sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Elegância


Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as qualidades dos outros.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a
estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza.

Atitudes gentis falam mais que mil imagens...

Abrir a porta para alguém é muito elegante...

Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante...

Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...

Oferecer ajuda... é muito elegante...

Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante...

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social:

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão desfrutá-la.

Henri de Toulose-Lautrec
(adaptado)  

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Liberdade de Escolha

A vida é uma escola. Cada disciplina nos conduz ao conhecimento de uma área do aperfeiçoamento espiritual.

Aperfeiçoarmo-nos espiritualmente é como lapidar um cristal. Lapidamos nosso cristal lentamente, considerando o tempo do plano físico. Face a face, vamos polindo nossa jóia até alcançarmos a perfeição. Trabalhamos em várias frentes, pois em cada encarnação não conseguimos concluir nenhum lado da pedra bruta, assim, temos a cada instante, no conjunto, faces brilhantes e faces foscas.

Num determinado momento de nossa vida temos uma configuração e nesse estágio, podemos estar com nosso trabalho adiantado em algum dos lados, o que oferece um brilho especial naquela encarnação, podendo nos trazer notoriedade entre os homens.

Somos, então, considerados pessoa especial, com boas qualidades, notados pelos demais que nos oferecem apreço e admiração. Não percebem que este cristal está em construção e possui, também, faces opacas.

Nessa vida o indivíduo pode alcançar notoriedade pelos contemporâneos ou o reconhecimento pode chegar depois, por levar, o indivíduo, uma vida modesta, reclusa, ou viver em uma pequena comunidade.

Sua obra pode vir a se tornar do domínio público muito tempo depois.

Vida após vida vamos nos aperfeiçoando.

Quais aspectos de nosso caráter vamos melhorar em cada experiência terrena? Quem determina o currículo dessa escola?

O próprio indivíduo, assessorado por espíritos que elaboram na atividade de planejamento reencarnatório, escolhe o que quer aprender. O planejamento inclui as disciplinas e os meios de que disporá o indivíduo para alcançar seus objetivos.

Por respeito a esse sagrado direito de escolher o próprio caminho ao qual chamamos "livre arbítrio", que nos é concedido pelo Criador para realizar nosso aprimoramento, é que não devemos interferir nas escolhas de nossos irmãos.

Às vezes, a nós, parece que nossos irmãos escolheram o caminho errado. Preocupados e na melhor intenção de ajudar, damos nossa opinião, ou até mesmo, interferimos no destino daqueles que nos são caros.

Podemos, aí, estar incorrendo num grave erro, pois não o conhecemos o suficiente para proceder tal interferência. Cada ser segue os impulsos que lhe chegam do próprio espírito, quando em saúde emocional.

Pode ocorrer de estar obsidiado e obedecer ordens de outros seres que lhe usurpam as energias, mas nesse caso o indivíduo sente que algo fora de si manipula sua vida. Então, ele pode pedir socorro, ajuda a alguém.

Cada ser sabe se segue sua estrada ou não, razão pela qual devemos ajudar quando somos solicitados, mas jamais interferir sem pedido de ajuda.

Os caminhos escolhidos por cada um para realizar seu aprendizado podem, aos olhos dos outros, parecerem bizarros, difíceis, arriscados, mas esse julgamento só cabe a quem os escolheu. A liberdade de escolha é uma dádiva, e nós devemos aprender a nos guiar.

Há lições que necessitam de uma ação enérgica do meio sobre o indivíduo por causa do apego a conceitos errôneos que ele forma em seu caminho. A escolha por lançar mão desses recursos denota que o indivíduo tem sérias intenções de realmente aprender a lição.

As provas parecem, então, insuportáveis. É quando descemos ao âmago de nosso ser para buscar forças para superar as dificuldades e realizar a transformação planejada antes de nascer

Nos propomos a passar momentos angustiantes e de profunda dor como recurso para a tomada de consciência de alguns aspectos de nosso caráter.

É como se para polir essa face do diamante precisássemos empregar de um aço especial, muito duro, e muita força. O resultado só pode ser uma face brilhante, o aprofundamento de um aspecto de nosso ser que passa a nos dar características especiais de aperfeiçoamento definitivo.

Todo toque superficial, leve, resulta num polimento ínfimo. Limpeza com espanador, só espalha o pó; palha de aço, sabão e força resultam em limpeza profunda.

Quando já possuímos alguns aspectos de caráter evoluído podemos, então, projetar o crescimento pelo amor, a forma mais sublime e crescimento. Para crescermos pelo amor faz-se necessário o aprimoramento paralelo da humildade e da compaixão.

A liberdade de escolha se processa dentro de um campo que se modifica com um o crescimento do ser. O universo de possibilidades vai se modificando assumindo nova configuração à medida que nossa compreensão cresce.

Novas formas de aprendizado, então, são consideradas, mais sofisticadas, porém não mais leves ou mais fáceis obrigatoriamente.

Uma forma refinada de aprender pode, no mundo físico, se materializar num processo de intenso sofrimento. Aí, então, precisamos entender o significado do sofrimento.

O sofrimento é só dor, tristeza, angústia?

Sim, pode conter dor, tristeza e angústia, mas, o que é a dor? O que é a tristeza? O que é a angústia?

Caminhos. Caminhos para a compreensão. Caminhos para se chegar aonde nos aponta a luz.

Os caminhos que levam ao âmago do ser, onde toda a verdade se guarda, estão cercados pelo ego. Lutar contra essa barreira terrível que insistimos em erguer em torno de nossa alma, nos traz à tona esses sentimentos aparentemente negativos.

São, na verdade, caminhos para a introspecção, são caminhos de volta, para dentro de nós mesmos, para o silêncio, que nos impõe a solidão a que não estamos acostumados, pois vivemos voltados para fora, para o lado oposto.

O caminho para dentro é solitário, por isso a dor, a tristeza e a angústia. Mas, aonde esses sentimentos nos levam? O que nos revelam?

Revelam a nós mesmos nossa condição de filhos da luz.

Liberdade de escolha para trilharmos os caminhos que nos levam a esse destino só pode ser, então, algo sagrado.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Das Confraternizações

 Ao final de cada ano temos sempre a oportunidade de participar de inúmeras confraternizações entre amigos e colegas das instituições onde trabalhamos ou às quais estamos ligados.

Confraternização vem de confrade que é cada um dos que, por sua condição, natureza, ofício ou hábitos, se encontra numa situação comum a outros colegas. É um momento onde estamos com irmãos, momento onde nos tratamos, todos, como iguais, quando deixamos nossos melhores sentimentos virem à tona.

São momentos de alegria em que vivemos com espírito desarmado, não abrindo espaço para sentimentos menores como inveja, ciúme ou intolerância.

O clima que antecede o Natal é propício para esse exercício de sociabilização e também de benemerência.

Boa parte da população entra no clima natalino de ajuda ao próximo e mobiliza-se para fazer chegar aos mais necessitados um pouco de conforto.

Por que isso acontece no mês de dezembro?

A idéia do Natal, está em nossa memória como uma época onde aflora a esperança da chegada de um Messias, um Avatar, um espírito iluminado que possa mostrar os caminhos para a salvação dos homens e também de ganharmos um presente, costume herdado dos europeus, e essa certeza de que algo bom vai chegar deixa-nos felizes e esperançosos.

Quando adulto, já não esperamos mais presentes materiais, mas mantemos o clima de euforia, de alegria pela possível chegada de algo bom que pode vir até nós de diversas maneiras.

Colocamos aí no lugar do Avatar e do presente do Papai Noel, tudo aquilo que queremos ganhar de presente de Deus, como uma vida mais confortável, mais amorosa, mais saudável e que todas as nossas dificuldades sejam resolvidas.

