sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Centenário de Machu Picchu


Patrimônio da Humanidade decretado pela Unesco, o sítio arqueológico de Machu Picchu, no Peru, foi descoberto em julho de 1911, pelo arqueólogo norte-americano Hiram Bingham.

Os europeus, muito antes de invadirem as Américas, já ouviam falar de um “El Dorado”, que seria uma cidade onde haveria muito ouro e prata e, provavelmente com a intenção de por a mão nesse tesouro, fizeram as incursões que ficaram gravadas na história como as descobertas das Américas.

O continente americano já era conhecido dos povos africanos e asiáticos desde muitos milênios. Por aqui circularam fenícios, egípcios e chineses que deixaram marcas gravadas em rochas à beira mar por onde passaram.

Tanto fenícios como chineses tinham ou produziram uma cartografia que incluía a América e foi com base nessas cartas que Cristovão Colombo e Pedro Álvares Cabral trouxeram seus navios até aqui. Os africanos conheciam as correntes marítimas que passando pela costa africana chegam à costa brasileira e foi seguindo essas correntes que Cabral chegou na Bahia, a estória de que Cabral se perdeu é conversa mole prá boi dormir.

O sonho dos espanhóis e portugueses era mesmo apropriarem-se dos tesouros cuja existência ouviam falar. Estabelecidos no Brasil fizeram incursões ao interior com esse objetivo. Nossos índios do litoral conheciam a lenda de uma terra muito rica, com templos cobertos de ouro e prata que ficavam no centro do continente. Foi com bases nessas lendas que Cabeza de Vaca e Aleixo Garcia partiram de Santa Catarina para encontrar o Império Inca e seus tesouros. Aleixo Garcia foi quem trouxe a confirmação da existência de um império rico em ouro.

Hiram Bingham também motivado pela possibilidade de encontrar esses tesouros, financiado pela empresas National Geographic e Kodac, embrenhou-se nas matas peruanas e encontrou uma cidade a qual deu o nome da montanha onde se encontrava, Machu Picchu.

O verdadeiro nome da cidade não se sabe nem a que ela servia, as pesquisas arqueológicas apontam para a possibilidade de ter sido um refúgio para imperadores Incas perseguidos pelos espanhóis.

Machu Picchu, como outros sítios arqueológicos que encontrei no Peru e no Egito, deu-me a impressão de ser muito mais antiga do que a história oficial registra.

O Império Inca, de curta duração, teve seu apogeu entre os anos 1438 e 1533, quando dominou um extensa área desde o Equador até o Chile e Argentina, ou seja quase toda a Cordilheira dos Andes.

O que vemos no Peru como vestígios do Império Inca, na verdade são vestígios das civilizações que ocuparam os Andes desde muitos milênios, desde que cidades andinas eram colônias atlantes.

Por que penso assim? Confira os vestígios de civilizações antigas em torno do Oceano Atlântico. Percorramos a Europa, África e Américas e o que veremos? Construções megalíticas com as mesmas características de corte e encaixe, a mesma técnica de construção de templos demonstrando que uma só cultura permeava as intenções motivadoras de tais obras.

Em todas as ruínas, o mesmo traço arquitetônico, característico de uma mesma civilização. A monumentalidade presente em todas as ruínas deixa claro que todas serviam a uma mesma filosofia existencial.

Para que servia a cidade encoberta por quatrocentos anos pela selva tropical? Quantas ampliações a cidade original recebeu? Quanto tempo se passou entre sua fundação e o Império Inca? São perguntas que ainda não podemos responder, mas creio que essas informações ainda virão à tona com o avanço da ciência e com a mudança de mentalidade sobre a sua real origem. Creio ser necessária uma mudança da mentalidade que norteia a ciência para que possamos avançar na descoberta de nossa real ancestralidade.

Lembra do livro La planète des singes, cuja estória serviu de base para o roteiro do filme “O Planeta dos Macacos”? Na minha mente causou um salto quântico na compreensão de quem somos. O que tal estória causou em você?

Estamos comemorando 100 anos da descoberta de Machu Picchu. Estamos desfolhando uma cebola, lentamente, mas vivemos um processo de evolução que entrou nos últimos cinqüenta anos numa velocidade exponencial que me deixa excitado com as possibilidades do que possa vir à tona ainda nessa minha experiência carnal.

Há poucos dias soube que arqueólogos com base em imagens captadas de satélites, acreditavam ter encontrado uma cidade na Espanha com as características que Platão atribuía a cidade atlante que ele descreveu em sua obra “Timeu e Crítias”. Acreditam os cientisitas que tal cidade deva ser uma colônia atlante.

O governo peruano vai fazer em julho deste ano uma grande festa para comemorar os 100 anos da descoberta de Machu Picchu. Em silêncio vou orar para que a verdade se estabeleça.

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