvaria. Muito dinheiro foi dado por leite que as crianças nunca obtiveram. É dever nosso saber quando e como dar.   
Deus não pôs o homem nesta Terra para sofrer, nem criou a pobreza e as aflições. Todas essas coisas são artificiais e foram criadas pelo homem, sendo manifestações exteriores de discórdia ou de forças contrárias à divina.
Todavia , apesar de tudo o que o homem fez contra as divinas leis e forças do Altíssimo, os poderes superiores estão sempre prontos e dispostos a ajudar aqueles que procuram a verdadeira direção.
Faça a pergunta: Como posso ajudar?
Um vivo desejo de ajudar é o primeiro passo para receber o poder de ajudar, então o poder e a direção serão dados aos que pedem, pelas inteligências superiores.
Se desejais ajudar os outros, fazei um exame de vós mesmos e retificai, à proporção que puderes, qualquer discórdia que se encontra no vosso íntimo; desta forma vos colocareis em harmonia com os poderes superiores e recebereis com inteligência mensagens da parte deles, que vos guiarão em vosso trabalho
É quando o homem pede auxílio que se deve ajudar, pois esta é a única ocasião em que este está apto a receber ajuda.
Ajudar um homem a beneficiar a si mesmo é o maior bem que pode ser feito ao homem, e que o levará a maior felicidade, e ajudá-lo a repelir as ideias tóxicas que estão dentro dele.

Albert Van Der Naillen
Excerto da obra “A Grande Mensagem” de 1944

sexta-feira, 10 de abril de 2020

A história da vida de Jesus é a história da nossa própria vida.


Quando lembramos que ele nasceu na simplicidade de uma estrebaria, lembramos que nascemos num corpo físico rodeado de nossos pais e de tudo que compõe a natureza. Tudo muito simples para o espírito reencarnante.
O luxo que pode nos cercar é circunstancial e desnecessário.
Crescemos e nos tornamos adultos e conhecemos todas as atribulações que um ser humano precisa se defrontar, situações que precisamos viver para crescer em nossa consciência divina.
Sim, nós viemos à Terra para ampliar a consciência de nossa filiação divina e aprender a amar, consequência obvia de quem compreende que nasceu de Deus, o amor em ação.
Não temos notícia de por onde Jesus andou enquanto crescia, apenas sabemos que encontrou mestres que lhe ensinaram o que ele depois passou a pregar.
Por querer mostrar a realidade da vida humana aos que o rodeavam, sofreu toda ordem de injúrias e dor física. Infelizmente somos rodeados de seres trevosos que subsistem da ignorância alheia (lobos em pele de cordeiro) e ele nos alertou para isso.
Em nossa vida adulta nos defrontamos diariamente com nossa realidade mais íntima e sofremos por nos considerarmos inferiores ao padrão existencial que sonhamos. Sofremos o tormento das exigências do ego.
Não reconhecemos os lobos e damos nossa energia a eles.
Produzimos em nosso próprio corpo físico sintomas e doenças que nos trazem sofrimento, e em muitos casos sofrimento extremo que acabam por nos levar à morte precocemente.
O calvário de Jesus é o nosso calvário individual que precisamos atravessar para podermos compreender e incorporar o sentido da vida, o significado da luz e subirmos ao céu da maturidade espiritual onde as mazelas do cotidiano já não nos atingem mais, por estarmos plenamente conscientes do significado do existir e distinguirmos a luz e a sombra.
Precisamos entender o que ele viveu para compreender nossa própria existência.
A história que não esquecemos e reverenciamos continuamente é a lição que precisamos aprender e, quando entendermos, comemorar o Natal e a Páscoa terá outro significado, o nascimento e renascimento do ser humano na Terra.
Adilson Maestri

terça-feira, 24 de março de 2020

Preservar-se dos Anticristos e do Mundo


Amados, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo.
Nisto reconhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus;
E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; é este o espírito do Anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo. (Primeira Epístola de São João - 4)
No fim do tempo surgirão escarnecedores, que levarão vida de acordo com as próprias concupiscências ímpias. São esses que causam divisões, esses seres “psíquicos”, que não têm o Espírito. (Epístola de São Judas)