Ao final do ano, ainda dentro desse espírito de esperança de dias melhores, festejamos e enchemos nossos corações e mentes com esses votos de dias melhores.

Pena que isso só aconteça em dezembro.

Deveríamos manter esse clima de confraternização, solidariedade e de mentalizações positivas o ano inteiro, pois assim as possibilidades de nossas esperanças se concretizarem ficariam muito maiores.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Entre Dois Caminhos

Entre dois caminhos que se oferecem como solução para uma situação que você está vivendo, opte pelo que lhe parece mais natural. Evite as soluções extremas que podem trazer consequências que dificultem a sua caminhada.

Antes de tomar qualquer decisão deixe o sol deitar sobre o seu problema. Não tenha pressa em resolver questões que podem esperar mais alguns dias. Há sempre alguém tentando lhe ajudar e para que você possa captar a mensagem é necessário calma e tempo.

Quando uma situação conflitante está em curso, é natural que se almeje uma solução imediata, mas é necessário não se deixar levar pela urgência na equação. Há sempre alternativas para todos os problemas

Não há como voltar atrás para resolver uma situação onde já houve um desfecho desfavorável, mas é possível rever os caminhos a seguir e encontrar uma nova situação confortável e saudável para a vida seguir em frente.

No auge das crises temos a tendência a nos jogar nas soluções fáceis, mas é justamente aí que o bom senso tem de ser trazido à luz da consciência.

Siga sua vida pensando sempre numa continuação feliz e harmoniosa, não deixe pensamentos nocivos fazerem ninho em seu cérebro. Refugue-os e considere que eles são obra do medo.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Inteligência Emocional

O mundo dá voltas. Nossa vida pode a cada momento tomar novo rumo, impulsionada por nossos pensamentos e pela interação com o pensamento daqueles que dividem conosco o seu viver.

Não estamos sós no mundo nem naquilo que conceituamos como a nossa vida, sobre a qual entendemos que temos controle e comando da direção.

É verdade que temos o direito e dever de dar direção à nossas vidas, mas temos que estar atentos para conduzi-la em harmonia com aqueles que dividem os espaços e as experiências existenciais conosco.

Buscar a convergência das idéias, dos desejos, dos sentimentos, é saber conduzir o processo com sabedoria.

Quanto mais levamos em conta as necessidades dos parceiros de jornada, mais temos possibilidade de fazer do nosso viver uma experiência exitosa.

Entretanto temos que ter em mente o alerta do Nazareno sobre o sim e o não.

Considerar o próximo não é só concordar com suas idéias e desejos, é saber decidir até que ponto o desejo do outro também é seu.

É a concordância das vontades a conjunção dos desejos que torna a convivência em grupo harmônica.

Saber se posicionar diante da vontade alheia pode ajudar a ambos, pois pode dar a oportunidade para que o outro reavalie suas propostas.

Precisamos ser espelhos para ajudar os companheiros se auto avaliarem, assim como devemos nos reavaliar diante de uma negativa em nossas propostas.

Se a unanimidade é burra, a não convergência das idéias também não é inteligente.

Reavaliemos nossas idéias sempre que encontrarmos resistências. Elas podem ser falta de compreensão dos outros, mas também pode ser a oportunidade para não cometermos erros grosseiros.

Estar atento aos sinais que nos são enviados pelo universo por meio dos que nos cercam, é saber conduzir-se na vida com inteligência emocional.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Viver é experimentar o novo

Há uma infinidade de processos de conflitos, todos geradores de aprendizado.

Conflitos de interesses movidos pelo ego, pela falta de lucidez do que significa a vida.

Dentro do homem habita a luz e a sombra. Todos nós somos uma combinação de dosagens de ambos os lados da verdade.

Não é a sombra a negação da verdade, mas tão somente o seu desconhecimento.

Desse enunciado infere-se que o estado de plena felicidade se atinge pela conquista dos níveis de conhecimento do que está em harmonia com o cosmos.

O universo pulsa emanando energia e essa energia leva em seu bojo a vida e a verdade.

A verdade se propaga em ondas de princípios que Hermes registrou em número de sete (mentalismo, correspondência, vibração, polaridade, ritmo, causa e efeito, gênero). Esses princípios regem a vida em todo o universo.

O estado de felicidade é percebido quando o ser humano encontra-se consciente dos princípios que emanam da luz.

Cada experiência no campo emocional abre janelas para a percepção da luz.

Se o homem consegue percebê-la, incorpora esse aprendizado e cresce. Se não percebe, volta a volta a viver a mesma experiência, revestida de novas faces para tentar, novamente, o aprendizado.

Viver é experimentar o novo!

sábado, 19 de novembro de 2011

Registros Para a Posteridade

Desde muito cedo os homens começaram a deixar registros para a posteridade. Primeiro riscando nas paredes das cavernas; depois, no período neolítico, erguendo monumentos megalíticos para marcar espaços, como marcos astronômicos, e como totens como representação de uma religiosidade incipiente.

Mais tarde veio a representação da linguagem falada por meio de signos gráficos e mais recentemente, muito recentemente, uma gama enorme de mídias abrangendo esses meios o rádio, o cinema, a televisão, a imprensa, os satélites, os meios eletrônicos e telemáticos de comunicação.

Estamos nos valendo de meios artificiais para deixar para nossa posteridade a informação de quem somos.

A princípio, parece louvável que tenhamos desenvolvido tanto os meios para nos comunicarmos com o futuro, entretanto todas as mídias modernas se valem da existência da eletricidade, gerada a partir de fontes que podem desaparecer.

Se isso acontecer, a futura humanidade terá pouca informação sobre nossa experiência humana. Os registros fixados nas pedras permanecem ainda ativos, mas os registros magnéticos produzidos por nossa civilização, podem se perder por falta de equipamento para lê-los num futuro incerto.

Os registros gravados em papel, ou outro material mais resistente, poderão sobreviver ao tempo e as intempéries.

A oralidade é um recurso que tem mais possibilidades de fazermos chegar aos nossos descendentes, o que estamos construindo como civilização agora.

É, portanto, a transmissão oral - tanto usada no passado - a forma mais segura de fazermos chegar aos nossos descendentes a história da humanidade. Portanto conversemos mais com nossos filhos, com nossos amigos e com todos aqueles que querem nos ouvir, como faziam nossos ancestrais.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Refazendo Conceitos

Quando iniciamos a jornada em busca do autoconhecimento, um dos primeiros conceitos que precisamos reformular é o conceito de Deus, pois ele deriva do conceito que nos deram d’Ele, do que entendemos por mundo, por humanidade e o conceito que temos de nós mesmos.

Desde a infância da nossa espécie, as religiões nos fizeram crer numa imagem de Deus feito à nossa imagem e semelhança, mesmo dizendo que fomos feitos à imagem e semelhança d’Ele.

Ainda, mais, acrescentaram à imagem humana, a da autoridade terrena, poderosa pela força que tem. Esse Deus que julga e condena é o protótipo do imperador, daquele que domina e subjuga e que exige tributos e veneração.

Aprendi a ver Deus de uma maneira diferente. Aprendi a ver Deus como uma fonte que emana amor continuamente. Isso me faz mais sentido.

Os primitivos povos andinos, norte-americanos, africanos e tantos outros tinham o Sol como a representação de Deus, e isso me parece uma representação bem mais racional. A fonte de luz e calor representando a fonte de vida. Deus como fonte primordial pulsando em todo o universo emanando luz.

