segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Ser e o Personagem


Noutro dia um velho amigo veio me visitar. Pegou-me de cueca e sem camisa. Fiquei envergonhado. Eu disse então:
- Espera aí um pouquinho mestre, eu vou por uma roupa. Ele riu e me disse:
- Queres te cobrir com roupas? Para esconder o que? De quem?
- Ora mestre, não fica bem conversarmos eu estando assim pelado. Respondi.
Ele riu muito e disse:
- Deixa para lá rapaz, tenho algo para te falar e precisamos aproveitar o tempo. Lembras que eu te disse para não sair do Brasil? Que teu trabalho precisava ser desenvolvido aqui? Pois bem, te apronta porque chegou a hora.
- Mas..., disse eu, e o que eu tenho feito até agora, não é ainda o meu trabalho?
- Sim, disse ele, já é teu trabalho, mas em fase de aquecimento e ajuste das engrenagens.
- O queres de mim então? Perguntei e emocionado pus-me a chorar.
- Eu não quero nada, não chora, mas estamos contando contigo para atuar com firmeza no que vem por aí.
- Isso me assusta um pouco, falei.
- Como pensas que fiquei quando me pregaram naquela cruz?
- Mas, eras um ser especial, angelical, com muita estrada.
- Não, seu tolo, meu personagem era um homem como és agora, de carne, osso, medo, alegrias e tristezas, como todo mundo quando está experimentando a vida na carne.
- Experimentando? Então não tinhas estado antes nesse plano?
- Sim, disse ele, claro que já tinha estado em outras experiências carnais, aquela era só mais uma, mas com fins bem determinados e eu não sou aquele Jesus, sou aquele que foi Jesus e tu bem o sabes. És o Adilson nessa experiência, mas sabes que naquele centro espírita que psicografam tuas mensagens tens um nome diferente. Ou não sabes?
- Sim, eu sei, mas às vezes meu raciocínio segue pela linha da reencarnação e me perco um pouco.
- É bom deixares bem claro essa questão da reencarnação. Vejo que a realidade e os conceitos estabelecidos levam os seres humanos a acreditar que são reencarnações de personagens do passado. Somos todos seres eternos fazendo experiências em vários lugares de acordo com o que queremos aprender e produzir. Estás agora com esse personagem engenheiro, trabalhando nessa área abençoada do planeta, tentando passar tantas informações, tantos questionamentos, nem pareces com aquele teu persoangem índio correndo pela floresta amazônica de algum tempo atrás, mas tenho te acompanhado e vejo que teus personagens vivem correndo, devias te inscrever na São Silvestre, ias te sair bem. Disse rindo muito e dando sinal que já ia se retirar.
- Não tenho mais perna para isso. Obrigado pela visita. Volta com mais freqüência, às vezes sinto uma falta imensa da tua presença, do teu sorriso.
- Mas é só porque estás muito conturbado com os dramas que escolheste vivenciar, porque na verdade tenho estado sempre na área. Um abraço, amigo e fica atento aos desdobramentos do que está em curso.
E dizendo essas palavras foi-se parede afora.
Puxei o edredom, respirei fundo e sorrindo dormi como um anjo.

Um comentário:

  1. Muito bonita essa mensagem, ajuda a cair a ficha, até um pouquinho descontraída, obrigado, um abraço Ir. Adilson, Yuri.

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