Lendo e relendo as palavras de João ponho-me a pensar também nas palavras dos mentores espirituais que me ensinaram a observar os seres humanos, pois nem todos vinham de Deus.
Chegamos a discutir se haveria homens com e sem espírito. Que poderia haver homens que encarnassem formas-pensamento criadas pelos próprios homens e assim não teriam uma continuidade ao morrer. Sim esta seria a diferença entre morrer e desencarnar.
Relendo João vejo que ele afirma que há os que vêm de Deus e os que não vêm de Deus, aqueles que não acreditam na existência do espírito e creem ser o homem um animal que nasce da união do espermatozoide com o óvulo reproduzindo um novo corpo. Psíquicos, creem que o pensamento vem do cérebro e vivem em função do mundo material somente. Formulam teorias e filosofias que obviamente são materialistas, pois Deus não faz parte dos seus planos.
Olhando para fora da janela vejo o mundo dividido entre esses dois grupos, mas olhando mais atentamente vejo aqueles que por não conseguirem ver os disfarces dos lobos em pele de cordeiro, por acreditarem em suas falsas pregações, acabam apoiando suas ideias como se fosse obra do espírito humano.
Não conseguem diferenciar a verdadeira caridade, que é ajudar o próximo a se erguer, do lenitivo para ajuda-lo momentaneamente, mas mantendo-o na sua miséria, na sua dor.
Jesus distribuiu o pão que ele criou e não o tomou do padeiro, Encheu a rede dos apóstolos de peixe, mas não tirou da peixaria, transformou água em vinho, mas não tomou da adega de ninguém.
O verdadeiro cristão dá o peixe na emergência, mas ensina o necessitado a pescar, não cria bolsa-peixaria.
Ao tempo de Jesus havia os Zelotes que roubavam do governo para distribuir aos pobres, mas não seguiam a Jesus, e houve os que deixaram essa prática para seguir os ensinamentos baseados no amor incondicional.
“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Ele nunca disse tomai de Cesar e dai aos pobres.
O Cristianismo propõe a evolução por meio do aprendizado e o Espiritismo Kardeciano advoga essa causa.  
Um governo de uma nação gerenciado por verdadeiros filhos de Deus investe na educação como forma de tirar o povo da miséria. Aquele que governa pautado no materialismo gerencia a miséria a seu favor, para se perpetuar no poder.
Minha janela se alarga e vejo a luz de Deus iluminando o exterior da minha casa onde consigo ver com mais clareza o mundo lá fora.
Vejo mentes dopadas, iludidas em homens que idolatram lobos acreditando em suas palavras e nunca se detêm em observar suas atitudes, seus disfarces, sua verdadeira natureza tão contrária à natureza divina com a qual fomos criados. São surdos à verdade que ressoa por todos os cantos.
“Aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro” (João 4)
Não vi Jesus sacudindo nem gritando nos ouvidos de ninguém; ele pregava o amor a quem o quisesse ouvir e seguir.
Com Ele aprendi, também, a não servir a dois senhores, por isso entendo que o cristianismo e o materialismo caminham em sentidos opostos.
Penso ser impossível a um cristão seguir uma ideologia pautada nos ditames propostos por pseudofilosofias que propugnam o desmonte da família e dos princípios morais.
A doutrina cristã e, também, a espírita, defende a família e propõe o amor como base para a convivência saudável e pacífica entre os homens.
O materialismo propõe a separação, cria inimigos, insufla o ódio, ridiculariza as artes, valoriza o desleixo e é conivente com as drogas, a corrupção e os comportamentos bizarros, tão distantes dos ensinamentos do Mestre.
Não precisa ser nenhum sociólogo, filósofo ou sacerdote para compreender; basta olhar pela janela e ver, ouvir e sentir o que vai no coração, na boca e no comportamento dos homens.
A diferença é nítida, clara e insofismável entre o que propõem as duas correntes e as atitudes de quem defende uma ou outra linha de pensamento.
Sou cristão há dois mil anos e continuarei seguindo o que pregou o Nazareno: “ama o próximo como a ti mesmo, mas presta atenção aos lobos em pele de cordeiros”.

Adilson Maestri