Considerando que luz é calor e informação, Deus como a fonte de tudo que existe cria tudo o que existe e mais do que cria, alimenta e propicia o desenvolvimento de toda sua criação. A criação então deixa de ser algo estático, um ato isolado, para ser algo permanentemente alimentado pela permanente emanação de sua essência.

Deus emana a si próprio. Deus emana Deus, e sendo Deus amor, traduzido em luz e calor, estamos nós, suas criaturas, sendo constantemente alimentadas pela própria natureza d’Ele.

Aprendizes, discípulos, iniciantes necessitam rever esse conceito e então começar a ver a si próprios como verdadeiros filhos de Deus, não na forma desejada por aqueles que tentam controlá-los, mas numa forma independente de autoafirmação, de participação autêntica.

Quando mudamos o conceito de Deus, mudamos o conceito a respeito de nós mesmos, nos tornando mais autoconfiantes, mais seguros, mais inteiros dentro do contexto universal. Nossas relações com o próximo tornam-se mais serenas, pois podemos inferir tratar-se de seres semelhantes e com a mesma essência que possuímos.

Ao compreendermos que somos partícipes da essência dessa fonte primordial que tudo cria, podemos entender nossa atribuição de co-criadores do universo e não mais temer nossa força e poder.

Experimente refazer seu conceito!

Sinta a diferença. Sinta-se invadido por felicidade e serenidade e, ao mesmo tempo, pelo senso de responsabilidade por tudo à sua volta, como nunca terá sentido antes.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sobre a Paixão


Ah o amor, esse sentimento, essa força, essa energia que brota de nosso interior, em versões tão distintas que parecem sentimentos diversos.

Quando ele nos chega assim de mansinho deixando-nos enamorado por uma idéia, uma proposta, uma pessoa de carne e osso. Vem quase imperceptível disfarçado de simpatia, admiração, entusiasmo. Catalisa nossa propensão a investir numa idéia. Leva-nos a concentrar nossas forças no sentido de levar adiante a proposta que nos acena como algo bom, correto, saudável.

Mas quando ele chega avassalador, então, ao contrário de quando chega de mansinho, o reconhecemos como paixão. Um amor dotado de um furacão como mola propulsora, concentra toda nossa atenção no objetivo, nos cega para o entorno, nos domina, nos expõe ao mundo como alguém fora da “casinha”.

O mesmo amor, em dosagens diferentes, levando a resultados diferentes.

Haveria um filtro dosador para o amor?

Diferenciamo-nos dos demais animais por possuirmos o raciocínio. Esse diferencial implantado no homem em remotas eras nos deu a capacidade de pensar, de decidir o que é bom e o que é ruim para nós e para o planeta.

Há em todos os animais esse potencial amoroso que entendemos como instinto traduzido numa ética existencial e que regula a existência da fauna.

Com a descida do espírito santo - a intervenção dos céus sobre nós - nos tornamos diferenciados no contexto da criação. O raciocínio foi a mola propulsora para chegar aonde chegamos, como seres sociais, embora ainda contemplemos a barbárie se expressando em alguns lugares e momentos, inclusive de nossas vidas.

A razão nos centra, nos faz ponderar, nos faz cair na realidade do contexto.

Então podemos pensar na razão como o filtro dosador para a expressão do amor.

Razão e sensibilidade, duas faces da presença divina em nós, contrabalançando um viver saudável. Buscar esse equilíbrio está na raiz daquilo que chamamos de desenvolvimento espiritual, transformando o ser humano aqui e agora, porque o viver na Terra é uma das fases do desenvolvimento do espírito.

Quando tomados pelo fogo da paixão, torna-se necessário acionarmos o filtro da razão para que essa explosão amorosa nos leve a um lugar tranqüilo, feliz e em harmonia com o entorno.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Sobre a Vontade


Vontade é a força psíquica que move o ser humano e põe em função as definições da inteligência para a defesa e superação do indivíduo.

A falta de vontade anula essas possibilidades e lança o ser humano no estado de indiferença e na inércia, faz fracassar a inteligência e chega a desfigurar a sensibilidade, porque o coloca refém das tentativas e contingências que o espreitam.

Os movimentos da vontade são impulsionados por dois fatores: necessidade e estímulo.

A necessidade atua sobre a vontade, determinando movimentos quase automáticos que forçam o ser humano a realizar até as coisas que não gostaria de fazer espontaneamente.

O estímulo age também sobre a vontade ativando a inteligência e o sentimento.

A vontade se excita e adquire força quando o estímulo intervém.

Quando o ser humano não vê perspectivas em seu futuro a vontade, carente de estímulos perde seu vigor e fica por conta do acaso.

Conhecida a causa determinante da falta de vontade torna-se necessário eliminar essa causa. Se ante a perspectiva de fazer uma viagem sentimos prazer em arrumar as malas, com maior razão devemos abastecer nossa vontade com estímulos capazes de preencher integralmente as necessidades do nosso viver cotidiano.

O estímulo aflora do propósito e sustenta o entusiasmo que é necessário manter durante o prosseguimento da execução de um projeto existencial. Entretanto é necessário que o entusiasmo originado por uma esperança não seja inflado por excessos de ilusão.

Podemos começar por pequenas esperanças enquanto nos capacitamos para semear de estímulos nossos projetos de vida.

Se temos visto, em muitas circunstâncias da vida, que a vontade opera por pressão da necessidade, por que não exercitá-la por meio de incentivos que a obriguem a servir-nos com eficiência?

Assim agindo, por um lado ficaremos felizes em saber que temos essa capacidade, e, por outro, a satisfação quando colhermos os frutos de nossa semeadura.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

De Crenças e Fanatismos


Quando um ser humano tem a inclinação a crer, movido por algum motivo circunstancial, as faculdades da inteligência são afetadas em suas funções, pois se produz um adormecimento temporário da mente.

Este hábito costuma ter efeitos danosos para a alma, porque, ao provocar a inércia da inteligência, pode levar ao fanatismo, que é a negação do juízo e do bom senso.

Sua causa real é a ignorância. Observa-se que quem tem essa vocação revela um estado mental precário.

A inclinação a crer é própria de quem não tem o hábito de pensar - e não quer pensar - um ser mentalmente acomodado, que, antes de decidir-se a investigar, por si mesmo, as questões que o preocupam ou lhe interessam, se mantém confiado na opinião dos outros.

Refratário ao estudo atento, sereno, reflexivo, sua opinião reflete sua incapacidade de pensar. É comum que esse tipo de ser humano, se mostre fanático por uma idéia, uma crença, etc., situação a que nunca chega o homem acostumado a pensar livremente, a raciocinar com amplitude, a formar para si um juízo das coisas.

A falha tem, muitas vezes, origem na educação familiar, quando a criança não é incentivada a fazer uso de sua inteligência, para que possa discernir, por si mesma, o real do irreal, o verdadeiro do falso, o sensato do absurdo, consentindo-se, ao contrário, que sua mente seja tomada pelas crenças, de fácil assimilação.

Com esse pendor a crer o ser acaba por se tornar um adulto inseguro.

Quando envolvido em questões espirituais, acaba por caminhar sobre o tênue fio que separa o fanatismo da loucura.

O saber que se adquire, por meio do estudo e da experiência, põe o ser humano a salvo dos riscos a que o expõe esta danosa inclinação.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Caminhos longos e curtos


Disse o rabi Ioshua:

"Certa vez uma criança arrebatou o melhor de mim. Eu viajava e me encontrava diante de uma encruzilhada. Vi então um menino e lhe perguntei qual seria o caminho para a cidade.

- Este é o caminho curto e longo e este, o longo e curto – respondeu ele.

Tomei o curto e longo e logo deparei com obstáculos instransponíveis de jardins e pomares. Ao retornar, reclamei:

- Meu filho, você não me disse que era o caminho curto?

O menino respondeu:

- Porém lhe disse que era longo!"

Na trilha da sobrevivência, a “mesmice” muitas vezes é o caminho curto, o mais simples, e que tem os custos mais elevados. Ir pelo caminho mais simples e mais curto é uma lei evolucionista. Certamente os corpos se movem na direção mais imediata e curta. Os galhos buscam a luz e o animal, a água, mas sua inteligência interna, sua alma, está atenta as longas modificações.

A tentativa de sobrevivência acontece nos campos de batalha do mundo curto e do mundo longo. As chances de extinção dos que percorrem caminhos curtos que são longos é muito grande. As espécies sobreviventes são aquelas que souberam fazer opções pelo longo caminho curto.

Em nosso dia a dia sabemos muito bem quais são os processos curtos e quais sãos os longos. Fazemos também nossas opções por padrões que optam pelo curto. Mas nossos mecanismos de detectar se são “curtos longos” ou “longos curtos” existem, e sempre estão aí para apontar novos inícios, por exemplo, de relações de trabalho, amor ou amizade.

A coragem está em ouvir o menino das encruzilhadas.

Ele, com certeza, alerta para ambas as possibilidades de caminho. Este menino das encruzilhadas é a alma. Não se assuste com as parábolas que falam de demônios das encruzilhadas. Os demônios das encruzilhadas querem sempre apontar os caminhos mais “curtos”. Ninguém que alerte para o fato de que os “curtos podem ser longos” e os “longos podem ser curtos” é de ordem demoníaca.

Afinal, as encruzilhadas são de grande importância. Não são meras opções de acesso, mas de sobrevivência, e o curto caminho longo pode não levar a lugar nenhum. Se você estiver diante de uma encruzilhada, lembre-se do menino e preste atenção para não ser seduzido, pelo corpo, por um caminho curto.

Lembre-se de que a paz está primeiro com quem vem de longe.



Do Rabino Nilton Bonder em “A Alma Imoral”

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O Canal



“Há mais mistérios entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia", já nos dizia William Shakespeare em sua notável peça Hamlet.
Passamos a vida canalizando e não nos damos conta. Falo de canal de luz, uma atividade humana que é exercida em sua grande maioria das vezes sem que o indivíduo perceba.
Servimos de canal para espíritos encarnados e desencarnados de todos os níveis, consciente e inconscientemente. Somos porta-vozes de tantos interesses e muitas vezes não nos damos conta.
Quando entramos em ondas de pensamento, de ideias, de modismos que nascem em outras mentes com interesses os mais diversos, acabamos por veicular ou canalizar desejos que querem ser materializados e nos prestamos a esse serviço.
Dá para ter ideia do que somos capazes de fazer nesse sentido?
Um susto? Sim, se pararmos para pensar no assunto tomaremos um susto, pois perceberemos que podemos ter sido ou estar sendo usados como canais para ideias e vontades que nada tem a ver com nossa proposta existencial.
É preciso estar bem atentos aos sentimentos que nos afloram, concomitantes com os pensamentos, para podermos separar o joio do trigo.
Para todo pensamento temos uma contrapartida emocional. A onda que carrega a vibração do pensamento leva, anexada, também, a vibração do sentimento experimentado por que o emitiu.
É o sentimento que se alia ao pensamento que faz a diferença, que lhe dá intensidade e que o materializa ou não. Também, é o sentimento, que confere ao pensamento a sua natureza, se benéfica ou maléfica.
A diferença entre magia branca e negra está fundamentalmente diferenciada pela intenção com a qual o pensamento é emitido.
Tudo o que criamos é magia, tudo nasce no pensamento para depois se materializar. Uma xícara ou uma criança - tanto faz - tudo foi pensado, desejado, criado no éter e depois por mudança de frequência, tornado visível no plano tridimensional.
Nem sempre quem pensa algo o materializa. Como o pensamento, uma vez emitido, fica vibrando no éter, outra pessoa pode captá-lo e acreditar que teve um insight, ou uma ideia, e por gostar dessa ideia, move-se no sentido de juntar o necessário para torná-la real aos olhos do mundo.
Canal. Nesse momento essa pessoa torna-se canal para essa ideia.

Queremos um mundo melhor? O que seria bom e que tornaria nosso mundo melhor? Pensemos, pensemos, pensemos com muito amor e responsabilidade.

Está na Hora



Imagine que só lhe reste um ano de vida.

O que você faria nesse curto de tempo que lhe resta?

O que priorizaria? Viagens ao exterior? Restaurantes exóticos? Ter um relacionamento com alguém especial? São muitas as alternativas para viver intensamente um tempo tão curto, não é mesmo?

Penso que se eu fosse colocado nessa situação, inicialmente não mudaria nada na minha rotina, continuaria fazendo as coisas que faço atualmente, mas procuraria fazer melhor.

Decidiria por fim a qualquer mentira, e encararia a verdade em todas as situações, por mais inconveniente que ela pudesse parecer.

Ampliaria a autenticidade das minhas idéias e minha conduta, sem ser pernóstico ou cruel, mas procurando colocar minhas verdades de maneira clara e simples.

Diria sim, a quem amo, e não pouparia palavras nem atitudes para demonstrar os meus sentimentos. Iria muito longe, atravessaria um oceano se necessário fosse, para ver bem perto dos meus, os olhos de quem amo.

Rolaria nas dunas da Lagoa da Conceição e mergulharia novamente nas águas do Rio Nilo ou em qualquer rio saudável para demonstrar minha gratidão a Terra, que me acolheu por tanto tempo em tantas experiências carnais.

Eu correria para o abraço dos meus netos e da criança que fui um dia e cantaria as cantigas de roda que nunca cantei.

Não perderia tempo com saudosismo, com mágoas, com rancores, com indiferenças, viveria todos os minutos com alegria e experimentaria tudo o que a vida me apresentasse para viver, sem preconceitos, sem medo de ser feliz.

Mas, quanto tempo ainda me resta de verdade?

Não sei, creio que ninguém sabe.

Então está na hora de levar a sério essa idéia de trocar meus dias sem graça por dias melhores e viver intensamente tudo o que o universo me presentear. Deixar de lado a burocracia e os protocolos estabelecidos num projeto de vida sem sal, sem aventura, sem descobrimentos, sem prazer.

Está na hora de encarar a minha verdadeira proposta existencial, para viver em plenitude o tempo que me resta, se um ano, uma semana, ou mesmo um só dia especial.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Culpa e Responsabilidade


Estamos há tanto tempo carregando o peso da culpa que nos foi imposta pelo clero, que ainda é difícil assumir as responsabilidades que são inerentes ao viver em sociedade.
Com nossa educação baseada no binômio culpa/castigo estamos, no alvorecer de uma nova era, começando a entender o jugo da dominação cristã no mundo ocidental.
A imprensa ocidental tenta nos convencer que o domínio de outras teocracias é perigoso para a liberdade humana. Ouvimos muito isso quando falam das agressões e guerras constantes no oriente médio, com o Estado Islâmico fazendo tremer as bases das democracias européias.
Esquecem que o clero cristão demoliu, e quase erradicou por completo, as culturas da Europa, Américas e África, impondo um modo de entender o Universo sob a ótica do Deus que julga. Com a arrogância de falar em nome Dele trucidaram tudo que contrariasse seus interesses de dominação.
Vivemos no ocidente, após a invasão branca, um período onde a culpa foi aceita como virtude, pois que a tortura mental de se sentir culpado por nossos erros nos foi ensinado como forma de expiar nossos pecados. Nesse pacote cristão veio todo um arsenal de tortura psicológica que incluía, pecado, culpa e expiação.
Graças a Deus, tudo no mundo se recicla. Os esclarecimentos oriundos dos espíritos por intermédio dos médiuns e a psicologia vem nos dando ferramentas para nos libertar desses conceitos que amarraram as mentes durante tantos séculos.
Antoine de Saint-Exupéry nos ensinou que “somos responsáveis por quem cativamos”. Pensando, agora, no cativeiro mental que essa clerezia nos impôs - não esquecendo a inquisição - sou levado a pensar no perdão por seus atos insanos. Até porque, acreditando na multiplicidade das experiências do ser, sou levado a admitir a possibilidade da minha participação efetiva nessa insana aventura.
Somos levados a pensar, sempre, que ficamos no lado dos torturados e nunca dos torturadores e assim nos eximimos da responsabilidade pelos rumos que a humanidade vem seguindo neste planeta.
Sim, responsabilidade, é o conceito do qual precisamos nos apropriar para mudarmos o rumo dessa história. Quando compreendermos que somos responsáveis não só por nossas vidas, mas também por quem cativamos, passamos a prestar mais atenção em nossos atos, por sabermos que eles podem repercutir no destino de nossos companheiros de viagem.
Cativar é prender, é envolver o outro em nossas teias emocionais. Então é preciso aprender a libertar.

Precisamos atentar para o fato de que o amor só existe em liberdade.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Da Gente Que Eu Gosto



“Eu gosto de gente que vibra, que não tem de ser empurrada, que não tem de dizer que faça as coisas, mas que sabe o que tem que fazer e que faz. A gente que cultiva seus sonhos até que esses sonhos se apoderem de sua própria realidade.
Eu gosto de gente com capacidade para assumir as conseqüências de suas ações, de gente que arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, que se permite, abandona os conselhos sensatos deixando as soluções nas mãos de Deus.
Eu gosto de gente que é justa com sua gente e consigo mesma, de gente que agradece o novo dia, as coisas boas que existem em sua vida, que vive cada hora com bom ânimo dando o melhor de si, agradecido de estar vivo, de poder distribuir sorrisos, de oferecer suas mãos e ajudar generosamente sem esperar nada em troca.
Eu gosto de gente capaz de me criticar construtivamente e de frente, mas sem me lastimar ou me ferir; de gente que tem tato. Gosto de gente que possui sentido de justiça; a estes chamo de meus amigos.
Eu gosto de gente que sabe a importância da alegria e a pratica; de gente que por meio de piadas nos ensina a conceber a vida com humor; de gente que nunca deixa de ser animada.
Eu gosto de gente sincera e franca, capaz de se opor com argumentos razoáveis a qualquer decisão.
Eu gosto de gente fiel e persistente, que não descansa quando se trata de alcançar objetivos e idéias.
Eu gosto de gente de critério, a que não se envergonha em reconhecer que se equivocou ou que não sabe algo; de gente que, ao aceitar seus erros, se esforça genuinamente por não voltar a cometê-los; de gente que luta contra adversidades. 
Gosto de gente que busca soluções.
Eu gosto da gente que pensa e medita internamente; de gente que valoriza seus semelhantes, não por um estereotipo social, nem como se apresentam; de gente que não julga, nem deixa que outros julguem. 
Gosto de gente que tem personalidade.
Eu gosto de gente que é capaz de entender que o maior erro do ser humano é tentar arrancar da cabeça aquilo que não sai do coração.
A sensibilidade, a coragem, a solidariedade, a bondade, o respeito, a tranqüilidade, os valores, a alegria, a humildade, a fé, a felicidade, o tato, a confiança, a esperança, o agradecimento, a sabedoria, os sonhos, o arrependimento, e o amor para com os demais e consigo próprio são coisas fundamentais para se chamar GENTE.
Com gente como essa, me comprometo, para o que seja, pelo resto de minha vida… já que, por tê-los junto de mim, me dou por bem retribuído”.

Mário Benedetti

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Instinto e o Egoísmo



Estar com a consciência presa no corpo físico é como montar um potro xucro. Ele pode nos levar onde quisermos, mas é necessário manter as rédeas curtas.

A todo o tempo, os instintos, ainda presentes no ser humano, tendem a levá-lo a satisfazer necessidades de caráter egocêntrico.

Prazeres no corpo humano são compensações pela aspereza que o meio ambiente pode proporcionar ao espírito encarnado. O corpo se compraz com a satisfação de suas necessidades e isso em parte é bom, pois leva o homem a dar atenção às suas necessidades para a manutenção do corpo.

Acreditar que nós somos somente o corpo, leva-nos a viver focados em nossos próprios umbigos, para, apenas, manter o corpo num processo de moto-perpétuo. Viver para cuidar do corpo, cuidar do corpo para viver.

Assim acreditando, em tudo que vemos ou fazemos, só há o eu e o meu. Não há espaço para nós, para um “nosso” e muito menos para um “vosso”.

Egoísmo talvez seja a palavra que defina de maneira mais peculiar esse estado do ser.

O sujeito egoísta nega a incumbência do espírito na vida humana e é contra toda a idéia a respeito de sua função regente no destino do homem.

O egoísmo fecha de tal modo os ouvidos do entendimento, que não permite ao homem compreender a inexorável e dura lição repetida em todo o tempo e idade, isto é, que o acúmulo de bens exclusivamente materiais agrava a transição que se verifica nela ao cessar a vida; que nada neste mundo o espírito leva, quando ao abandoná-lo, o ser oferece ao juízo de sua própria posteridade um injustificável espetáculo de pobreza.

Na outra ponta - sempre há outra ponta - encontramos o entender-se usando o corpo. Há o corpo, mas como veiculo de manifestação. O corpo entendido como a manifestação do ser num determinado estado de consciência.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O Julgamento



Das deficiências humanas, uma das mais cruéis é o julgamento.

Baseado em nossa necessidade de optar, o julgamento deixa de ser um instrumento norteador de nossas atitudes para se constituir num entrave à vida dos que fazem sua experiência carnal à nossa volta.

Somos levados a optar a cada segundo para podermos tomar as decisões que nos cabem como parte processo existencial. Olho para frente ou para o lado, sigo essa ou essa outra rua, cerveja ou vinho, falo ou fico calado? E assim são inumeráveis as decisões que necessitamos tomar a cada novo dia de nossa existência.

Tomamos nossas decisões com base em nossas necessidades e no banco de dados que dispomos em nossa memória, sempre buscando o que é mais adequado para nossas vidas.

Bem... mas o que é mais adequado para nossas vidas?

Onde estão os padrões que acreditamos serem as fiéis balizas que nos apontam o caminho da felicidade? A quem ou a quê creditamos esse status de infalibilidade?

Esse é um critério subjetivo e está calcado em muitas crenças que acumulamos desde que nascemos.

Os adultos de nossa infância decretaram parâmetros que aceitamos como verdadeiros. Que diferença há entre esses adultos de outrora e esse que agora sou? Como me sinto em relação a decretar o que é certo e o que é errado?

Já dá para perceber a possibilidade de termos entrado em canoas furadas em terna idade e de ainda continuar remando para tocar esse mesmo barco em frente. Então, podemos refletir sobre esse banco de dados que possuímos em nossas memórias: seriam dados confiáveis? Não teriam sido esses dados responsáveis por me fazerem apostar em caminhos que não me levam aonde eu tenho certeza de encontrar a paz?

Rita Ribeiro canta um refrão que diz o seguinte: Tudo que se vê, prá que crer; tudo que se crê, prá que ter; tudo que se tem... prá quê?

Assim como nossos dados não são confiáveis para tomarmos decisões sobre nossas vidas, seriam eles confiáveis para julgar os atos dos outros?

Quando pomos os olhos sobre outra pessoa nossa mente, por hábito, dispara a separar os bois: essa eu quero, essa eu não quero, bebe vinho da galheta, come queijo, requeijão... Cuidado! Precisamos gritar de imediato. Ela não precisa da minha apreciação, ela tem suas próprias balizas para se orientar.

A intromissão na vida de outra pessoa deveria fazer parte do código penal como crime de lesa-humanidade. É uma violação absolutamente prejudicial à existência do ser humano, pois dificulta a pessoa de assumir sua vida em toda a plenitude que Deus lhe concedeu.

Tentar e não acertar nas nossas decisões faz parte do jogo existencial. Dar palpite na vida dos outros é falta de caridade.

sábado, 20 de agosto de 2011

A Cura



Quando falamos em cura, geralmente estamos falando em recuperar a saúde, mas temos uma idéia vaga do que seja saúde.

Em princípio, estar saudável significa a percepção de ausência de sintomas no corpo, ou, mais comumente, nem pensar nada no que diz respeito a como estamos nos sentindo. Isso mesmo; nem sentir nada. Nossa mente está focada nas atribulações da vida material, nas coisas do cotidiano e não há espaço para percepções de qualquer ordem, tudo o que queremos saber é onde, quando e com quem faremos algo, ou sobre acontecimentos passados que reverberam em nosso consciente.

Quando algo de estranho insiste em se fazer notar em nosso corpo, paramos para tentar perceber o que seja e imediatamente partimos em busca do analgésico.

Santos remédios que nos livram dos inconvenientes da dor, cada vez com mais rapidez! Assim não precisamos parar para pensar nas razões das dores.

Entretanto, há sintomas, que insistem em se fazerem sentir; que exigem perdermos nosso precioso tempo em busca da analgesia. Consulta médica e inumeráveis exames, alguns com fila de espera – raios, e mais essa! – demandando mais tempo para pormos a pá de cal na situação.

O médico diz: você precisa repousar!

Re-pousar. Quer dizer: voltar a pousar, assentar, estacionar, parar, sossegar, deixar o rio das atribulações correr em seu leito enquanto você o assiste à distância.

Pôr-se de lado, contemplar a vida da dimensão terrena em seu movimento cíclico cumprir com seu papel e você ali tendo a oportunidade de poder começar a sentir, inicialmente o estorvo físico e depois o estorvo emocional que o subjaz, isso é re-pousar.

Aleitamento. Assim já é demais! Que perda de tempo! O mundo girando e nós na cama como se não houvesse nada para fazer lá fora!

Hora de começar a pensar no valor da saúde e, mais ainda, entender o que seja saúde.

Começa a se delinear o conceito de saúde quando começamos a perceber a não sincronia entre o movimento da vida, que segue seu rumo, e como estávamos inseridos nele.

Então, saúde não é a ausência de sintomas e sim a sincronia de nossas vidas com as leis do universo, ausência de interface com as distorções proporcionadas pelo livre arbítrio.

Mas... e se não tentarmos algo diferente?

É... se não tentarmos algo diferente, nunca saberemos o que é bom nem o que é ruim, nunca criaremos algo novo.

Então, as distorções que geram dor e sofrimento estão contidas dentro das leis universais como possibilidades de crescimento. Assim, doença e saúde deixam de ser antônimos para serem faces de uma mesma moeda que se complementam; Yin-Yang, um contendo o outro.

Assim volto a perguntar: o que é saúde e o que é doença?

Posso pensar em estados de consciências de um só processo, a vida.

E o que é a cura?

A possibilidade da compreensão desse processo, levando à sabedoria de acionarmos o retorno à harmonia sempre que a desarmonia tiver cumprido com o seu papel, nos acrescentando algo de novo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Banho de Manjericão



Ouvindo Clara Nunes cantar - banho de manjericão - um de seus sucessos, pus-me a pensar sobre a necessidade de proteção e a crença em expedientes fantasiosos aos quais muitos se valem para tentar viver em paz.

Temos conhecimento, que nos chegou por meio de transmissão oral, das muitas maneiras que o ser humano pode recorrer para libertar-se de prováveis energias nocivas que dificultam um viver tranquilo.

Nossos avós e pais tratavam disso com muita naturalidade, de maneira que, independente de qual prática religiosa adotamos nessa atual experiência carnal, provavelmente já usamos ou pensamos em usar uma dessas formas para “abrir nossos caminhos”.

Minha formação acadêmica e espiritual leva-me a encarar essa situação com certo ceticismo. Partindo do princípio de que, estando o ser humano imerso na luz – vivendo dentro dos princípios que regem o Universo – sua vida deve fluir de maneira natural como uma canoa rio abaixo, seguindo o fluxo natural que os princípios universais impõem a tudo o que é manifestado, e assim segue protegido por sua própria ação coerente com a emanação divina.

Em outras palavras, eu poderia dizer que quem vive dentro do princípio do amor universal protege-se conseguintemente por seus próprios atos e pensamentos.

Atos e pensamentos: aí está a chave de uma vida protegida e serena.

Observe as pessoas que verdadeiramente progridem na vida. Não falo apenas em progresso material, mas também materialmente, pouco se vê essas pessoas falarem em desavenças em seus relacionamentos íntimos e comerciais. Confronte com quem vive como que numa gangorra, ora subindo, ora descendo, e verá que essas pessoas lidam, com frequência, com sentimentos negativos, pesados, tomam atitudes não éticas e, consequentemente, estão sempre procurando alguém para ajudar a alcançar aquilo que seus corações não conseguem, a paz e a prosperidade.

Se eu acredito no poder da magia? É claro que sim, pois acredito no poder do ser humano, que tanto constrói, quanto destrói. Acredito no poder que nos é outorgado por Deus, com o livre arbítrio para fazer o que quisermos aqui no planeta Terra.

A esse poder de construir, ou destruir, chamamos de magia branca, ou magia negra. Se todos nós somos dotados desse poder, somos, todos, magos e estamos a todo instante abençoando ou maldizendo, construindo ou desmanchando o que nós mesmos projetamos, além de interferir na vida dos outros.

Como manter-se alinhado com forças construtivas? O Nazareno já ensinava a prestar atenção em nossos pensamentos e desejos. É por ai que todo ser humano se inicia no caminho do aprendizado dos segredos do Universo.

Mas...

Enquanto não ancoramos essa consciência, pelo sim ou pelo não, convém ter à mão um lenho de palo santo e um bom pote de sal grosso do Atacama.

Epa rei!

Serviço ou Escravidão?


Cada orbe habitável é uma escola e tem suas regras próprias de aprendizagem. Na Terra, o ser cresce pelo exercício das emoções consequentes dos relacionamentos.

A emoção é uma característica do ser humano encarnado na Terra. Quando despojado do corpo físico o ser conduz-se pela ética.

Nasce de pai e mãe e vive em família, esse laboratório maravilhoso, onde vivencia as mais tórridas emoções. Quanto mais emoções ele vivencia, mais possibilidades para aprimoramento de seu caráter. A ausência de família é um contraponto do mesmo laboratório, com o qual também ele aprende.

Os fatos geradores de emoções podem ser o desenvolvimento, ou ausência do amor e do atrito, ambos valiosos como elementos propulsores de evolução.

O amor libera a felicidade imediata advinda da compreensão do bem que dele emana. O atrito leva o homem à reflexão sobre o quanto ainda necessita aprender para atingir a tão almejada perfeição; o atrito reflete seu interior, sua realidade.

Amor e atrito, ferramentas que o Universo coloca à disposição do ser humano para bem aproveitar a passagem por esta escola. Materiais de primeira qualidade que, numa linguagem moderna, poder-se-ia dizer de última geração.

Ao amor o homem tece loas, faz versos e o canta em todos os ritmos. Ao atrito destina os mais sofridos sentimentos de abominação. Tem horror ao atrito, à exceção daqueles que sabem tirar da situação seu verdadeiro fruto, o crescimento individual. O que o atrito o leva a perceber, o assusta, o entristece.

Fora do plano carnal, a ética rege a conduta do ser. Há uma ética universal de respeito ao próximo seguida pelos seres que já avançaram na vereda luminosa, mas há os que a ignoram e fazem seu caminho regido por uma ética egocêntrica, da busca incansável por satisfazer suas necessidades individuais. Buscam, nos outros a energia que não sabem absorver da fonte primordial que conhecemos por Deus.

Havendo duas maneiras básicas do ser desencarnado conduzir a satisfação de suas necessidades, encontramos duas maneiras básicas dos encarnados se relacionarem com eles: a colaboração e a submissão.

Só há uma maneira de um ser fazer parte da comunidade de um planeta: é estar encarnado neste planeta. Só o ser encarnado pode pensar na condução do desenvolvimento humano sobre o orbe. Na condição de desencarnado, cabe-lhe, se quiser trabalhar em favor dessa humanidade, colaborar com os encarnados, auxiliando-os.

O comando de qualquer ação que diga respeito ao destino dos encarnados deve partir dos humanos. São, estes, portanto, os responsáveis pela condução da evolução da humanidade na Terra.

Se a vontade do homem for a de permanecer como está, o universo responderá: assim será; entretanto, se sua vontade for a de progredir, o universo também dirá: assim será. Em ambos os casos, estará o humano sujeito às leis que regem os ciclos universais.

Aquele que desejar ampliar sua consciência poderá contar, para tanto, com aqueles que se colocam à disposição para acompanhá-lo na busca: os seres espirituais, que decidiram permanecer junto à Terra como missionários da evolução humana.

Encontramos espíritos presos à crosta terrestre por questões egocêntricas e espíritos que voluntariamente permanecem nessa condição por amor.

Com quais e como se relacionar com eles? Cabe a cada ser humano decidir sobre seu interesse nesse relacionamento. Um relacionamento de associação e companheirismo, no qual ambos buscam crescer, ou um relacionamento de submissão e de interesses próprios e imediatos?

Cada ser humano deve esforçar-se em compreender como está se relacionando com o mundo espiritual. Não há como alguém dizer para outrem que seu relacionamento é certo, ou errado, porque isso está dentro de seu livre arbítrio, mas é possível perceber as conseqüências desses relacionamentos. Enquanto curadores, podemos orientar para nossos irmãos observarem o resultado de suas ligações; se elas trazem serenidade, alegria e sentimento amoroso, ou o contrário disso.

Espíritos comprometidos com a evolução humana não dão ordens, não aprisionam, não decidem sobre os destinos dos encarnados, porque a ética universal é de não intromissão nos destinos dos povos encarnados.

Guias espirituais colocam-se à disposição para o que o ser encarnado deseja fazer, nunca o contrário.

Quando sente que necessita desenvolver suas capacidades mediúnicas, está o ser humano sendo impulsionado por seu “eu interior” consciente de seus compromissos.

Espíritos podem estar esperando pela decisão de trabalhar conjuntamente, mas nunca os forçando a fazê-lo.

O papel do homem é o de impulsionar e nortear os projetos por ele sonhados um dia, mesmo quando fora do plano físico.

Se um ser quiser viabilizar, na dimensão terrena, seus projetos, deverá encarnar-se para então poder manifestar ao universo seu desejo terreno, enquanto espírito só lhe cabe apoiar os sonhos dos encarnados. No plano espiritual ele tem outras opções de desenvolvimento em outras dimensões que não necessitam envolvimento com seres encarnados na Terra.

Assim sendo, torna-se necessário aos humanos tomar consciência da importância dos anseios de uma vida melhor para a humanidade, pois haverá sempre um grupo espiritual pronto para apoiá-los nesses projetos.

A responsabilidade pelo futuro da integridade do planeta e do ser humano é de cada um dos encarnados.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Há um Deus Adormecido Dentro de Nós



Vivemos a inconsciência de nossa divindade e com isso esquecemos nosso potencial criador e de amar. 

É necessário acordarmos para nossa realidade e transformar a humanidade naquilo que ela é, a presença divina no plano da matéria, no paraíso. 

Sim, a Terra é um paraíso dentre muitos que existem no universo e é onde Deus habita em sua plenitude, um lugar onde tudo acontece. 

Por que vivemos inconscientes? 

Há beleza na descoberta do vir a ser, há também felicidade na percepção do descobrimento. A evolução tem seus encantos que só vamos descobrindo à medida que avançamos. 

A consciência de ser o que se é amplia nossa percepção do sentido da vida e faz com que queiramos viver mais e mais intensamente. Reside nisso o valor da educação, do aprendizado, do trazer ao homem o autoconhecimento. 

É pela via do autoconhecimento que atingimos mais celeremente essa consciência de quem somos. Por isso é preciso desmistificar o processo da criação e colocar o homem no seu verdadeiro lugar. 

O DNA contém nossa memória ancestral e quanto mais ele for ativado, mais informações teremos sobre quem somos e de onde viemos. 

Vivemos dias de grandes mudanças de toda ordem e de passagem para uma nova consciência. O papel das escolas nesse momento é fundamental. É preciso estar aberto para deixar fluir esse potencial de informação que necessita vir à tona. 

Quanto mais o grupo docente for estimulado a agir intuitivamente, mais possibilidade haverá de novas luzes serem colocadas sobre as questões postas em discussão. 

Trabalhos com o grupos docentes são recomendados, pois esses grupos precisam estar um passo à frente e consciente de seu papel. 

A mesa mediúnica é um bom instrumento de desenvolvimento da percepção da verdadeira identidade do homem. O desenvolvimeto dos potenciais mediúnicos auxilia nessa percepção e na melhor interação medium/instrutor. 

Num ambiente controlado e com um grupo psiquicamente ativado é possível trazer mais informação de qualidade focada nos objetivos propostos.





terça-feira, 2 de agosto de 2011

A Raiva

Um mestre perguntou ao seu discípulo predileto:
- O que você pensa sobre a raiva?
O discípulo meio embaraçado responde: - A raiva é um sentimento violento de ódio ou de rancor, um sentimento desagradável, difícil de admitirmos que possuímos isso em nós.
- Mas a raiva é uma força, não é? Pergunta o mestre.
- Sim, é uma força visceral, não sei em que ponto exato ela nasce, mas sinto que vem de dentro de nós.
- Mas, se ela é uma força, nós podemos dar a ela uma outra conotação que não seja a de ódio, não é certo?
- Creio que sim.
- Nós nos acostumamos a usá-la com ódio, contra alguém, contra alguma coisa, mas sempre contra. Por que não aprendemos a usá-la a nosso favor?
O discípulo foi embora com a pergunta na memória, sem saber como tornar aquela idéia em algo concreto.
Passou o tempo.
Estava o discípulo com mais alguns amigos abrindo um caminho em meio à mata quando deu falta de seus óculos.
Olhou em seus bolsos e não o encontrando olhou para trás e viu quase duzentos metros de caminho aberto, porém com todo o mato cortado sobre o solo.
- Como é que eu vou encontrá-lo no meio de tanta palha?
Pensando, assim, saiu andando e revirando o mato. Seus amigos se aproximaram perguntando o que ele havia perdido.
- Meus óculos, respondeu.
- Vai ser mais fácil encontrar uma agulha num palheiro do que achar os teus óculos nessa estrada. Retrucou um amigo.
Depois de algum tempo procurando, sem sucesso, todos voltaram ao trabalho com suas foices enquanto ele caminhava na direção contrária indignado com a perda.
- Não aceito esta situação. Afinal que "ser" sou eu, que como espírito sou capaz de tantos prodígios, mas deixo meu corpo físico aqui à mercê de meus pobres cinco sentidos e, ainda, míope?
- Não, não aceito essa condição de ter minhas partes separadas como se fossem personalidades distintas. Quero ser um só, corpo e espírito unidos numa só vontade, cúmplices na mesma viagem, na mesma aventura.
Assim pensando, sentiu a raiva brotar dentro de si. Imediatamente lembrou da lição do velho mestre sobre o uso da raiva em seu próprio benefício e deixou que ela crescesse e viesse à tona.
- Quero todo o meu potencial de Ser Divino, de Filho de Deus trabalhando a meu favor e não contra mim.
Neste ponto já rubro e encolerizado, bradou em voz alta: - Eu quero meus óculos agora!
Algo brilhou entre as palhas a meio metro de seus pés, abaixou-se mexeu no mato e ali estavam os seus óculos.
Surpreso e tomado de intensa felicidade por ter vivenciado o aprendizado de mais uma lição ergueu suas mãos ao céu e agradeceu a Deus.


sábado, 30 de julho de 2011

Química e Emoção



Quando pensamos, o cérebro produz substâncias que atuam nos sentimentos. Por exemplo, quando vemos a pessoa amada, essa sensação incrível que percorre nosso corpo é uma substância química.

Quando nos excitamos sexualmente, nosso seu corpo é levado a liberar outra substância química e quando alguém nos agride, e vem a vontade de reagir e “arrebentar esse miserável”, essa ira que sentimos, esse ácido corrosivo que ingressa no sistema circulatório, essa sensação, é outra substância enviada pelo cérebro.

As emoções que movem os relacionamentos têm o poder de provocar uma revolução química no corpo. Não é à toa que a simples proximidade do ser amado, ou a lembrança de sua existência, proporciona um estado de euforia que faz as pupilas dilatarem e o coração pulsar com mais velocidade.

Nesse momento, são liberados na corrente sanguínea, altas doses de endorfina e serotonina, neurotransmissores que alteram o ritmo corporal e psíquico e estimulam as sensações de prazer e bem-estar.

A pressão arterial aumenta, a respiração fica acelerada, o humor melhora, a felicidade exala e, graças aos feromônios, o desejo sexual se manifesta.

Neuropeptídeos, assim são chamadas essas substâncias produzidas pelo cérebro. Os biólogos levaram muito tempo pesquisando esta área da ciência e descobrindo que quando temos um pensamento, o cérebro produz substâncias que nos afetam, e o que sentimos é produzido pela assimilação dessas substâncias

As células do sistema imunológico assimilam diversas substâncias e entre elas os neuropeptídeos. Portanto o que pensamos regula, nosso sistema imunológico.

Somos responsáveis por nossos sentimentos. As palavras nos afetam mais do que armas. Numa visão ampliada podemos dizer que uma ofensa pode nos levar a óbito, porque deprime nosso sistema imunológico.

O sistema imunológico fica algum tempo escutando nossas conversas internas, raivas, mágoas e também o amor que nos negamos, enquanto nenhuma célula ou órgão reaje concretamente a estas pragas danosas que vão se acumulando no organismo.

O sistema imunológico não só escuta, mas reage de acordo com nossos pensamentos quando mudamos nosso padrão vibratório. As células que defendem nosso organismo também têm pontos receptores para as substâncias que produzimos no cérebro com cada pensamento.

A resposta do sistema imunológico, portanto, está condicionada ao que pensamos.

Tudo o que fazemos ou deixamos que nos façam, tem consequências físicas.

O amor é capaz de curar qualquer dor ou mal-estar. Trata-se de um poderoso afrodisíaco e um antídoto contra doenças, especialmente aquelas de origem psicossomática.

A Mente Que Tudo Pode


Porque pensamos constantemente, não nos damos conta de onde provém o pensamento. Acreditamos que venha de dentro de nossa cabeça; daí acharmos que o cérebro seja o responsável pela produção dos pensamentos. 

O cérebro capta e traduz para o consciente o que a mente produz. Acreditar que o cérebro produz pensamentos é o mesmo que achar que Willian Boner vive dentro do seu aparelho de televisão. 

Nossa consciência não está presa ao nosso corpo temporário, ela é eterna, ou seja, é imortal e ilimitada, por isso ampliar nossa consciência é um tarefa tão importante para nós seres encarnados na Terra. 

Quanto mais ampla nossa consciência, maior nossa capacidade de interpretar a vida e o universo e maior nossa capacidade de compreender e aceitar o outro. 

As filosofias orientais e espiritualistas dizem que temos sete corpos, ou veículos de manifestação: Físico, Vital, Astral, Mental, Causal, Búdico e Átmico, nessa sequência, do mais denso ao mais etéreo. 

A mente está no meio e é uma das partes dessa estrutura. Ela se comunica com o corpo físico via cérebro por meio de emissões de onda de determinada faixa de frequência. Cada ser vibra em frequência que oscila numa faixa dependendo de seu padrão evolutivo e das experiências que estiver vivendo. 

Entretanto nem tudo que nossos cérebros captam provêm de nossas próprias mentes. Como receptores de uma determinada faixa de freqüência, toda emissão mental que estiver vibrando nessa faixa eles captam, por isso nosso cérebro a exemplo de um receptor de rádio está sempre reproduzindo pensamentos e ruídos. 

Podemos reduzir a quantidade de emissões recebidas, por meio do treinamento a qual chamamos de meditação. Afinar nosso instrumento de recepção para captar nossa própria emissão mental e desconsiderar as demais. Assim podemos viver mais tranquila-mente, entendendo que nem tudo que percebemos em nossa cabeça é pensamento nosso. 

Sim ouvimos constantemente o pensamento de todos que vibram dentro da faixa de frequência na qual estamos vibrando como um todo. 

Selecionar os pensamentos é determinar aos quais daremos atenção, sentindo com os quais nossos ideais estão filiados e então adotá-los como norte para nossas atitudes. 

O resto é só deixar passar, é onda que vagueia. 

Convém lembrar que assim como captamos as emissões de outras mentes, também outros cérebros captam nossas emissões, o que nos torna responsáveis por tudo que emitimos, quer de boas como de más emissões. 

Jesus de Nazaré ensinou a “orar e vigiar”, ou seja, emitir ondas, mas com responsabilidade, pois alguém pode captar, aceitar como verdadeiro e materializar, e tanto pode ser nós mesmos a materializar nossos pensamentos como outra pessoa qualquer e em qualquer lugar do universo. 

Não esquecendo que tudo que nossos olhos vêem, foi produzido por uma mente. Como co-criadores do universo, estamos, a todo instante, produzindo ou captando idéias e projetos que temos o livre arbítrio e manifestá-los no mundo material, tornando-os reais aos nossos sentidos.

domingo, 24 de julho de 2011

Paciência

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. 
Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"... 
E o bem comportado executivo? O"cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar... 
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice. 
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela. 
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado. 
vii uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais. 
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus. 
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. 
Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? 
Surpreenda- se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. 
E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar? 
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? 
A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? 
Será que você conseguiu ler até aqui? 
Respire... Acalme-se... 
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência... 
Arnaldo Jabor